Eu quase fui impedida de subir no prédio bacana do meu pai. O porteiro precisou pedir a minha identidade para reconhecer que eu era a única filha de Graham Longford.
Pelo menos era o que todos nós achávamos. Talvez ele pudesse ter mais um filho, um não legítimo, com alguma mulher com quem ele traiu a minha mãe quando eles ainda eram casados.
Ele tinha péssimos hábitos como esses, embora eu não lembrasse muito dos tempos em que eles for casados. Talvez o divórcio deva ter vindo quando eu tinha cinco ou seis anos.
O porteiro ligou pra dizer que eu estava aqui, e ainda assim ele resistiu em me deixar subir. Foi preciso grande insistência e dizer que eu acamparia naquela portaria pra ele liberar a minha entrada.
Era fácil convencer. Graham não gostava de polêmicas, e essa já era o suficiente.
Se chegasse nos tabloides que aquele cara deixava a filha dormindo na porta do prédio, que ele era um pai negligente, o cara enlouqueceria.Reed e eu entramos no elevador, e fomos deixados diretamente na cobertura. Um lugar luxuoso, diria que um apartamento de um homem solteiro.
Papai já estava nos esperando na frente do elevador, com a mão pousada na parede e em um estado deplorável com a barba por fazer e a camisa social amarrotada.
Eu o olhei de cima a baixo e resisti em soltar uma risada.
— O que aconteceu com você?
— O que você está fazendo aqui? — ele replicou, andando apressadamente.
Eu o segui, e Reed estava no meu pé apenas pelo apoio moral.
— Eu vim ver o meu papai.
— Eu estou falando aqui em Nova York.
— Não recebi aprovação de nenhuma universidade. — dei de ombros — Vim visitar as daqui.
— Achei que você não quisesse ficar em Nova York.
Graham pigarreou quando parou na cozinha, foi até a geladeira e pegou uma garrafa de água, então voltou para o balcão e se serviu com um copo.
Eu diria que ele estava ficando vermelho e nervoso. Ele deu um gole na água, mas estava evitando perder muito tempo me olhando como evitava perder muito tempo comigo.
— Eu já não estou mais naquela fase de que posso escolher.
— Você não deveria estar aqui, Aria.... Eu digo, em Nova York.
— Tarde demais. Eu estou aqui, e fui cercada por paparazzis e isso é culpa sua. Você me evita por mais de um ano e quando aparece, uma bomba.... reabilitação? O que estava usando?
— Eu não estava evitando você. — ele manteve sua voz robótica e baixa.
— Você estava.
— Eu não estava evitando você. — agora a sua voz veio mais alta e grave — Estava mantendo você longe da minha realidade. Mas você não consegue ficar quieta, Aria.