Vínculos de Sangue - Cronicas dos Filhos das Trevas

Barakus O Necromancer.

Se encararam por alguns segundos, antes de se afastarem de novo, as espadas voltaram a se colidir, enquanto pareciam oscilar entre desviar do ataque e brandir as espadas um contra o outro. Foi quando um ataque inesperado surgiu e por um segundo um jato de algo verde vinha em sua direção, não teria tempo de se esquivar, por isso usou a espada para aparar o golpe. E no instante seguinte algo colidiu com a lateral de seu corpo, a retirando da área de ataque, mãos envolviam sua cintura e os cabelos dourados tomavam sua visão por um segundo.

— Essa foi por pouco! — A voz de Andreas surgiu em seu ouvido.

— O que está fazendo? Não devia estar ajudando os outros?

— Devia era me agradecer, se não esse ácido teria derretido até os ossos. — Andreas apontava para sua espada e nesse momento Alessia percebeu que ela havia sido consumida completamente, e ainda estava a derreter pelo ácido, assim como o manto que ele usava, tendo de descartá-lo.

— Ótimo... agora vou ao menos ter o prazer de socar a cara dele...

— Vai querer ir no soco? Sério isso? Definitivamente não tem refinamento nenhum. — Apesar da crítica, ele parecia se divertir, tomando a frente e segurando sua espada, que novamente Alessia notou o quanto estranha era.

— Você fala isso depois de conhecer meu irmão? Perto deles eu sou a pessoa mais refinada que irá conhecer. Certo, já que vai me atrapalhar, então vou precisar que chame a atenção dele por um momento.

— Já terminaram de paquerar? Ou terei que matar os dois? — Disse Barakus assumindo a posição de ataque novamente e indo em direção aos dois.

Andreas tomou a dianteira deixando Alessia para trás, desperdiçou apenas alguns segundos olhando para o lado, a batalha permanecia intensa, mas Cornnell não parecia estar passando por nenhum outro problema que não soubesse lidar, por isso decidiu confiar em suas habilidades. A mulher respirou fundo, fazendo um pequeno corte sobre seu pulso e por fim criando o símbolo do selo sobre seu peito usando seu próprio sangue. Sentiu o poder da magia fluir, conjurando o ritual para trazer sua espada para si, e logo a mesma surgia de um portal de seu peito, conjurada das trevas dentro de si mesma e então se materializando.

— Como pensei... ela é uma cria das próprias sombras... — Escutou as palavras de Barakus e nesse momento Alessia soube que a luta entre ele e Andreas havia parado enquanto observavam ela conjurar a espada.

Não se importava, não se envergonha do pacto que havia feito com Vallerius e de como havia conseguido seus poderes, afinal nenhum deles lhe foi dado, cada gota de sangue foi o preço. Puxou a espada feita de obsidiana junto com a pedra vermelha que pulsava em sua guarda, logo em seguida voltando a atenção para a batalha.

— Não... Eu fiz um pacto com as trevas... dei minha vida e meu sangue para isso... Mas diferente de você eu não busco usar esse poder para subjugar o mundo. E sim, proteger e lutar pelo meu clã.

— Não existe diferença nisso Alessia, você está lutando pelos seus ideias, e mata para alcançá-los... quanto inocentes matou para chegar aqui? Muitos não é? Não existe diferença entre nós. — Tentou novamente o homem, e de fato ficava evidente a necessidade que ele tinha por ter ela ao seu lado, e certamente ela era a única solução que ele teria já que Vallerius nem sequer cogitaria se unir a ele.

Como teria tanta certeza? O que sabia sobre o Vampyr? Não, acreditava que aquele não era o desejo dele, afinal se ele quisesse dominar o mundo, por que se preocuparia em ajudá-la? Sempre ficou claro que ele poderia fazer o que quisesse e que o pacto de ambos era algo que ele meramente podia substituir. Além do mais, confiava nele o suficiente para saber que se ele planejava dominar o mundo, seu ego era grande demais para fazer isso com alguém tão repulsivo quanto Barakus.