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Gostava de correr riscos, saber que eu podia ou não cair daquele topo de uma pirâmide na animação de torcida, meu coração acelerou, eu gostava da adrenalina que isso me trazia

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Gostava de correr riscos, saber que eu podia ou não cair daquele topo de uma pirâmide na animação de torcida, meu coração acelerou, eu gostava da adrenalina que isso me trazia.

Não foi exatamente pela adrenalina que eu acabei sendo um membro dessa equipe. Na verdade eu fui influenciada pela minha prima depois que descobrimos que isso aqui nos livrava das aulas de educação física, e nós duas queríamos fugir. 

Eu sei, isso deveria ser animado e era. Afinal, era a animação de torcida. Mas no fundo, sei que existia uma razão bem mais fúnebre pra eu ter escolhido essa extracurricular. Não era apenas a animação, mas o quão competitivo tudo me tornava por torcer contra o outro time.

Eu estava ali no topo balançando meus pompons vermelhos. Mas será que toda aquela gente concentrada no jogo de futebol, que inclusive estávamos ganhando, me via aqui? Eu era apenas a garota fazendo gritos de guerras, não era importante.

Não que eu me importasse, de qualquer jeito eu nunca me contentei com as arquibancadas, ser alguém em um milhão escondida no meio de um monte de gente e eu deveria torcer para ser enxergada.

Eu já era apagada o suficiente em casa, se tratando dos meus pais incríveis. Um produtor respeitado dos melhores filmes nos cinemas e uma supermodelo muito famosa no mundo da moda. Óbvio, não teria muito lugar pra mim nesse mundo.

E então vinham as garotas incríveis e gostosas me camuflando aos olhos da pessoa qual eu sempre fui apaixonada, mas essa parte eu poderia fechar os meus olhos. Eu mesma me esforçava pra que as coisas não fossem para outro nível com ele, porque esse cara era meu melhor amigo e deus me livre se perdêssemos o que nós tínhamos em nossa amizade por causa de um relacionamento amoroso.

Talvez fosse por isso que eu devesse andar por aí fazendo péssimas escolhas, escolhas que sequer deveríamos pegar em consideração. Escolhas como Bryce Hawkins, o quarterback, o meu namorado.

A estrela em campo, trinta e oito jardas e um touchdown que levou a torcida ao delírio. Todos os admiravam.

Não que não tivessem motivos. Bryce não era um cara ruim, ele só não era um bom namorado. Quer dizer, ele não era o namorado que eu queria e evidentemente ele talvez não me quisesse também. Acho que foram as circunstâncias em que nos encontrávamos.

A capitã da equipe de torcida e o capitão do time de futebol.

Ignorei que Bryce não veio comemorar comigo como o de costume, afinal, a nova animação exigia que eu tivesse sempre no topo da pirâmide pronta pra cair, e balancei meus pompons comemorando junto com todos.

Passeei meus olhos pelas arquibancadas, minha mãe prometeu que viria me ver essa noite, mas não estava aqui. Diferente dela, eu sequer contava com o meu pai. Ele aparecia uma vez por ano, e o restante dele, fingia que eu não existia. No entanto, Ann não estava lá. Mas ao invés de encontrar os olhos de minha mãe, parei no mais bem atento castanho reluzente de Megan Richards comemorando com os demais.

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