''Estou morrendo de vontade de ter meus lábios nos seus''
O despertador parece ter um barulho dez vezes mais irritante quando se está cansado. Levanto minimamente para desligar o celular, sentindo meu corpo gritar de dor. Volto a deitar-me, ignorando completamente o fato de que tenho aula hoje. Sinceramente não estou com pique algum para enfrentar aqueles alunos bagunceiros e os professores falando o dia inteiro. Quando finalmente decidi me dar ao luxo de ficar em casa, ouço a porta abrir, seguido da voz calma de Dália chamando-me.
—Não me obrigue a ir hoje, por favor — choraminguei colocando a mão no rosto
—Eu nem disse nada...— sorriu minimamente se aproximando da janela e abrindo um pouquinho das persianas
—Mas tenho certeza de que você dirá que não posso faltar
—Tem razão...— vagueou pelo quarto pegando todos os objetos espalhados pelo chão recolocando-os no lugar — Não pode faltar sem motivos — parou no meio do cômodo, me encarando.
—Eu tenho motivos! — ditei como uma criança birrenta — Eu realmente tenho...— coloquei a mão na testa, sentindo uma pressão horrível na cabeça.
—Está se sentindo mal? — Soou preocupada quando viu-me resmungar.
—Estou — um bico involuntário se formou em meus lábios — Minha cabeça! como dóooi — tentei ser o mais convincente possível(apesar de ser verdade o fato de estar doendo), mas pela cara da mais velha, não fui nenhum pouco.
—Se for para me enganar vai precisar atuar melhor que isso, gyu.
—Veja bem Dália, minha querida flor do campo — me levantei vagarosamente, quase caindo quando senti minha pressão cair — Olhe para mim. Olhe essas olheiras, essa pele pálida...Olhe este corte, que feio — disse, alternando o olhar entre meu reflexo no espelho e o rosto dela — Eu preciso descansar e que milagre do destino...Meu pai não está nem ao menos na cidade, ou seja, não há problemas!
—Me desculpe Beomgyu, mas sabe que não posso permitir isso — soou doce, apesar de ter a feição triste — Venha, deixa eu cuidar desse corte antes de você ir.
[...]
Depois de ser tratado feito um bêbe por Dália que cuidou dos meus machucados e ainda preparou-me um lanche como pedido de desculpas por não me deixar fazer o que quero (quase morri de culpa porque ela realmente se sentiu mal), peguei a mochila e me apressei para não me atrasar ainda mais. Abro a porta e não me deparo com a mesma silhueta de todos os dias, mas apesar de estranho não tenho muito tempo de sobra, por isso aperto o passo a caminho da escola. Assim que viro a esquina pude ver Yeonjun correndo como lebre pela rua, quase esbarrando em mim por não conseguir parar.
—Ca-ramba... — ofegou- achei que n... — apoiou as mãos no joelho tentando recuperar o fôlego — Achei que não ia chegar a tempo — se endireitou, abrindo um enorme sorriso — Bom dia, cookie
—Você correu da sua casa até aqui? — pergunto indignado, apesar de não ser tão longe assim, ainda é muita coisa para fazer CORRENDO.
—Talvez... — limpou o suor que escorre pela testa — eu não queria estar igual uma cachoeira às sete da manhã, mas também não podia deixar de vir — riu como se não fosse nada. Sua expressão engraçada faz-me pensar no quão maluco é esse cara, mas eu simplesmente adoro esse maluco.
Voltamos a caminhar rumo à escola, rindo horrores da experiência matutina de Yeon. Além de correr praticamente cinco quilômetros ele ainda perdeu o tênis no meio do percurso e quase foi atropelado ao tentar recuperá-lo no meio da rua.
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Ghost (Yeongyu)
FanfictionBeomgyu perdeu a pessoa mais importante para si de uma forma muito repentina. Uma promessa foi quebrada, Sojin não estaria mais lá como disse que estaria. Sua vida parecia estar acabada, os problemas com seu pai ficavam cada dia piores. Não parecia...