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Madison Hillary Walsh
Um ano depois do fim do mundo

O rádio apita atraindo a atenção de todos do acampamento. Um ruído vem de longe.
Me levanto olhando para papai, ele levanta a cabeça me observando. O mesmo para de cortar lenha e observa Amy, uma menina do acampamento correr até o rádio.

— Alô? Alô?! Não ouviu, não consegui avisar

— Tenta falar com ele — Dale o senhor de cabelos e bigode grisalhos fala apontando para o rádio. — Vem cá filho, você sabe melhor como usar essa coisa — O mais velho olha para Shane

Papai tira seu boné, passa por mim colocando sobre meus cabelos. O mesmo força o machado, no tronco de árvore que havia ao lado do rádio.
Shane se abaixa, pega o rádio comunicador e aperta o botão. Vou ao seu lado, me abaixo olhando para o mesmo.

— Alô, alô, a pessoa que está chamando ainda está por aí? — E ele larga o botão

Um ruído surge, papai espera dois segundos e aperta denovo.

— Aqui é o policial Shane Walsh, a pessoa transmitindo, porfavor responde. — Ele larga o botão após falar e novamente aparece o ruído

Um silêncio, apenas o ruído irritante. Papai me olha pensativo, levanta a cabeça olhando para Dale.

— Desligou

— Droga — O senhor resmunga com a voz rouca

— Existem outros, não somos só nós. — Levanto a cabeça vendo Lori de cabelos castanhos

— Sabíamos que haveria tabom, por isso deixamos ligado.

— Tá sendo muito útil — Ela diz com a mão na cintura, abaixo o olhar encontrando os olhos azulados de Carl

Me levanto

— Atá

— Eu tô falando isso a uma semana, temos que colocar placas na 85, para as pessoas ficarem longe da cidade. — Lori estava certa, a cidade se tornou um lugar perigoso depois do fim do mundo

— As pessoas não sabem no que estão se metendo. — Amy a adolescente de cabelos loiros e olhos claros fala com uma face triste

— Olha nós não temos tempo — Papai se levanta colocando sua mão sobre o boné em meus cabelos.

— Acho que precisamos arranjar tempo.

— Tá aí um luxo que nós não podemos ter, entendeu. — Levanto a cabeça observando o adulto de cabelos escuros iguais aos meus. — Estamos sobrevivendo aqui dia, após dia

— E quem acha que a gente deve enviar? — Dale pergunta

— Eu vou, é só me dar um carro

— Ninguém vai a lugar nenhum sozinho, sabe disso. — Papai é duro nesse ponto

— Sim, senhor — Lori se afasta indo até as barracas, Carl vai logo atrás. Papai faz o mesmo seguindo Lori, vou atrás do mesmo

— Ei, ei, tudo bem olha, fiquem um pouquinho aqui tá? — Ele se vira me parando e parando Carl. — Só um pouquinho — O adulto me olha nos olhos, abaixo as pálpebras, bufo dando a volta. O garoto de olhos azuis me segue.

Olho de leve para trás notando que meu pai havia sumido entre as barracas.

— Porque tá brava?

— Ele não me incluí em nada — Falo chutando a pedrinha em minha frente

— Somos crianças, eles não vão nos incluir. — O garoto resmungo vindo ao meu lado 
— Quer vir comigo? Vou ver como minha mãe tá — Ele diz

Walking on them ‐ TWDOnde histórias criam vida. Descubra agora