Eu queria entender o que estava acontecendo dentro de mim. Era constrangimento, impotência, vontade de chorar. Junto com tudo isso, eu me sentia dolorida.
E eu não conseguia de jeito nenhum sair da cama de Wyatt, encarava o teto como se fosse a única coisa naquele quarto qual eu deveria me apegar, enquanto ele estava deitado ao meu lado como se tudo tivesse sido normal.
Era um pouco esmagador. Eu só queria que alguém me abraçasse e me acalmasse, eu juro que nunca desejei o colo da minha mãe como eu estava desejando agora. Eu só queria correr pra ele e deixar ela me abraçar, o único lugar qual eu sabia que eu estava protegida.
Ela sempre foi esse tipo de mãe, apesar de tudo. Ela sempre me deu colo quando eu estava precisando.
Sei que sempre reclamei de ter sido distante, mas bastava uma ligação pra ela estar em casa. Talvez eu devesse fazer isso agora que estava quebrada.
Ouvir a respiração de Wyatt estava me chateando, saber que ele ainda estava ali ao meu lado estava me deixando ainda mais confusa. Porque eu ainda não levantei e corri?
— Isso foi incrível. — a voz dele me deixou enjoada.
Olhei para o lado, ele estava me encarando, deitado em cima do seu braço.
— É.... Hm.... — eu levantei abruptamente, ficando sentada e expulsei o edredom de cima de mim — Eu tenho que ir.
— Tão cedo? Achei que fosse ficar.
— Eu tenho que ir. — minha voz saiu confusa e baixa.
— Porque? — Wyatt se apoiou pelo cotovelo, e beijou meu ombro me fazendo contorcer.
Involuntariamente me esquivei, me contorcendo e meu nariz torceu.
— Eu tenho que ir. Eu tenho que ajudar a Brooke a terminar a mudança. Ela vai pra Nova York em três dias e eu disse que ajudaria ela.
Levantei da cama, peguei minha roupa e calcinha que estavam jogados no chão, e me vesti rapidamente com o olhar de Wyatt em cima de mim. Estava me deixando tensa.
Eu estava com pressa, por isso depois que me vesti também me calcei rapidinho e fui embora sem a necessidade de Wyatt me levar. Mesmo que ele tivesse ido atrás de mim até a porta. Não dei atenção e inclusive fingi que não estava vendo ele.
Bati a porta, e apenas quando já estava dentro do meu carro me senti segura, mesmo que apenas um pouco. Me senti livre para desabar.
Eu passei um longo tempo me permitindo chorar, como se isso fosse levar a sensação horrível que eu estava sentindo embora. Meu celular acendeu no porta-luvas, eu peguei ansiosa, mas era apenas uma mensagem que eu não teria recebido se pudesse controlar.
Wyatt: Nós deveríamos repetir. Me liga quando puder.
Eu encarei a mensagem por vários minutos, e então bloqueei o número dele.