Capítulo 28 - Sentia a sua falta.

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Saint Jacobs, Ontário.

Agnes Baumer...

- Crianças, por hoje é só, vejo vocês na segunda!

As crianças começaram a arrumar as suas coisas e saíram bem devagar.

O dia tinha sido chuvoso, e pela tarde não foi diferente.

Por sorte a minha casa não ficava tão longe da escola que eu dou aulas.

- Olá!_ Um dos professores da escola bateu na porta da sala e abriu um sorriso quando eu o encarei.

- Olá Jacob, pode entrar!_Sorri de volta, e o homem entrou e caminhou ate a minha mesa.

- Vim ver como você está e se está tomando todas as suas vitaminas!

- Há claro, já tomei todas!

Jacob, deu um sorriso fraco e continuou me encarando.

Entendo que ele deva ficar preocupado, afinal não é todo dia que uma professora desmaia no corredor de uma escola e todos descobrem de uma só vez que ela está grávida.

- Agnes!

- Oi?

- Sei que não é da minha conta, mas somos amigos a dois meses e não consigo mais pensar nisso!

- Pensar no que?

- No pai do seu bebê!

Fiquei em silêncio.

- Sei que você está grávida e que veio a pouco tempo para a cidade, mas você nunca tocou no assunto do pai...

- Não quero falar disso, Jacob!

- Ok!_Levantou as mãos para o alto.- Não vamos falar disso, mas quero que saiba que você não está sozinha!_Jacob, colocou a mão em cima da minha e abriu um sorriso reconfortante.

Retribui o sorriso e retirei a minha mão de baixo da dele.

- Obrigada, fico feliz em saber que tenho amigos!

O sorriso de Jacob, se desfez e ele ficou com o semblante fechado.

Posso não entender bem as pessoas, mas sei das intenções de Jacob, porém nunca dei esperanças de que algo mais acontecesse.

- Eu tenho que ir embora, a chuva pode ficar mais forte e pode ficar perigoso para eu voltar!

- Eu posso levar você de carro!

- Não precisa Jacob, eu posso ir andando!

- Que isso, eu faço questão, está tarde e você está grávida, é muito perigoso para você ir sozinha!

Olhei para a janela e vi as gotas de água bater com força no vidro.

Fiquei meio incerta se deveria aceitar, mas no final eu aceitei...

[...]

Jacob, parou em frente a minha casa, pegou um guarda chuva, saiu do carro e foi abrir a porta do lado do passageiro.

Sai de dentro do carro um pouco envergonhada e sorri para Jacob.

- Obrigada Jacob, cuidado no caminho de volta!

- Pode deixar, boa noite, Agnes!

- Boa noite, Jacob!

Me despedi dele e caminhei até a porta de casa.

Jacob, acenou de longe e depois entrou no carro e foi embora.

Peguei as chaves da minha casa e abri a porta, entrei e tirei as roupas de frio.

Porém notei algo estranho.

As luzes estavam apagadas, e eu sempre as deixava acesas.

Deixei o sentimento de medo de lado e procurei o interruptor.

Quando encontrei, apertei e as luzes se acenderam.

Os meus olhos bateram no sofá e eu vi a alguém sentado lá.

Dei um pulo para trás e me virei desesperada para sair.

O meu coração estava acelerado pelo medo.

- É assim que você me recebe depois de tanto tempo?

Parei na porta, e fiquei lá quando reconheci aquela voz.

Fazia dois meses que eu não o via.

Não sabia de nada a seu respeito, e o pior, ele não sabia que iria ter um filho.

- Você é boa em se esconder, demorei dois meses para encontrá-la, e quando encontrei, você já está agarrada a outro homem!

Me virei com raiva e me aproximei do mesmo.

- Com que direito você vem a minha casa e me ofende dessa maneira?

Andrea, se levantou e me encarou com o semblante fechado.

Seu olhar desceu do meu rosto até a minha barriga.

"Ele não notaria, não é?"

"A minha barriga nem cresceu muito e a blusa que estou usando é soltinha, não tem como ele perceber!"

Engoli em seco, e ele voltou a olhar nos meus olhos.

- Você... planejava me contar?

- O que você veio fazer aqui, Moretti?

- PLANEJAVA OU NÃO PLANEJAVA ME CONTAR?

Me assustei com os gritos dele, e ele recuou, percebendo o que fez.

- Me desculpe, eu... eu estou um pouco nervoso!_Passou a mão nos cabelos e se virou, quebrando o nosso olhar.- Agnes, me diz que você nao tem nada com aquele cara, me diz que você iria me contar do bebê, por favor, me diz que você... que você iria voltar!

Percebi o desespero na voz de Andrea, e fui tentar acalmá-lo.

Ele novamente, olhou nos meus olhos e acariciou o meu rosto.

- Eu sentia a sua falta, foi um tormento está longe de você!

Fechei os olhos, enquanto a mão dele acariciava o meu rosto, e as palavras involuntariamente saíram da minha boca.

- Eu também senti a sua falta!

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