Capítulo 2

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Na primeira noite depois de eu ter a minha primeira crise de ansiedade, ouço um barulho na porta, são vozes, desço do quarto, e eram os meus tios e o Bruno.
Quando vejo o Bruno parado, agarrado ao seu urso e de pijaminha, e ele me vê também, me transformo no Flash, e corro para abraça-lo.

-Bruno, você tá aqui! - eu digo alegremente quando o abracei, com um sorriso que não cabia não rosto e os olhos brilhando.

-Eu não podia deixar você sozinho. - ele falou docemente, ao largar o urso, me abraçando de volta, me apertando.

-Suas mãos não vão tremer hoje, eu te prometo. - ele me afaga, me confortando e pegando em uma das minhas mãos.

-E continua: - E se tremerem, eu vou tá aqui com você e segurar as suas mãos, não precisa sentir medo mais - ele completa, me preenchendo inteiro.

E quando isso acontece, caio no choro, e respectivamente sobre ele, em seus braços. Diante disso, ele me envolve de novo em seus braços, fazendo pressão.

Nesse instante, ao me ver chorar, minha tia Carla se ajoelha, passa a mão no meu cabelo fazendo carinho e começa a falar:

-Não fica assim não, vem aqui com a tia. - ela fala, esticando os braços para eu ir até ela, e eu sigo, ela me abraça, me pega nos braços e dá um beijo em minha bochecha.

-Vai ficar tudo bem, a tia Carla e o tio Ben vai cuidar de você também, e eu trouxe o Bruno pra dormir com você, o que você acha? - ela me pergunta alegre, e me sacode com o braço.

E genuinamente eu respondo, afirmando com a cabeça e passando a mão no olho:

-Eu acho muito bom tia. - e meus pais e meus tios riem, achando alguma graça no que falei.

E em seguida, vem o meu tio Ben:

-Oi campeão! - ele fala com sua voz imponente, me pegando dos braços da minha tia, me abraçando e segurando igual um bebê.

-O Bruno vai dormir com você hoje, e amanhã o tio Ben vem pegar os dois pra ir à escola tá bem? - ele fala pra mim, da mesma maneira que um pai falaria, e o tio Ben era um segundo pai pra mim.

-Cadê o beijo do tio Ben? - ele pergunta, inclinando a bochecha e me sacudindo, e velozmente sorrindo ataco a bochecha dele.

-Êêêê - ele reage, e me põe de volta ao chão.

-Fica bem garotão. - ele diz, terminando de falar, fazendo cafuné no meu cabelo, o bagunçando um pouco.

-A gente tá indo.. - o meu tio fala aos meus pais.

-Tchau pai, tchau mãe. - o Bruno diz, agarrado ao seu urso.

E a minha tia diz:

-Tchau filho, amanhã logo cedinho o seu pai vem pegar você e o Lucas pra ir à escola tá bom?

-Tá bom mãe. - ele responde, abraçando a mãe dele ir indo abraçar o tio Ben.

E os meu pais agradecem e se despedem dos meus tios.

-Obrigada Carla, valeu Ben. - eles dizem simultaneamente, e eles vão embora, e minha mãe fecha a porta.

E em seguida minha mãe diz calmamente, nos direcionando ao quarto:

-Vamos meninos, que está na hora de dormir.

É quando o meu pai interage.

-Vem cá filhão. -ele fala, finalmente, com um som de que eu sou pesado no final, e me pega nos braços.

E diz ao Bruno:

-Ah, você também não vai escapar. - e pega o Bruno pelo outro braço, e Bruno sorri, querendo fugir.

-Eu levo os dois marinheiros até o quarto. - O meu pai fala, fazendo voz e jeito de pirata, e caímos nos risos, com Bruno em um braço e eu no outro, subindo as escadas.

-Tchau mãe! - eu falo pra ela, sorrindo, muito feliz e acenando com a mão.

-Tia tchau! - o Bruno fala também, as gargalhadas.

E minha mãe fica imensamente contagiada, com as mãos uma em cada lado do rosto olhando pra nós, e muito alegre.

-Boa noite meus menininhos. -ela diz, enquanto admira e registra aquele momento em sua memória.

E chegamos ao quarto, meu pai coloca a gente no chão e fala:

-Agora é pra dormir meninos, nada de ficar acordados até tarde, amanhã tem aula. - ele fala e aconselha.

-Tá pai. - eu obedeço, o olhando.

E ele puxa a porta e desce as escadas, e Bruno e eu corremos pra a cama.

E eu pergunto ao Bruno:

-Bruno, por que você não se muda pra morar aqui, assim ficar melhor pra eu e você. - eu pergunto, inocentemente.

-Eu até queria, mas não posso Lucas, não posso deixar os meus pais sozinhos. - o Bruno responde, de forma sensata e calma, e eu concordo com ele.

-Mas você vai vim sempre? - eu pergunto ao Bruno, com muita esperança no coração de um sim.

-Sempre que você precisar, eu nunca vou te deixar sozinho. - o Bruno me diz, carinhosamente, como um irmão de verdade.

-Você promete? - eu pergunto, me sentindo com o coração tocado.

-Muito. - ele responde, confirmando com a cabeça.

E pego nas mãos dele.

-Eu não quero que a minha mãe tenha outro bebê Bruno, porque eu já tenho você, você é o meu irmão. - eu confesso a ele, ao nos deitarmos, olhando pra ele, e ele de volta, enquanto meus olhos brilham ao falar isso, e sinto que falta ar pra respirar.

-Eu também não Lucas, você é um irmão pra mim, o meu único irmão, o meu irmãozinho menor. - o Bruno também me confessa, me dando o seu coração.

-Por isso tenho que cuidar de você né? - ele fala, e continua:

-É o que dá ser seu irmão mais velho né? - ele termina, saindo uma frase de sonho dos seus lábios.

O respondo com um olhar apaixonado, desmorono. Dou um largo sorriso, e começamos a rir, com uma sucessão de cócegas que o meu Bruninho começou a me fazer na barriga.

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O meu melhor amigo héteroOnde histórias criam vida. Descubra agora