Armadilha ou Impasse?

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Ele arqueou a sobrancelha, enquanto a filha dele se encolhia atrás do pai, Alessia não precisava ver para notar que ela corava, a loira por sua vez se voltava para nos, exibindo os olhos cor de mel que chamaram a atenção de Alessia. Eles tinham um leve toque verde, mas certamente eram quase dourados, e a única pessoa que tinha aquele tom de cor de olhos era Vallerius ao que ela conhecia, mesmo que o dela não chegasse a ser tão vivo quanto o dele. Não gostava daquela garota, percebia assim que pousava seus olhos sobre ela, havia algo nela que a incomodava, mas logo seus olhos caiam sobre um colar que ela usava, uma pedra negra que parecia ter no centro algo semelhante a um olho.

— Sejam bem vindos... bem, não negarei que a verdade foi apenas que buscava lhes chamar a atenção... justamente por que precisava lhes apresentar Victoria.. Ela vem de um país estrangeiro e queria entrar em contato com o Rei... Então achei que o melhor fosse acobertar usando uma desculpa qualquer. Essa é..

— Eu sou Victoria Mulleth, eu vim de muito além do mar, mas a muito deixei minha nação... eu pertenço agora ao império de Barakuh Alzilu, o mago das trevas Estou aqui como diplomata para formar uma aliança. Vocês nos juram lealdade, nos concedendo seus dois melhores guerreiros e ajudamos mandando os nossos... Podemos acabar com essa guerra em instantes... nosso líder Barakuh é extremamente poderoso, e podem ajudar com todo esse caos...

Aquilo era uma palhaçada, só poderia ser, não tinha outra explicação para Alessia, aquela mulher achava que iriam formar uma aliança daquele jeito? Que simplesmente iriam se rebaixar para aquele tal de Barakuh Alzilu? Aquilo era ridículo. A sobrancelha de Alessia se arqueou, deveria matá-la ali mesmo ou simplesmente ignorar aquela existência? E o que fariam com relação ao Gwennet? O matariam e casaram a filha dele com alguém de confiança por permitir aquilo? Respirava fundo, ter tantas pessoas de corpo quente estava a deixando nervosa e sedenta.

— Eu ficaria muito feliz em depositar não apenas minha confiança, mas toda a minha alma, sua causa, minha dama... — Começava Cornnell a um passo de se jogar sobre os pés da mulher.

— Assim como outra coisa não é seu cão imundo? — Pergunta Alessia, usando o punho para socar a cabeça do irmão mais novo, sem conseguir acreditar como ele se tornava um completo idiota quando se tratava de mulheres. — Me desculpe, apesar do que meu irmão pensa não posso responder por meu pai, nem ele. Entretanto, se meu pai não desistiu e entregou o reino nas mãos de meu tio, duvido muito que ele vá aceitar se rebaixar a vocês..

— Bem nesse caso... — Um sorriso malicioso surgiu nos lábios dela, e Alessia pode sentir a mente dela maquiando, os olhos cor de mel se voltavam para seu irmão mais novo, como se o analisasse e o sorriso se alargou enquanto se aproximava dele e acariciava delicadamente seu rosto. — Se jurar lealdade a nosso senhor, e se tornar nosso guerreiro, respondendo quando for chamado, podemos lhes dar algum auxílio, ajuda talvez...

— Fora de cogitação... — Disparou Alessia, tarde demais.

— Eu topo! — Disse o lupino quase se derretendo ao toque de Victoria.

— Cornell! Não, você não topa, você vai...

— Alessia, você não é a mamãe. Além do mais, eu já sou um adulto e sei o que estou fazendo.

Por um segundo Alessia sentiu a ira preencher todo seu ser, pensando em esmagar a cabeça dele contra a parede. Mas por fim ela deu um longo suspiro, seus ombros se relaxaram fez um gesto para o soldado que estava mais atrás, apenas observando-os discutir e por fim anunciou.

— Avise ao Rei que, ficaremos um tempo fora... Eu irei acompanhar o príncipe Cornnell nessa ideia maluca.

— Não precisa vir comigo se não quiser... — Disse o rapaz meio contrariado, sabendo que provavelmente sua irmã arruinaria seus planos.

Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora