Capítulo 16 - Maldito.

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Agnes Baumer...

Maldito Moretti...

Por que os homens têm que ser tão cretinos assim?

Por que eles tem que agir como se nada acontecesse ao redor deles?

Por que ele está tão tranquilo, enquanto eu tô entrando em combustão?

Ele que deveria está assim, não eu...

Pela décima vez, só essa manhã, olhei para o Moretti, com um olhar ameaçador.

Ele já havia visto, mas ignorou o olhar de morte que eu lançava.

Outro suspiro escapa de mim, e dessa vez recebo a atenção dele.

- Tá tudo bem?

- Por que não estaria?

- Não sei, você que tá suspirando alto e tá me fuzilando com os olhos!_Ele dá de ombros e eu fecho a cara.

- Então você percebeu?

- Não tinha como não perceber!_Um sorriso meia boca se formou no canto dos lábios dele e eu apertei os meus punhos.

- Nunca mais faça aquilo que você fez ontem!

- O quê? Fazer você gozar nos meus dedos?

Arregalei os olhos e levantei da minha cadeira para tapar a boca dele.

- Fala baixo!

O Moretti, revirou os olhos e tirou a minha mão da boca dele.

- Olha Agnes, nesse fim de semana, eu vou fazer bem mais do que colocar os dedos dentro de você, então é melhor você ir se acostumando!

- Quer saber, isso nunca vai acontecer... Eu não entendo o porquê de você querer colocar a minha irmã na cadeia!_Ele deu de ombros e se remexeu na sua cadeira.

- Não é nada contra a sua irmã, ela apenas vacilou e eu usei isso ao meu favor, simples assim!

- E você não podia me conquistar como qualquer outra pessoa normal?

- Agnes, olha para você...

Eu encarei o meu corpo.

- O quê que tem?

- Você é o tipo de pessoa que se deixa levar por emoções espontâneas?

É ele tá certo.

Eu nunca deixaria ele se aproximar, se não fosse essas ameaças.

- Isso não vem ao caso!_Tento mudar de assunto, mas ele me ignora.

- É claro que vem ao caso, eu consigo tudo o quê quero, e isso inclui você!

- Então eu sou só um brinquedo, que você usa a hora que quer, e quando cansa descarta?

Ele põe a caneta no queixo e se faz pensativo.

- Eu não diria nessas palavras, digamos que é uma via de mãos dupla, eu me divirto e você se diverte, apenas isso!

Fiquei ofendida, mas não podia mostrar isso.

Era raro eu ligar para a opinião de alguém, principalmente quando esse alguém era uma pessoa tão insignificante para mim.

O Moretti, não era a primeira pessoa com quem eu iria transar.

Eu fui sincera com ele, ontem, ninguém havia me tocado como ele me tocou, as outras três pessoas com quem eu decidi ter relações, foram apenas passageiras, questão de um minuto e alguns segundos.

Ter sentimentos não era para mim, eu não costumava tê-los, e não sabia o que era o amor de um homem e uma mulher, isso era totalmente desconhecido para mim.

Resolvi me calar, e voltei a sentar na minha cadeira.

Senti o Moretti, olhar para mim, mas eu ignorei ele pelo resto do dia.

Quanto mais rápido eu terminasse o meu trabalho, mais rápido eu sairia de perto dele.

[...]

A noite chegou, e com ela as horas passaram.

Eram dez da noite, e eu ainda não tinha terminado de fazer o relatório sobre a galeria, esse era o meu último trabalho aqui, o resto eu apenas faria quando a galeria estivesse pronta.

O Moretti, sentiu fome e saiu para comer algo.

Ele passou o dia Intero tentando puxar papo, mas eu não dei abertura.

Fiquei fria o dia inteiro, e ele soube que algo não está certo...

A tela do meu celular acendeu, e eu vi que alguém me ligava.

Ou melhor, vovó me ligava.

- Alô?

- Que horas você vai voltar, garota?

- Desculpe vovó, já estou terminado o meu trabalho, e vou para casa?

- Hum, não demore, e diga para o Moretti, que espero ele no sábado para um jantar!

- Sábado?

A porta se abriu e Moretti, entrou na sala, me encarando com uma expressão fechada.

- É... vovó acho que ele não vai...

- Diga a ele que não aceito não como resposta, quero ver como ele está!

- Mas vovó...

- Sem mas, não demore!

Vovó desligou a chamada, e eu encarei o Moretti, em apreensão.

- Era a sua avó?

- Sim!_Respondo, curta e grossa.

- E o que ela queria?

- Queria que eu fosse para casa!

- Há!_Ele enfiou as mãos no bolso da calça e eu me virei para pegar as folhas que havia imprimido na impressora.

- Aqui está o relatório, sabe que não vou mais voltar aqui, então vejo você quando abrir a galeria!_Entreguei o relatório para ele e me virei para pegar as minhas coisas.

Quando eu ia abrir a porta ele fala...

- O que tem no sábado?

- Como?_Me virei para encará-lo, e ele repetiu a sua pergunta.

- O que vai ter no sábado? Você sabe que vamos cumprir o nosso acordo!

Arrumei a minha postura e o encarei.

- É o aniversário da minha avó, vamos fazer um jantar, apenas para os mais próximos!

- Mais próximos!_Ele repetiu as minhas palavras com uma expressão estranha.

- Então eu já vou!

Nem dei tempo dele falar algo e sai da sala em disparada.

Não vou convidá-lo.

Ele não precisa saber que a minha avó, convidou ele.

Folhas de Bordo 🍁






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