Foi uma fração de segundo que teve para puxar a armadura do irmão para baixo, de forma a desequilibrá-lo e o fazer cair no chão enquanto avançava, ficando a frente da porta. Não teria tempo para conjurar uma espada ou escudo para defender de forma que apenas se colocou à frente recebendo o primeiro ataque. Garras perfuravam seu peito, exatamente entre os seios, enquanto um Vampyr estava à sua frente. Não havia percebido que a última luz do sol havia abandonado o solo enquanto discutia com seu irmão, mas agora podia ver que haviam usado exatamente o rapaz para chegar até ela, o que indicava que não estavam sozinhos.
— Sabia que é indelicado colocar as mãos nos seios de uma mulher? — Dizia arqueando uma sobrancelha, criava uma espada com as sombras e logo em seguida cortava o braço daquele Vampyr, fazendo o mesmo gritar e se afastar dela. — Não era para vocês estarem aqui... mas já que estão, quero que lidem com lupinos que trouxeram esses Vampyrs... Certamente até o meio da noite teremos muito mais do que apenas um grupo de batedores. Posso contar com você Serghei, ou está cansado demais?
— Bem, não espero reforços... então espero que você tenha aprendido a lutar melhor do que antes maninha... Porque vamos estar ocupados demais para te salvar.
— Me salvar? Se não reparou, eu acabei de te salvar seu inútil...
— Uma manipuladora de sombras?? Eu nunca tinha visto isso... — Disse o Vampyr que encarava com curiosidade, o braço se recuperando lentamente assim como a ferida sobre o peito de Alessia desaparecia.
— Sua cura é lenta... isso quer dizer que foi transformado a poucos meses estou certa? Isso vai ser moleza... Aonde estão seus amiguinhos?
Dizia a garota avançando passo por passo além da porta, fazendo o Vampyr recuar para o corredor, ele pulou em sua direção mas antes mesmo de sequer tocar nela a parede ao lado deles se partia, enquanto Falkor surgia dos destroços, acertando o Vampyr de forma que ele batia contra a parede seguinte.
— Então vocês finalmente conseguiram controlar suas singularidades... são poucos no reino que a possuem.
— Não é só você que evoluiu esses anos... Agora vamos sair daqui, não me dou bem com espaços apertados.
Alessia deixou que eles avançassem enquanto voltava sua atenção para o Vampyr que estava voltando a se reconstruir. Vallerius havia dito que havia outras formas de matar um deles sem ser através do fogo e da luz do sol, um vampyr morria quando ele chegava ao extremo de ficar sem sangue, que significava ter seu sangue todo drenado e o outro era através de armas específicas, abençoadas ou amaldiçoadas.
— Sabe... eu não tive ainda a oportunidade de testar essa arma ainda... e terei a honra de dizer que você será meu primeiro... prometo que serei delicada querido...
Dizia enquanto criava um pequeno símbolo no mesmo ponto que tinha sofrido o primeiro ataque, sua unha rasgava a carne formando um círculo arcano que começou a ficar negro. Levou ambas as mãos ao centro, cruzando-as enquanto várias sombras pareciam sair de dentro do círculo e então dois cabos surgiam. Alessia os pegava e puxava as duas lâminas curvas de dentro de si de uma única vez, encerrando o feitiço.
— Agora vamos começar a diversão... Aconselho chamar logo seus reforços... Sei que provavelmente possui um duque ou um príncipe por trás disso tudo... comandando tudo por trás dos panos... Eu adoraria bater um papo com ele sabe...
— Como você... como sabe disso? Você é de outro clã? O que é você?
— Bem, parece que vou ter que matá-lo para eles começarem a achar que estou falando sério...
Mal terminou de falar e avançou em direção ao Vampyr, ele ainda estava tentando se regenerar, não era mais do que apenas um mero peão, fraco e obsoleto e criaturas como aquela já não eram nada para Alessia. O treinamento que teve durante todos aqueles anos serviu para alguma coisa, afinal, foi apenas questão de segundos, usou ambas as espadas para arrancar os braços dele, e como uma tesoura cortou a cabeça dele. Mas apesar disso, o sangue que saia do corpo da criatura não era derramado, uma única gota não tocou o chão, ao contrário, deslizava como uma fita lentamente em direção a espada de Alessia. Um vampyr sem sangue não era nada além de cinzas, e foi o que ele se tornou quando sua espada terminou de drena cada gota de sangue. Sim, aquela era uma espada bastante interessante, podia não ser forte como aço, mas não importava se usada de forma correta. Entretanto, aquela habilidade não daria pra se usar sempre, então o melhor seria manter ao menos escondida por enquanto.
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Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das Trevas
VampirVocê já se perguntou por que o mundo possui monstros?Por que existem as trevas? Você já escutou o chamado dela? Alessia Galahti foi uma das poucas que escutou o chamado das trevas, e graças a um pacto feito por seu pai, ela é conduzida até uma anti...