Enquanto isso na escola..
-o Lucas não tinha contado pra nós ainda, mas era mais que visível que ele gosta do Bruno. -diz Carine.
-É,sempre deu pra ver nos olhos dele,e como falava dele também, ou seja, nenhuma surpresa.
Bruno chega até nós.
-Vocês sabem porque o Lucas foi embora? Pois nunca o vi daquele jeito e não sei o motivo.
-É,se não tivesse.. -e Brenda me interrompe, não deixando eu terminar a frase (e agradeço por isso, visto que, quem deve contar pra o Bruno que o Lucas gosta dele é só ele, a não ser que o mesmo peça ou que como amiga,realmente precise que eu ou a Brenda faça isso por ele).
-Nós também não sabemos, ele não quis nos falar. -fala Brenda, seriamente e mentindo.
-Quando eu chegar em casa,vou direto pra a casa dele. -diz Bruno.
-É uma boa,a gente também vai depois. -diz Carine, rebatendo.
-Tá bom. Qualquer coisa, nos vemos lá.
-Certo- respondemos, com um diálogo sério e direto.
E a professora chega, e voltamos aos nossos lugares, pois a aula vai começar, mais três inclusive.
Depois disso...
Ouço a campanhia tocar, e desço as escadas do quarto, já que só eu estou em casa mesmo, meus pais trabalham o dia todo e só chegam ao entardecer.
Abro a porta, e é o Bruno,ainda com o fardamento da escola, aparentemente cançado, com a respiração arquejante, acredito que veio assim que chegou da escola, por tudo que estou vendo.
-Oiiii. -e me abraça,sufocadamente,naquela montanha de carne e de vida,em suas costas largas e aconchegantes,com traços e pontos,e gosto de dizer que cada traço e ponto das costas do Bruno é como se fosse um fio desencapado,é perigoso,a eletricidade por todo canto,e posso ser eletrocutado,o que não seria ruim.
-Oi Bruno.-digo,desconcertado.
-O que veio fazer aqui?-digo em seguida,sem rancor mais.
-Eu vim ver como você tá e saber porque você de uma hora para outra tá diferente comigo,só joguei a mochila na sala e vim.-diz ele,em tom preocupado.
-Eu?Diferente?Não Bruno,eu estou o mesmo.-digo,firmemente,sabendo que é mentira.
-Ah é?Então por que estava chorando?Por que foi embora da escola?E por que tá falando comigo diferente desde que esbarrou em mim quando veio embora ?Como se estivesse bravo..
Você está diferente Lucas,esse não é você.-ele continua,dizendo verdades.
É..não tem como disfarçar nada dele mesmo,é a pessoa que mais me conhece no mundo.-Eu vi você com aquela garota,e não sei,eu não gostei..-digo,devagar,e lágrimas começam a rolar..
Quando se trata dele,é meio difícil controlar.
E ele me abraça de novo.
-Acha que eu vou te trocar por alguém?Mesmo que eu namore?
-A pessoa que eu mais amo além dos meus pais é você Lucas.Como pode pensar que um dia vou te deixar ou te trocar por alguém?-ele se declara,abrindo o coração.
-É,eu sei,eu que sou um tonto mesmo.
E ele continua:
-Não fala isso.-e me abraça pela terceira vez consecutiva,só que dessa vez,ele me abraça muito forte,e nossos corpos nunca estiveram tão grudados e tão perto.
Meu corpo se encaixou ao dele,em seu corpo quente e macio como as nuvens
,formando um abraço muito mais que aquecedor,um abraço quente e de sonho,e nesse momento,não me importo se uma ereção rolar,minha cabeça está bem longe disso,só me importo que ele está ali,comigo,e sempre vai estar.E encostado ao sofá,quando vou largar do abraço dele,e saio do ombro, não sei o que acontece que o meu rosto se toca ao dele, de forma lenta e serena,com a respiração ofegante, e Bruno mais contido, embora pudesse perceber que estava ofegante também, meu nariz se toca ao dele no mesmo ritmo, e a gente se olha por um instante, mas, Bruno interrompe,desviando o olhar para baixo, e o afastamento natural do abraço acontece, quando largo as suas mãos que tinha pego, escorregadas desde o meio dos braços, e aquele momento acaba, me deixando um pouco mais sem ar; a verdade é que Bruno me deixa assim, e conter isso,é praticamente impossível, sendo que já é uma reação natural do meu corpo,quando se trata dele.
Ele fica sem jeito, um pouco retraído,e eu também, mas sinto que ele um pouco mais.
-Tá tudo bem agora né? -ele pergunta, com o olhar um pouco confuso, ainda tímido.
-Sim. -o respondo, o olhando como nunca, como se a alma dele e a minha estivessem sem roupa, e estivéssemos vendo um ao outro desse jeito, e em um tom de voz incondicional.
-Eu tô indo em casa almoçar, depois eu te ligo. -ele fala, encantadoramente, e volta a me olhar, um tanto quanto rápido.
-Tá bom-respondo,olhando pra ele fixamente, tão intenso como em nenhum outro segundo; e é como se tivesse enfeitiçado, e em um transe eterno, porém, se for um transe,não permito que ninguém me acorde,quero permanecer desse jeito, ficar nele, tendo o meu Bruno eu fico, e não o largo por nada, a não ser que ele queira.
E ele vai pra a casa dele, que é ao lado da minha. Fecho a porta e desmorono sobre o chão, encostado a porta,sem conseguir reagir mais,a tanta coisa que aconteceu em um dia só, um maremoto de sensações agudo, tanto no amor e na paixão,quanto nas lágrimas e dor.
E diante disso, durmo o resto da tarde, tentando ficar fora de órbita e protegido, inviolado.
Acordo com o barulho do carro dos meus pais chegando em casa, abrindo a garagem, mas permaneço no meu quarto, quieto, na companhia dos meus lençóis, e minha mãe não me vendo pela casa, sobe até o meu quarto, chega até ele, bate na porta e ouço sua voz.
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O meu melhor amigo hétero
Fiksi PenggemarLucas e Bruno fazem parte de uma família singular, cresceram juntos e desde então não se separam por nada. Bruno sempre foi o seu protetor desde seu diagnóstico com ansiedade, dessa forma, gerando um sentimento maior a ele. O tempo passa, a adolescê...