trinta e nove

1.4K 98 3
                                    

Ser filha dos meus pais ainda não me dava uma voz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ser filha dos meus pais ainda não me dava uma voz. Eu tinha recursos ao meu favor para processar Wyatt, mas parecia que eu não tinha a justiça ao meu lado.

Isso era frustrante, e também revoltante.

Parece que indícios de que eu fui penetrada sem lubrificação não era o suficiente. Eles queriam provado, como DNA, e demorei demais pra ter isso. Portanto, no final era a minha palavra contra a dele, e não tinha provas o suficiente pra incrimina-lo.

Brooke parecia ainda mais revoltada do que eu, andando de um lado para o outro no meu quarto, enquanto eu queria apenas fazer a minha ficha cair, de que isso não daria em nada.

Aquele cara continuaria como o capitão do time, a estrela da universidade que tinha um futuro crescente e poderia fazer com inúmeras outras garotas.

Eu não conseguia aceitar isso.

Eu queria justiça, que Wyatt pagasse de alguma forma. Mas a justiça não foi justa comigo.

Brooke desistiu de tentar fazer um buraco no chão do meu quarto com as suas botas de salto fino, e sentou ao meu lado com as costas contra a cabeceira.

— Você já decidiu se vai falar com Reed?

— Eu não pretendo falar nada com ele, Brooke. — minha voz era baixa e terna — Isso poderia até afetar a carreira dele. É melhor eu preservar a nós dois.

— E a sua, gata? Você sabe que tem um longo caminho a percorrer, se realmente quer voltar ao seu plano inicial.

Não era loucura minha, eu ainda tinha um ponto de vista que deveria ser validado.

Tínhamos carreiras a traçar que seriam importantes, obviamente. Eu estava sendo realista, que apesar de não querer a ajuda dos meus pais para subir, eu sabia que ainda assim eles iriam influenciar. Portanto, pra mim as coisas poderiam ser muito mais fáceis do que seriam para o Reed.

Ele precisava focar no hockey.

Eu respirei fundo, e apoiei a minha cabeça no ombro da minha prima.

— Não é a mesma coisa.

— Ele está tão cuidadoso com você nos últimos dias, eu achei que....

— Ele está, mas nós não estamos iguais. Não somos mais o que éramos antes de tudo.

Tinha nitidamente um muro erguido, eu sabia que era por minha causa. Eu não sabia como deixar a nossa amizade ser o que era antes.

Eu o amava. Mas isso não queria dizer que as coisas seriam diferentes. Eu não confiava nele como confiava antes.

— É uma merda. — Brooke encostou a sua cabeça na minha, pegando a minha mão. — Nós precisamos fazer alguma coisa.... Sobre o capitão dele.

— Acho que não existe nada que possa ser feito, B. E eu não sei se quero voltar nessa história, sabe? Eu vou fazer terapia, porque eu quero consertar o que se quebrou dentro de mim, e eu quero mudar com isso. Mas não quero perder a minha energia tentando um processo que não vai dar certo.

Unrequited ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora