O castelo no ar

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Quando por fim acabou, o cristal sobre o topo brilhou e sangue saiu de sua mão, tal qual com seu irmão, parecia ser coletado pelo cristal negro formando outros dois cristais, pequenos, os quais pairavam a frente de ambos. Barakus não parecia muito feliz com aquilo, com um gesto por fim o patamar com o cristal voltava a descer lentamente em direção ao chão enquanto os outros surgiam de volta para o grande salão. Victoria parecia perceber a mudança de humor de Barakus, e rapidamente se juntou a ele, parando ao lado do mesmo enquanto nos avaliava.

— Akariel! Mostre a seus novos irmãos o castelo... irei conversar com nosso senhor sobre novas missões para enviá-los... — Disse a loira, toda emplumada ao lado do homem, e pelo visto era uma postura regular da mulher, já que ninguém ali mostrará estranhamento. Entretanto, havia uma outra preocupação com relação a seu irmão, já que ele não parecia mais interessado em Victoria, mas agora na mulher que havia enfrentado, o qual se descobriu como nome de Akariel.

— Por aqui vocês dois... — Ela disse de forma afável, havia um ar estranho sobre ela, um ar puro e encantador até mesmo para Alessia, que parecia atraí-la e ao mesmo tempo repeli-la.

E enquanto a observava andando pelos corredores do castelo, percebeu que sua presença a lembrava a de sua mãe. Era como uma sensação tenra que parecia expulsar toda a escuridão que a circulava desde o dia da morte dela. Quem afinal era aquela mulher?O lugar era um amplo castelo, mas não havia soldados, nem servos, apenas ao que Akariel dizia era apenas uma dúzia de guerreiros de alguns lugares distantes, outros próximos, mas a maioria não ficava ali.

— Na verdade eu acho que Barakus gosta de colecionar guerreiros, ou juramentos deles, mas a maioria depois de viver um tempo aqui volta para o reino de origem, para resolver os próprios problemas. Aqueles que juram lealdade quando precisam de ajuda, enviamos um ou dois... Mas soube uma vez que, quando Baraku foi solicitado por um reino aliado, tropas de soldados surgiam, além de que todos os guerreiros foram convocados.

— Mas se não tem servos aqui... como se alimentam?

— Bem, de tempos em tempos caçadores trazem caça e mantimentos em troca de um pouco de pedras de poder... Runas que podemos dizer. A maioria os usa para fortalecer suas armas, mas com o tempo a magia desaparece. Victoria e Barakus são excelentes usuarios de magias, e usam os cristais negros para embuir magia dentro deles. Assim fica uma troca de favores. Quanto a quem cozinha bem, eu geralmente cozinho para todos, isso me distrai bastante enquanto fico aqui. — Explicou a mulher dando de ombros, e logo em seguida Cornnell se aproxima dela e pega sua mão gentilmente, suas palavras saiam complacente, fazendo a irmã revirar os olhos.

— Isso quer dizer que não tem para onde voltar? Pobrezinha... pode morar conosco entre os Galahti se quiser... Alessia é mal humorada, mas eu tenho certeza que ela vai adorar finalmente aprender a cozinhar e a ser uma dama. — E foi nesse momento em que a jovem chutou seu irmão, fazendo o mesmo cair no meio do corredor.

— Eu vou te mostrar o que uma dama faz, seu cão sarnento miserável! — Dizia de forma irritada, ambos começaram a discutir, mas não demoraram muito logo retornando a andar pelos corredores.

O castelo em si não era diferente de muitos outros, havia um salão que usavam para se reunir, o salão principal onde possui a sala do trono de Barakus, uma biblioteca extensa, onde percebeu estar agora o rapaz de cabelos dourados, o qual ignorava a passagem deles apesar de Alessia sentir os olhos dele fuzilarem suas costas. Certamente teria um problema com aquele homem, cedo ou tarde. A área mais distante do castelo, a parte sul ficava onde treinavam, um extenso pátio descoberto onde podiam usar seus poderes mais a vontade e por fim, usando as escadas ficavam os dormitórios.

Alessia fora deixada em um quarto que certamente daria o dobro do seu mesmo na infância, a cama era um dossel grande, era macio, parecia que ao deitar estava sobre nuvens, provavelmente era feito de lã, mas era tão macia, tão diferente das camas de pele que tinham o costume de usar no castelo de seu pai. Havia um baú largo e grande, ao pé da cama, possivelmente para por suas roupas ou coisa do gênero, no centro havia um extenso tapete peludo, possivelmente de pele de algum animal de pelagem alta e uma janela extensa que ia do teto até quase o chão e com enormes cortinas pesadas. Enquanto do outro lado do quarto tinha uma divisória de madeira e ao que parecia ser colunas de cristais, que ao se posicionar de frente se viu de frente para uma banheira feita de bronze, grande o suficiente para ela e mais um. Sobre ela pode reparar que havia algo que se assemelhava a um duto de metal, como aqueles que desciam os esgotos do castelo, mas aquele parecia vir de cima. Ao lado havia uma corrente de metal com um puxador em dourado, Alessia o tocou sutilmente e então o puxou de leve, e água começou a escorrer do duto para a banheira.

Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora