Saí do meu quarto pela manhã doida pra ir até a cozinha e tomar dois litros de água. Minha cabeça ainda latejava com o efeito da festa da noite anterior.
Pelo visto acabei curtindo aquela festa até mais que o próprio Easton, e agora as consequências vinham em forma de dor. E fome.
Céus, como eu precisava comer.
Notei uma movimentação na porta ao lado. O quarto de Reed. Os três idiotas estavam rindo como se tivessem visto ou escutado algo extraordinário fazendo a maior barulheira de manhã tão cedo.
Como eles podem estar tão bem? Porque eu estou de porre.
— Vocês me pagam por me fazerem sentir isso. — Resmunguei, caminhando desajeitada com a mão segurando a cabeça como se fosse parar de doer.
Parei ao lado de Easton e olhei pra dentro do quarto, me deparando com Reed jogando uma almofada em cima dos três risonhos. Diferente deles, meu melhor amigo não estava tão animado assim pra todo esse festejo.
Reed levantou da cama e bateu a porta.
— O que está acontecendo? — perguntei a qualquer um deles.
— Reed está numa vídeo chamada com Faith — Easton respondeu, passando a mão no seu cabelo loiro, imitando a pose de deus grego. Ele abriu um sorriso, exibindo as covinhas e os dentes brancos que aposto que ele fez artificialmente pra tentar parecer ainda mais atraente —, e eles estão numa tentativa ridícula de sexo por telefone.
— Eu disse pra ele que namoros a distância não é uma boa coisa. — Deacon disse como se pudesse aumentar o tamanho de seus ombros apenas com uma pose confiante.
Olhei pra ele incrédula por ele ser capaz de desencorajar o melhor amigo dessa forma.
— Se Brooke tiver que se mudar pra Nova York? Você sabe, ela está iniciando uma carreira de modelo e lá é a cidade da moda.
— Nova York é quase do lado. Ela não precisa se mudar de vez pra lá. Apenas parcialmente.
— E se ela fosse pra Los Angeles?
Eu desafiei com um olhar, mas eu sabia que nem coragem de responder ele tinha.
— A maior defensora de Reed Mitchell, senhoras e senhores. — Easton fez um gesto como se tivesse apresentado um programa de televisão.
Era o primeiro dia nessa casa e eu já tinha a certeza que isso não daria certo.
Era um monte de caras que eu teria que criar como se fossem meus filhos, porque vieram com defeito de fabrica.
As mães não criaram direito.
Kai riu de maneira espalhafatosa.
— Ela chamou ele de Booba. Quer coisa mais constrangedora?