Uma Em Um Milhão 😧

Vinte e oito

         As mulheres que estavam comigo na sala me olharam muito assustadas. Pareciam ver um monstro de sete cabeças e eu não entendia o porquê. A neurologista se aproximou de mim.

          - Thaís, _ olhou pra a outra médica e voltou para mim _ - Você não conhece alguém chamado Johnny?

           Eu a encarei com o cenho franzido.

           - Eu devia conhecer?
          
          Antes que a doutora pudesse me responder, minha tia entrou no quarto acompanhada de um homem e ele por algum motivo mirou-me emocionado.

         - Oh meu Deus, que bom que você está acordada! Eu nunca me perdoaria se tivesse acontecido algo pior com você!

          Ele veio até mim e se debruçou por cima da cama me abraçando.  Enquanto o abraço permanecia eu manti meus olhos abertos, olhando por cima do ombro do moço para as mulheres.

           O homem, ao perceber que não correspondi à seu abraçando, tornou a ficar de pé.

          - Você continua zangada comigo?  Me perdoa por favor.

           Eu estava assustada.

         - O que é isso? Quê que está acontecendo aqui?  E quem é este homem?

          Ele então me olhou confuso.

         Amélia, a neuro, pediu que Johnny se retirasse da sala e assim ele fez, mas sem entender.

          - O que tá acontecendo com ela Amélia? _ a doutora Torres perguntou.  Acho que todas estavam esperando uma resposta.
         - Preciso fazer mais exames nela, Callie! _ ela voltou seu olhar para mim_ - Olha, não precisa se preocupar ok? Vou querer outro raio-X  da sua cabeça. Algo passou despercebido.  Aquele homem que pedi que saísse é o seu.... bom.. é, você o conhece muito bem. Segundo suas tias Thaís, você conheceu ele no ano passado. Certo tias? _ ela olhou para elas e as mesmas assentiram. Você pegou uma pancada forte na cabeça.  Eu já sei o que é que está acontecendo com você. Só preciso dos exames para confirmar. É melhor uma de vocês ir falar com o senhor Depp. Uma enfermeira virá para levar a paciente para a radiologia, depois vocês tem o resto da noite para conversar. Mas lembre-se Thaís. Precisa descansar e amanhã voltarei com o resultado dos exames.

        Nós entendemos e as médicas saíram se despedindo.

        - Eu vou contar a situação para o Johnny ! _ Yaya falou  me dando um beijo na testa com cuidado, pois estava ainda com curativos. Ela então saiu.

          Tia Simone e tia Malu estavam com caras muito preocupados, mas eu não entendi muito bem a gravidade disso.

        Elas começaram a me fazer perguntas.

         - Meu amor, você lembra do acidente?
          - Bom, só de uma parte.
         - Pode nos contar?
         - Lembro que estava dirigindo pata algum lugar. Meu celular tocou e tentei alcançá-lo no banco do passageiro levando o braço até lá e acompanhei com os olhos.  Quando voltei a atenção pra estrada, não havia mas estrada.

           Elas aparentaram estar impressionadas.
  
            - E antes disso?
            - Não me recordo.
            - Você lembra o seu país de origem?
            - Ué, claro que sim. Sou, aliás, somos brasileiras. Temos casa no Brasil, mas já faz alguns anos que moramos aqui.
            - Isso, continue.
            - Bom, eu tenho um lugar preferido na cidade. Consegui uma espécie de emprego lá.
            - Isso, exatamente.
            - Esse é meu último ano na faculdade.
            - Querida, o que você sabe sobre Johnny, Johnny Depp?
            - Nunca ouvi este nome antes? Vocês pode me explicar o que ele tem haver comigo?

          Antes que elas pudessem me responder, a enfermeira chegou. Fui então para onde as médicas disse que me levariam.

               Pov: Johnny

       - Como assim ela não se lembra de mim?
 
        Falei pra Soraya e logo Simone e Malu chegaram.

         - Johnny, Johnny... calma. Fica calmo. _ Soraya tentava me controlar.

         - Como eu vou ficar calmo? Como Soraya?

          Baixei a cabeça não acreditando nisso tudo. Minha garota me apagou da memória dela. E se ela nunca mais se lembrar? O que eu faço?