Eu havia saído da aula no prédio de ciências da Pierson. Eu estava frustrada, porque por mais que eu tentasse, isso não parecia pra mim. Parecia muito mais fácil na teoria do que na prática.
Era uma merda, e eu estava atrapalhada com meus materiais enquanto procurava as minhas chaves. Também tinha o fato de que eu estava irritada com Reed, e estar brigada com ele me deixava estressada.
Não apenas isso, mas a forma como ele estava disposto a me trocar por uma posição no time.
De qualquer jeito, eu não podia julgar tanto. Eu disse que ele deveria fazer de tudo pra conseguir alcançar o agrado de Wyatt. Ele levou meus conselhos a sério demais.
Eu achei minhas chaves num bolso dentro da bolsa, a caminho do estacionamento, e com isso o meu celular tocando.
Era a ligação de Brooke, pela milionésima vez. Ela queria me apressar, porque eu disse que depois da aula eu encontraria com ela em Boston pra que eu ajudasse.
Atendi a ligação, e coloquei a mochila nas costas pra conseguir falar melhor com minha prima.
— Eu estou a caminho. — falei, apertando meus passos quando notei que havia um carro vermelho andando devagar atrás de mim.
— Eu estava pensando que a gente podia almoçar antes. No Five’s. Uma última vez antes de eu ir pra Nova York.
— Não é como se você estivesse indo para o outro lado do mundo, pra nos despedirmos das nossas tradições.
Five’s era nosso restaurante preferido. Costumávamos almoçar juntas aos domingos, apenas nós duas.
Começou por puro ciúmes que ela tinha do Reed, e se tornou algo nosso. Algo que não poderíamos faltar.
— E também, nem é domingo....
— Eu sei, mas.... Quando eu for pra Nova York, não pretendo voltar.
— Nem pelos seus pais ou por mim?
Olhei para trás, o carro estava tentando manter uma distância considerável, mas era nítido que estava me seguindo.
— Meus pais vão pra LA, está decidido. E você pode ir me visitar em Nova York, faremos novas tradições.
— Como....?
— Como Serena e Blair, tomando café da manhã na Tiffany’s ou almoçando no seu restaurante preferido.
O carro vermelho ficou um pouco mais rápido, agora ele nem tentava a sutileza e estava me deixando incomodada por andar na mesma velocidade que eu caminhava.
Foi o momento em que eu parei de prestar atenção em Brooke, pra pensar num mecanismo de defesa apropriado.
— Prima.....?
Eu ignorei Brooke olhando para o lado, talvez ela pudesse ouvir o barulho das batidas do meu coração.
O vidro abaixou, e imediatamente reconheci Wyatt. Óbvio que uma Ferrari vermelha precisava ser dele, a sua personalidade parecia permitir apenas extravagância.