Madison Hillary Walsh
O lixão e os mortos apodrecendo
O céu estava azul, completamente azulado como os olhos tão claros de Carl quanto de Rick. Eles tinham o mesmo tom, cristalino. Respiro fundo sentindo a brisa suave, o vento gelado roçar minha pele e passar pelo meu corpo, me faz arrepiar como um toque cuidadoso. Fecho os olhos e as lembranças de Coddy soam em minha mente, relembrando os olhos idênticos do seu irmão e do seu pai, abro em desespero, rapidamente as pálpebras, temendo pensar nele e sofrer mais.
— Você não consegue esconder o ciúmes. — Franzi o cenho enrijecendo a coluna ao escutar sua voz
Engulo seco virando apenas a cabeça em sua direção, seu único olho estava atento, enquanto o outro, exposto, escuro e profundo.
Preciono os lábios e me afasto rapidamente dele, seguindo a Rick e o restante do pessoal que procurava por Gabriel.
Com os passos ligeiros sigo para a mata adentro, mas então seus dedos quentes circulam em torno do meu pulso me puxando.
Um gosto amargo surge na minha boca, meu estômago embrulha e sinto como se fosse um enjoou só de notar que ele falou. Ciúmes.
— Pare de fugir, caralho Hillary, oque está acontecendo? não somos assim, você e eu precisamos ficar juntos!
Reviro os olhos relembrando de Sophia e Carl junto, afasto minha mão da sua e apresso os passos pela grama alta, saindo de perto do rio em que estávamos.
Porém, o garoto acelera e me pega pela cintura, imediatamente viro em sua direção por conta da força que ele me puxou.
— Céus, Carl, vai à merda! — Insisto em me afastar, mas ele me puxa mais contra si.
Os dedos dele apertam minha cintura com firmeza, quase num impulso, em desespero com medo se se soltar. O vento frio atravessa as árvores, arrastando folhas secas pelo chão como se o mundo estivesse prendendo a respiração.
Ele me encara em silêncio. O único olho fixo, atento, procurando por expressões, sinais, ou até em busca de um sentimento a mais.
— Você acha que eu não percebo? — A voz dele sai baixa, tensa, como se estivesse se controlando pra não explodir. — Hillary… você anda diferente. Se afasta de mim tanto quanto antes, você mal come direito, não dorme, você chora quase todas as noites. — Ele desvia o olhar por um instante, respirando fundo. — Parece voltar a ser aquela garotinha deprimente da prisão, tão distante, tão triste.
Desvio o rosto rapidamente, evitando aquele olhar que parece atravessar qualquer defesa. O peito aperta. Respiro fundo e o ar gelado arranha minha garganta, me dando uma leve tontura. Cruzo os braços contra o corpo, como se pudesse me proteger de tudo ao mesmo tempo.
— Eu só tô cansada. — Minha voz sai rouca, seca, quase cortando a conversa.
Carl solta uma risada curta, amarga, passando a mão pelos cabelos com irritação contida.
— Cansada… — repete, com ironia. — Você acha que eu não vejo? Mas que merda, é a Sophia? É sobre a nossa conversa? — Ele balança a cabeça, a mandíbula contraída. — Você pode dizer que se odeia, mas não tanto quanto eu, você não tem noção das merdas, mas isso não importa.
Eu recuo um passo, instintivamente, não querendo relembrar de nossa conversa, sobre se afastar, sobre o quão fraca ele acha que eu sou, sobre o quão descontroladamente chorei.
— Para, Carl. — Tento manter a voz firme, mas ela vacila no final. — Eu não quero falar sobre isso.
Ele dá um passo à frente, bloqueando meu caminho, suas mãos pegam meu rosto, os seguram dessa vez com cuidado.
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Walking on them ‐ TWD
RomanceSINOPSE: Uma criança destinada a ser forte perde sua única âncora, seu pai Shane Walsh. Porém ela não imaginaria que seu melhor amigo poderia ser capaz de tirar a sua única família e tornar sua vida de cabeça para baixo. Agora sem expectativas e vi...
