Acordei com batidas barulhentas na porta do quarto. Me remexi na minha cama confortável, estava com preguiça de levantar pra ver quem era e além disso, eu estava sentindo cólicas fortes. Isso me deixava completamente indisposta.
E eu nem estava menstruada. Pelo meu ciclo, isso só aconteceria em uma semana, portanto talvez fossem cólicas pré menstruais.
— Aria? — Reed gritou, ainda batendo na porta.
Eu resmunguei me arrastando para fora da cama, enquanto bocejava e esfregava os meus olhos.
Sequer dei importância ao pijama cor de rosa cheio de estrelinhas que eu estava usando. Estava frio demais, e ele era de veludo e confortável.
Puxei a maçaneta da porta, Reed estava do lado de fora apoiado no batente a minha espera. Ele se afastou e me analisou dos pés a cabeça para se certificar de alguma coisa.
— Você dormiu a tarde toda, Aria.
Eu arregalei os olhos.
— A tarde toda? São que horas?
— Vai dar seis horas.
— Merda. — eu corri de volta pra dentro do quarto pra pegar o celular e ter certeza do que eles estava falando. — Eu tinha aula às três. Eu decidi tirar um cochilo quando deu uma hora e.... Droga.... Eu nem estou bem. — Resmunguei de dor, colocando a mão no meu abdômen e voltei para dentro do quarto.
— O que você está sentindo? Quer que eu leve você pra ver o medico?
— Não. São apenas cólicas, e você pode sair, Reed.
O fato de ter passado duas semanas desde que nós transamos, e ele falar comigo apenas o básico me deixava muito irritada. Pelo menos agora eu estava conseguindo filtrar contra quem eu deveria usar isso.
Apenas Reed merecia meu humor péssimo, porque ele estava me fazendo sentir uma otária completa.
E talvez eu fosse. Ou talvez ele só precisasse um empurrão qual eu não estava afim de dar.
— Você está me expulsando do seu quarto? — ele piscou os olhos várias vezes seguidas e soltou uma risada irônica.
Eu não ousaria expulsar Reed do meu quarto a menos que estivéssemos brigado. Talvez o fato de ele erguer esse muro diante de nós dois não o deixasse perceber que eu estava muito chateada com ele.
Não por ele novamente não me corresponder. Ninguém é obrigado a sentir o mesmo que eu. Mas por ele achar que se afastar era uma boa ideia.
Ele dizia ter medo que as coisas ficassem estranha, mas ele mesmo estava tornando tudo estranho.
Ele estava me encarando com aquela cara de cachorrinho coitado, e o fato de estar sentindo dor, não me ajudava a manter uma postura qual ele pudesse me levar a sério.