Barakus Azilus

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A noite se passou, Alessia enviou os dois soldados de volta para seu pai, pedindo para que desse o recado, seu filho mais novo e sua filha estariam embarcando em uma aventura, se aliando a um clã estrangeiro para avaliarem se eram dignos de uma aliança com o Rei Gregori. Claro, aquilo era uma mera desculpa para não dizer a verdade, Cornnell se deixando levar pelas próprias vontades e prazeres, se meteu em uma situação ao qual agora, Alessia teria que vigiá-lo para que não piorasse tudo.

Um dia se passou, o sol estava se pondo novamente e os últimos raios de sol deixavam o mundo quando todos os três se reuniam no saguão principal. Alessia não sabia onde ficava localizado o tal clã, mas estava especulando que certamente seriam dias de viagem, o que para ela era um problema. Mas ao chegar ao pátio externo para onde a loira os conduzia percebeu que havia um círculo arcano da magia desenhado no centro do pátio. Arqueou a sobrancelha, reconhecia algumas runas, o que era interessante apesar de não saber para que servia aquele círculo e para qual magia.

— Por favor, vão para o centro do círculo mágico... — Disse a loira com um sorriso orgulhoso nos lábios, e foi somente quando ela se juntou a eles no centro e começou a entoar a magia que Alessia conseguiu compreender do que se trata.

O círculo brilhou em um tom púrpura à volta deles, criando uma barreira de luz que incomodava Alessia e então foi como se tivessem sido atingidos por uma onda, roubando todo o ar de seu corpo. O brilho aumentou até que se tornou tudo e sentiu como se seu corpo estivesse sendo puxado, jogado e revirado de um lado para o outro, cada parte parecia estar indo em direções opostas. E então acabou, durou apenas alguns segundos e quando a luz começou a diminuir percebeu que estava em um lugar totalmente diferente. Estava no que parecia ser um pátio coberto por uma abóbada de mármore e vidro, o piso da pedra branca havia sido entalhado com o círculo arcano que a mulher havia conjurado no pátio do forte, tirando por uma pequena runa, que agora percebeu que era uma posição. Parecia se tratar de uma área externa, e pode ver a vegetação à volta, mas além disso, pode perceber cristais de cor púrpura à sua volta. Tudo estava escuro, mas isso não impediu que ela pudesse ver mais além da abóbada, a frente havia um caminho de pedras sobre a grama além das colunas de mármore e cristais, e as suas costas havia um extenso jardim que se misturava entre cristal e plantas, entretanto além daquilo não havia nada, apenas uma extensa escuridão. O vento forte passou por seu corpo, e isso fez seus olhos se voltarem mais para cima, e ali, tão claro como o dia, e tão perto que jurava que se esticasse a mão poderia tocar, a lua cheia parecia quase querer engolir eles de tão perto que estava.

— Estamos no ar?

— Oh.. então descobriu? Sim... a base de nosso amado Barakuh se faz em um castelo aéreo.. A ilha flutuante é feita destes maravilhosos cristais que com a magia certa, podem criar um campo mágico que o mantém no ar... Graças a isso sobrevoamos a terra e vivemos indo e vindo com facilidade...

— Mas e a magia do teleporte? Não é qualquer um que pode fazê-lo para uma distância tão longa...

— Nesse caso a chave está exatamente nessa abóbada... Ela serve como captador... podemos vir para cá de qualquer lugar, mas para sair daqui, temos que usar um dos portais que são criados quando criamos vínculos com os reinos, uma prova da aliança de forma que eles podem ir e vir...

— Assim como você diz que quer fazer conosco...

— Você não deixa passar nada não é querida? — A pergunta vindo da loira mostra sua irritação, e isso deixava Alessia no mínimo satisfeita, o fato de pontuar pequenos detalhes que eles deixam passar significava que suas segundas intenções não eram tão simples quanto pareciam, afinal ninguém oferece ajuda sem querer algo em troca.

Cornnell parecia calado, Alessia não conseguia dizer se ele estava avaliando alguma coisa naquele lugar ou analisando as curvas da mulher, mas logo eram conduzidos pelo pequeno caminho que levava pelas pilastras e cristais. Tão logo passavam das pilastras e podiam ver a área à frente se abrir em um longo pátio externo feito de mármore, ali os cristais brilhavam sutilmente trazendo uma iluminação um tanto quanto fantasmagórica. A direita estava o enorme portão de grades douradas e um jardim que levava até a parte interna do opulento castelo branco, havia pilares de cristais ladeando a entrada. A mulher os conduziu para o interior do castelo, os corredores eram feitos de mármore, como se tudo fosse calculado para parecer branco, uma carta de convite que para ela parecia bem claro a fachada que queriam transmitir. Deixou que a mulher lhes guiasse, o corredor lhes levava até uma escadaria o qual passava a subir em círculos até surgirem a um grande salão circular, havia pilares de mármore e cristal que trazia a luz no ambiente, um extenso tapete preto seguia em linha reta até a outra ponta, cortando o salão ao meio.

Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora