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Madison Hillary Walsh
Desprotegida e sozinha...

Observo o bloco de celas da ala A, estavam completamente vazio e isolado, limpo sem nenhum mortos, apenas manchas de sangue pelo chão.
Dou passos olhando de cela em cela, escutando barulhos de rasgos pela escadaria a cima.

— Você está aqui Merle?

— Ainda não sou zumbi querida — Avisa o mesmo

Subo as escadas o encontrando sentado no chão com um tipo de cigarro entre seus dedos.

— Oque é isso? — Pergunto um tanto curiosa

— Maconha filha, uma erva maravilhosa

Franzi o cenho me aproximando, me agacho sentando ao seu lado respirando fundo, sentindo a fumaça que flutuava, tinha um cheiro diferente, de algo queimado.

— Não cheire demais, a não ser que queira ficar chapadona que nem o tio Merle aqui. — E ele rí soltando gargalhadas

Deixo os lábios entre abertos não entendendo. O olho piscando rapidamente sem entender. Ele com um sorriso nega com a cabeça

— Oque faz aqui?

— Eu tô entediada, não tenho nada para fazer, os bebês dormiram, Lori aproveitou para descansar também, Maggie e Carl estão matando zumbis mas não quero ficar perto dele. — Resmungo

— E a filha da Carol?

— Ela está uma chata sinceramente, não sei como Beth aguenta. Ela virou mocinha, entende? ela sangrou pela vagina — O olho percebendo seu olhar atento e gentil prestando atenção, volto a olhar para meus pés continuando de falar — aí mudou, o corpo dela e o jeito dela, antes Sophia era gentil, carinhosa e medrosa. Agora ela continua sendo medrosa, mas não me suporta mais, nem é gentil comigo. — Resmungo abaixando os ombros e a cabeça 

Merle me observava, logo vira o rosto para frente pensativo.

— E você mudou?

— Meu corpo nã‐‐

— Não o corpo, você mudou com ela também? — Ele questiona voltando seu olhar a mim

Levanto a cabeça prendendo a respiração. Desânimo olhando para Merle.

— Eu tava com raiva de Carl, eu tava com muita raiva, de todo mundo, até dela... — Resmungo voltando a olhar para meus pés

— Tudo bem, ta tudo bem querida — Merle joga sua maconha fora — ela também tá naquela fase né, naqueles dias, aí sabe como são, insuportáveis, não seja uma mulher assim filha, que muda de um dia para o outro como se fosse louca — Ele fala me fazendo rir

Deito minha cabeça para trás no concreto, tirando o sorriso do rosto. Pensamentos surgem me deixando com um nó na garganta.

— Oque foi querida?

— Você me lembra ao meu pai. — Murmuro sentindo meus olhos arderem

Um forte aperto no peito surge fazendo meu corpo amolecer, lembro de uma de nossas conversas.

"- Ela não sabia desligar a luz, sabe disso, era insuportável. E você ainda ficou reclamando a manhã inteira antes de eu te levar para a escola que não conseguiu dormir. - O mesmo fecha o jornal me observando nos olhos"

Walking on them ‐ TWDOnde histórias criam vida. Descubra agora