02

1K 102 17
                                        

Madison Hillary Walsh
Sob o mesmo teto

Olho para Lori, seus cabelos lisos e seus olhos lacrimejados estavam focados no álbum de fotos sobre a mesa.

— Seu pai morreu? — Viro o rosto olhando para Carl que mexia nas cartas sem muita animação

— Não, ele só tá dormindo — O mesmo diz largando as cartas sobre o carpete

Levanto as sobrancelhas.

— E quando ele vai acordar?

— Não sei — Ele resmunga levantando o olhar me olhando — Tô entediado, vamos andar de bicicleta?

Sorrio, afirmo com a cabeça me levantando. 

— Mãe, podemos andar de bicicleta? — Carl pergunta se levantando, indo até a mesa aonde ela estava

— Vamos lá, depois venho fazer um lanche para vocês — A mesma rapidamente passa as costas da mão no rosto limpando as lágrimas, se levanta vindo em nossa direção. Lori da um aperto no ombro do seu filho e acaricia minhas costas lançando um sorriso aconchegante

Carl e eu fomos até o quintal aonde estava sua bicicleta e a minha que meu pai deixou aqui mais cedo. Pegamos e andamos pela rua, ele me desafiava a corridas, eu sempre perdia então fiquei irritada.
Lori não tirou os olhos da gente nem por um segundo, sentou no gramado e nos observava. Tinha seu celular na mão, mas não o mexia muito, ela parecia bem ao nos ver, seus lábios formados em um sorriso e seus olhos brilhosos.

— Cansei! — Puxo o freio para trás com força parando. Apoio meus pés no asfalto tentando manter o equilíbrio. Encaro Carl que ria — Isso não é justo, você sempre ganha!

— Eu sou o melhor, deveria aceitar a derrota — Ele diz forçando seu pé contra o pedal, Carl da uma volta ao meu redor pedalando rapidamente.

— Aaah — Resmungo irritada, manhosa meu pai diria

— Vamos fazer outra coisa, já sei, vamos fingir que eu sou um cavaleiro muito bom — Carl para apoiando o pé no chão, o mesmo finge pegar uma espada — E você, uma rainha que está cercada de dragões. Eu vou ter que combater todos os dragões para salvar a princesa do castelo

— Porque eu não posso ser um cavalheiro  também? — Resmungo querendo ter uma espada e combater os dragões

O garoto de olhos azuis levanta as sobrancelhas e sorri.

— Beleza, então você vai ser minha inimiga. Eu, o melhor cavalheiro contra a melhor cavalheira do reino. — O mesmo saí da sua bicicleta a derrubando no chão

— Eu não quero ser seu inimigo, eu quero lutar com você — Saio da minha bicicleta a colocando no chão com cuidado

— Mas é sem graça, vamos lutar contra quem? — Ele se aproxima pensativo

Viro o rosto observando em volta. Estávamos na calçada, a duas casas longe de Lori. Olho para os quintais vendo apenas algumas crianças que brincavam entre elas, olho então para Lori que agora mexia no celular focada. Lanço meu olhar para a linda borboleta que voava entre nós.
Arregalo os olhos tendo uma ideia, olho para Carl com um sorriso, finjo pegar uma espada.

— Uma borboleta monstro assustadora está tentando nos matar, AAAAH — Finjo lutar contra a borboleta com uma cor alaranjada

Carl solta um riso, e então corre da borboleta.

— Aaah — Ele finge gritar, o mesmo finge lutar contra a borboleta. Até que então a borboleta para, pousando em seu ombro.

Paro o observando. Me aproximo devagar querendo a ver. Carl sorri, vira a cabeça a olhando. As suas asas laranjas se mexiam devagar contra o vento.

— Ela é linda — Resmungo passando o dedo sobre o ombro do mesmo até a borboleta que então mexe as assas voando

Solto um riso ao sentir suas assas roçarem em meu rosto. Dou um passo para trás olhando alegre para o garoto de olhos azuis, ele tinha um sorriso contagiante e parecia ter se esquecido do seu pai.

— Aaaaah ele foi contaminado pela borboleta monstro — Brinco correndo dele que começa a correr atrás de mim

Estávamos distraídos, estávamos nos divertindo quando um barulho alto veio da cidade. Paro imediatamente de correr, Carl para logo atrás de mim. Observando a rua.
De repente outro estouro faz o chão vibrar. Solto um gritinho assustada. Carl se aproxima assustado com os olhos arregalados. Lori que estava a duas casas a distância caminha rapidamente em nossa direção.
O som alto de um bombeiro se aproximava assim como a sirene de ambulâncias e polícias.

— Vocês estão bem? Como estão?! — Sinto suas mãos em meu ombro, Lori me vira para sua direção. Faz o mesmo com Carl. A mesma que estava ajoelhada nos analisa rapidamente antes de levantar.

O som alto dos bombeiros passa pela rua fazendo eu fechar os olhos, por conta do som alto e torturante da sirene.
Lori me puxa para perto, me pega em seu colo, pega na mão no seu filho e corre até sua casa.
Olho através do seu ombro vendo nossas bicicletas alí, paradas na rua. Quanto mais nos afastavamos, menos podia ver elas.

O som agudo e forte alto ecoa, uma sirene de alerta. Sinto meu coração acelerar e me abraço mais contra Lori que nos leva para dentro de sua casa.

— Mãe, oque tá acontecendo? — A voz do garoto estava rouca

Sinto meu corpo ser colocado no chão, levanto a cabeça vendo a mesma ir até a porta.

— Está tudo bem — A mesma fala num tom suave como se tentasse se acalmar ou nos acalmar

— Eu quero meu pai — Resmungo

— Mãe, porque tem policiais?

— Cadê meu pai?! Porque ele não tá aqui?

— Está tudo bem, fiquem calmos — Lori fecha a porta a trancando, a mesma vai até as janelas.

De repente seu celular vibra, começa a tocar desesperadamente sobre a mesa aonde ela colocou assim que entramos.

— Seu pai deve estar ocupado, não tá vendo o tanto de polícial, ambulância e bombeiros indo para atlanta? — O mesmo se vira me olhando

— Eu quero meu pai, liga para ele tia Lori — Levanto a cabeça olhando para Lori

Uma sirene, um alerta alto, algo assustador ecoa fazendo meu coração acelerar e minhas mãos suarem. Era aquelas sirenes de aviso de tornado que ecoavam de empresas. A mesma sirene de antes só que agora de mais perto.

— Ele não vai atender!

— Vai sim! — O encaro sentindo meus olhos marejados

— Não tem certeza, deve estar acontecendo algo. Bandidos, traficantes, até um terremoto, seu pai deve estar ocupado! — Ele se aproxima mais aumentando o tom de voz

— Parem de brigar — Lori fecha as cortinas, vai para a mesa pegando o celular observando as chamadas. Ela digita algo rapidamente ansiosa, a mesma levanta sua mão roendo suas unhas demonstrando nervosimo diante dessa situação.

— Ele largaria tudo para me atender! — Irritada forço minhas mãos contra seu peitoral o empurrando para trás. Porém ele apenas dá um passo

— Ele não pode largar tudo só por causa de você!

— PODE SIM — Grito — Está brigando comigo porque tá com inveja que meu pai tá acordado e o seu dormindo no hospital!

E então sinto meu corpo ser empurrado para trás com brutalidade. Caio sobre o tapete arregalando os olhos.

— Sem brigas! — Lori nos repreende vindo até nós. Não gostando nenhum pouco doque seu filho e eu haviam feitos

Meus olhos ficam embaçados e faço biquinho querendo chorar, Lori vem até mim, quando de repente o barulho do motor de carro ruge em frente a casa.

Walking on them ‐ TWDOnde histórias criam vida. Descubra agora