O Elo

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"O reino do clã Galahti se encontra no alto das montanhas de Nursury, no extremo oeste onde o castelo imponente, cinza emerge sobre a montanha, ao redor de seus muros uma extensa floresta seguia até o vilarejo que existe abaixo. Seu povo se divide em dois extremos, uma família extremamente forte de feiticeiros e outro sobre crias de lobisomem, o qual havia se misturado a muitos anos atrás. Um reino que tinha tudo para ser próspero se não fosse os pilares de sangue em que ele se firmou. Havia um antigo conto que, o antepassado do rei era um homem violento e ganancioso e que em busca de poder submeteu vários povos. Para formar uma aliança com ele, um antigo xamã, líder de uma tribo ofereceu um casamento, entregando assim sua filha em troca de que seu povo pudesse permanecer vivo, e se unisse ao dele. Entretanto, quando o laço havia sido feito, o guerreiro decidiu matar o chefe xamanista, e então consumou seu casamento com a filha do homem, ainda sujo do sangue do velho. Naquela mesma noite a mulher havia presenciado a morte de seus guerreiros, homens em quem confiava, sangue de seu povo até que a única coisa que poderia lhe defender fosse os homens de confiança do guerreiro. Naquelas terras fora-se feito um castelo, por cima das ruínas amaldiçoadas ao qual o povo xamã não ousava ir, e fora ali que a mulher havia dado a luz ao primeiro herdeiro. Naquela mesma noite, antes que o cansaço, dor e desespero consumissem a mulher ela rogou uma praga, invocando seus antigos deuses sobre aquela terra. Dizem os antigos que, até hoje a maldição percorre a família real... "

— Alessia! Você está prestando atenção no que estou lhe ensinando? — A pergunta inquisidora surgiu da ama de leite de Alessia, uma matrona com um corpo largo, e fartos seios, está segurava um livro em uma das mãos enquanto a outra tentava chamar a atenção de Alessia. Os olhos azuis se voltavam para a mulher, parecia levemente irritada com sua condição, os cabelos negros e longos caiam sobre seus ombros, lisos como um rio, escondendo os laços brancos que enfeitavam seu vestido.

— Sim, eu escutei Glenda... Eu conheço a história e a maldição. "Em nome dos 7 pecados, a terra será consumida, lavada a sangue sobre o custo das vidas tiradas. Luz e Trevas andaram lado a lado, e então tudo será consumido, dando enfim descanso aos espíritos famintos" — A jovem recitava os versos com precisão, tais versos que havia lido inúmeras vezes antes, desde a primeira vez que ouviu.

Não importava o que os anciões dizessem ou tentassem alegar, mas para ela aquela maldição dizia respeito sobre seu pai. Luz e Trevas. Seu pai nascera com cabelos negros como os dela, entretanto seu irmão gêmeo possuía cabelos tão brancos quanto a neve, e apesar de não ter puxado a força bruta comum do clã Galahti, seu poder mágico era muito acima do normal. E apesar de seu tio ser o mais velho, foi para seu pai que a coroa foi passada, por ser o mais controlado e sensato de ambos. Entretanto isso não agradou seu tio, Murron, o qual anunciou guerra, acreditando que a escolha era errada apenas pelo fato de que ele não possuía a transformação do lobo e que os anciões se arrependerão disso.

— Você acha que a profecia se referia ao meu pai e meu tio, Glenda? — Perguntou a menina, voltando seus olhos para a janela, o vidro estava enfumaçado devido a quantidade de velas que eram postas ali para entrar alguma luz nos dias de nevasca, mas ela conseguiu ainda ver as árvores lá fora, e ela tinha certeza que podia sentir um par de olhos a observando também.

— Os anciões dizem que essa maldição é apenas contos antigos, para nos lembrar de onde viemos e que, apesar do que foi conquistado, a ambição pode nos levar para caminhos sombrios. Mas isso não é algo que uma princesa como você deveria aprender, devia estar lhe ensinando a história do reino e não sobre guerras.

— E por que não? Aquele inútil do meu irmão não tem disposição para tal, vive com preguiça de aprender a manejar uma espada. Não vejo problema em aprender algo de mais útil do que história.

Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora