três

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Uma vez eu ouvi que amor de pais era algo diferente, deveria ser incondicional

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Uma vez eu ouvi que amor de pais era algo diferente, deveria ser incondicional. Eu me perguntava o que isso queria dizer e se meu pai já havia ouvido falar em algo como isso.

Pode ser que não, ou eu não teria contratado um detetive particular para rastrear ele pra mim. Já estava prestes a fazer um ano e meio que eu não o via, não recebia uma ligação e sequer um e-mail.

Esse espaço normalmente era apenas de um ano.

Eu só tinha notícias porque ele ainda arcava com minhas despesas, e falavam sobre ele nas redes sociais e televisão.

Mas a única lista que eu tinha para o detetive eram os registros de depósito na minha conta bancária. Eu estava sentada na minha escrivaninha do quarto deslizando meus comprovantes no celular para mandar pro cara qual eu contratei.

Tinha esperança que ele pudesse achar o cara que doou o esperma. Eu podia apenas fazer uma cena para as notícias sobre ele ficar em alta, ele detestava que eu aparecesse como uma má influência.

Mas tudo o que eu vinha fazendo para proteger a minha privacidade poderia ir por água abaixo. Por isso optei pelo detetive.

Seria mais fácil se o cara apenas parasse em um lugar, no entanto, numa semana ele estava numa cidade, em outra semana numa diferente e na outra semana em outro país. Era uma bagunça.

O meu aplicativo do banco sumiu quando uma ligação invadiu meu celular, era Reed então eu o atendi no primeiro toque.

— Como ousa me ligar tão tarde e interromper meu sono? — brinquei.

Ele deu uma risada rouca.

— Você não estava dormindo. Conheço a sua voz de sono e essa não é sua voz de sono.

Demorei a responder, tentando esconder um sorriso.

— Ao que devo a honra?

— Está fazendo o quê?

— Separando meus comprovantes bancários para mandar pro detetive.

Ouvi ele suspirar.

Reed não concordava que eu estivesse perdendo meu tempo pra ir atrás do meu pai, apesar de me apoiar. Porque ele disse que eu era incrível demais para que eu precisasse mendigar a atenção de alguém assim.

Mas Reed não entendia. Ele sempre teve os pais presente.

— Eu estava assistindo Gente Grande e lembrei de você.  

Poderia parecer bobo, mas era o nosso filme favorito. Poderíamos assistir quantas vezes fossem, que nós iríamos rir da mesma forma como se tivéssemos assistindo a primeira vez.

O segundo era ainda melhor.

— Não é justo que você esteja assistindo sem mim.

— Pois é! Eu pensei o mesmo, então parei o filme e estou aqui na frente da sua casa com o meu laptop pra gente assistir juntos. Não acho cortês que você me deixe esperando tanto tempo.

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