Oito

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( continuando do capítulo anterior aqui porque deu uma bugada)

Mas com o passar do tempo, Johnny foi ficando muito ocupado com reuniões que iam surgindo com seus advogados.

Eu não estava gostando nada disso, apesar de saber que eram compromissos importantes sobre o julgamento.

O que mais me incomoda é saber que a maioria dessas reuniões eram apenas com a advogada Camille.

E eu não entendo o porquê.

Hoje, minhas tias estão de malas prontas pra voltar ao Brasil. Tia Simone e sua esposa, Tia Soraya, tinham coisas importantes para resolver lá e tinha que ser pessoalmente. O Tio Beto resolveu aparecer e aproveitou a viagem delas pra ir também levando a gata da tia Malu. Foi difícil convencer ela a ir. Não queria me deixar sozinha, mesmo sabendo que sou acostumada a ficar só em casa. Mas agora tem o johnny e eu não vou ficar tão só.
- Eu não gosto de te deixar só Thaís. - ela disse já com as malas prontas.
- Tia não precisa se preocupar. Eu vou ficar bem.
- Malu vamos logo, para com essa choradeira. Nossa menina sabe se cuidar. - tia Simone fala apressando ela.
- É tia, aproveitem a viagem, na próxima eu vou.
- Mas Thaís....
- Ô gente. Chega de drama Maluzinha. Vamos! - tia Soraya levanta do sofá pegando sua mala.

Johnny e eu levamos eles até o carro.
- Avisem quando chegarem no aeroporto e quando pousarem! - digo fechando a porta do carro.

Tio Beto, antes de subir o vidro do motorista fala:
- Cuida da nossa sobrinha em Johnny.
- Pode deixar! - ele responde batendo continência.

Nos despedimos e eles se formam.

- O que a gente faz agora? - pergunto sentando no sofá.
- Sei lá, que tal nada! - Johnny responde sentando do meu lado e continua - vamos pedir uma pizza? Que tal tirar o dia pra celebrar a nossa amizade? - ele termina a frase gesticulando as mão como se jogasse confétis pra cima e eu dou risada.
- É uma boa ideia capitão! - Ele cerra os olhos entendendo a referência.

Comemos a pizza e tomamos vinho.

Marcamos de jantar juntos. Íamos sair as 08 horas e agora são 07 e 30 mim.

Eu estava me arrumando no meu quarto e Johnny no dele.

Não é querendo me gabar não mas eu estou linda para um caralho. A maquiagem está perfeita, disso eu tenho certeza porque é uma coisa que eu faço bem.

Já estou pronta pra descer. Ouço batidas na porta e obviamente é Johnny. Abro-a e ele tem uma expressão facial engraçada ao me ver.
- Já estou pronta e vejo que você também. - o rosto dele foi relaxando.
- Ah não! Eu não acredito que vou ter que fazer isso.
- Fazer o que criatura? - fico confusa.
- Surgiu mais uma reunião e eu não posso deixar pra depois. - minha face ficou triste na hora, mas tentei melhorar.
- Ah.... é... não... não tem problema, marcamos o jantar pra um outro dia. - dou as costas à Johnny e vou até minha penteadeira.
- Você não está chateada, está? - ele pergunta indo até mim. Claro que sim.
- Não, pode ir pra sua reunião. - começo a tirar os brincos.
- Bom... É... Camille me espera. - O encaro pelo espelho. E ainda por cima vai sair com a advogada.
- A reunião de hoje é só com ela?
- Sim! Por que?
- Por nada. Vai lá. Não é educado deixar uma mulher esperando.

Ele sai fechando a porta e eu começo a me desmontar. Pela janela vejo o carro dele sair.

Que filho da mãe! Johnny não disse o horário que chegaria e nem eu perguntei.

Eu tô muito chateada. Sei que é muito importante essas reuniões, mas gente??

E agora, o que que eu vou fazer nessa cada gigantesca sozinha?

Ainda não tinha tirado a maquiagem então tive uma ideia. Vou aproveitar minha própria companhia. Coloquei outro vestido, um preto de alcinhas e curto, um salto bem alto e pedi um uber. Enquanto ele não chegava fui até a cozinha e peguei uma garrafa de vinho e uma taça.

O carro chegou e eu entrei com minha bebida. Fui pra um bar do outro lado da cidade. Sim fui beber, levando minha taça.

Sentei numa mesa e sequei a garrafa dentro de uns 15 minutos.

Antes de pedir a próxima eu senti um desconforto por estar sozinha e em um bar onde não conhecia ninguém.
- Mas o que que eu tenho na cabeça?
Comprei outra garrafa e saí dela. Peguei dessa vez um taxi e voltei pra casa.

Se eu quero ficar bêbada, que seja em casa.




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