Capítulo 2- A peça.

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"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer".

Santo Agostinho

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Agnes Baumer...

A noite chegou rapidamente.

Todos da casa estavam se arrumando para ver a peça dirigida pela tia Lírio.

Até vovó se dispôs a ir.

Eu já estava vestida com um macacão verde, os meus cabelos presos num rabo de cavalo alto, e no rosto uma maquiagem para a noite.

Eu olhava a minha imagem no espelho, quando de repente a porta do meu quarto foi aberta, e Malu, passou por ela.

- Oi, posso entrar?

Abri um sorriso, e olhei para Malu, que carregava um sorriso iluminado de sempre.

Vejo que ela estava vestida com roupas de casa.

Balancei a cabeça em negação e virei novamente para o espelho e fiz os últimos retoques na minha aparência.

- Você tem que sair de dentro dessa casa, é muito jovem para ficar presa!

Vi pelo reflexo do espelho, que Malu, juntou os pés, e baixou a cabeça, com um semblante triste no rosto.

Sei o quanto o incentivo das pessoas machucam ela.

Malu, tem um trauma de infância, ela não consegue sair de casa por conta disso.

As vezes entendo o porquê do tio Roger, fazer de tudo para que ela não fique sofrendo.

Me aproximei de Malu, e levantei o seu rosto, fazendo ela olhar nos meus olhos.

- Você vai ficar bem sozinha?

Ela abriu um sorriso, e me abraçou.

- Não se preocupe, vou ficar com os empregados, e a Cássia, vai ficar comigo!

Cássia, era a babá de Malu, mesmo que ela tenha crescido, Malu, nunca quis se separar dela, e Cássia, também não tem ninguém.

- Então eu já vou, tenho que chegar cedo, já que vou abrir a peça!

Dei um beijo na bochecha de Malu, e saímos juntas até o jardim.

Eu iria chamar um taxi, mas o carro de vovó, estava estacionado na frente da casa.

- Entre!

Vovó baixou o vidro, e me encarou séria.

Dei um suspiro cansado, abri a porta do carro e entrei.

Dentro do carro, estava Vovó, tia Lírio, Vivi e Ange.

Todas bem arrumadas e com um sorriso no rosto.

Apenas Vovó que estava carrancuda.

Fui o caminho todo conversando com Ange e Vivi, enquanto titia e vovó, iam caladas, apenas escutando a nossa conversa.

Quando chegamos no teatro, eu fui direto para o camarim, para encontar as crianças.

Estavam todas lindas, e prontas para arrasar no musi cal.

Escutei tia Lírio, falando ao microfone e anunciando a minha entrada.

Me posicionei na frente do piano por trás das cortinas e respirei bem fundo.

Fechei os olhos, e escutei os aplausos da plateia.

Os meus dedos passearam pelo piano, e cada nota que soava me deixava nas nuvens.

Minha História(Folhas de Bordo V1)Onde histórias criam vida. Descubra agora