Dias se tornaram semanas, e semanas se tornaram quatro longos meses, algumas vezes Alessia e Cornnell saiam em missões, e na maioria delas a jovem achava inútil e imbecil. Isso claro, a princípio, até perceber algo estranhamente similar, todas as missões e não somente as destinadas a ela, eram para capturar magos e pedras de grande poder, Andreas não voltou a procurá-la depois daquele dia, e eram raras as vezes que o via na biblioteca ou dentro do castelo. E foi uma noite que tudo começou a se encaixar, estava em seu quarto, lendo um dos livros da biblioteca, Victoria surgia em seu quarto requisitando sua presença nos aposentos de Barakus.
— O que ele quer comigo dessa vez?
— Irá saber quando chegarmos lá, agora se adiante, não devemos deixá-lo esperando. — Alessia revirou os olhos, nunca deveriam deixar ele esperando pelo que já tinha percebido.
Os aposentos de Barakus estavam no topo da torre central, um quarto amplo que certamente era do tamanho de um grande salão. O local era revestido por inúmeras janelas circulares e lhe dava uma ampla visão de toda a ilha flutuante, a cama era um enorme dossel circular com tecidos e almofadas jogados a esmo. O estandarte residia nas paredes, e os cristais iluminavam o chão feito de mármore. Havia uma lareira acesa em um canto, onde poltronas ricamente detalhadas ficavam e no centro de tudo aquilo havia uma enorme mesa onde estava inúmeros pedaços de papéis, um deles ainda vendo de relance ela pode notar que era mapas. Certamente era ali que ele analisava tudo, vistoriando aquilo que havia coletado e criando minuciosamente mapas da região abaixo, reinos que faziam alianças entre outras coisas.
Por fim, Barakus estava sentado em uma de suas poltronas ricamente detalhadas e revestida com o que acreditava ser de um animal. Havia uma segunda poltrona voltado de frente para a dele, ao lado uma mesa retangular o qual detinha de vinho, pão, queijo, carne e uma variedade de frutas, certamente estava fazendo sua refeição quando decidiu chamá-la. Alessia ficou parada à porta, Victoria simplesmente a anunciou e se retirou do local, mas a jovem só se mexeu quando Barakus fez um gesto para que ela se sentasse à sua frente, e assim a jovem o fez, encarando com desdém. A bem da verdade nunca havia gostado dele, e nem do fato dele estar sempre tentando lhe dar ordens e a controlar, se nem Vallerius conseguia fazer isso, imagina aquele ser deplorável.
— Por que afinal de contas me chamou aqui? Não vai me mandar em outra missão? Já lhe disse que não sou o seu soldado pessoal. Meu trabalho é cuidar do meu irmão.
— Você não se cansa disso?
— O que? — Perguntou com o mesmo desinteresse.
— De estar sempre a serviço do seu irmão, o qual você já sabe eu o uso para mantê-la sob meu controle... Não está cansada de se rebaixar a esse trabalho medíocre? — Enquanto ele falava a sobrancelha de Alessia se arqueava, fazendo com que ela cruzasse os braços, não estava gostando do rumo daquela conversa, mas não permitiria que ele percebesse, optando por abrir um discreto sorriso nos lábios.
— O que exatamente está querendo me propor? Que eu mate meu irmão? Não vou negar, às vezes essa ideia me é muito tentadora.
— Na verdade, algo maior. Você é uma criatura excepcional, além de uma raridade entre os Vampyrs... gostaria de lhe fazer uma proposta. Seja minha mulher, se une a mim não apenas como parceiros de um império, mas senha minha e juntos poderemos governar todos. Daremos um fim à guerra que assola suas terras, terá todo o poder do mundo.
As palavras dele a pegaram desprevenida. Criar um império? Do que ele estava falando? Se aliar a ele? Aqueles pensamentos vieram tão rápido e de uma forma tão icônica a sua mente que claramente a fez gargalhar enquanto o encarava. Ele achava que era isso que ela almejava? Esse tipo de poder? Que desejava governar algo? Dessa vez o sorriso divertido sobre a face de Alessia foi real, a mesma pegou uma pequena uva do cacho sobre a mesa e começou a brincar com ela, rolando-a com a ponta das unhas sobre a mesa.
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Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das Trevas
VampireVocê já se perguntou por que o mundo possui monstros?Por que existem as trevas? Você já escutou o chamado dela? Alessia Galahti foi uma das poucas que escutou o chamado das trevas, e graças a um pacto feito por seu pai, ela é conduzida até uma anti...