7 de dezembro de 1850
Georgiana estava com Sarah aguardando o mordomo abrir a porta da casa dos Brougham.
Ela estava nervosa só de pensar em encontrar Nicholas mas devia a ele uma explicação.
Há dois dias havia retornado de uma pequena viagem que fez para a casa da Sra. Atkins e descobriu que Nicholas havia enviado uma carta convidando-a para um passeio na propriedade da família dele. Como não estava em casa, a carta ficou com sua criada até que Georgiana retornasse. E Nicholas sem resposta desde então. Ela não sabia se ele tinha noção se que ela havia viajado ou estaria pensando que ela teria sido descortês e ignorado sua carta. Estava angustiada com isso e na primeira oportunidade que surgiu, foi para a casa Brougham.
Depois de umas semanas mais entediantes que o usual, Nicholas finalmente estava animado. Recebera uma carta de Devlin onde o amigo dizia que iria visitá-lo no fim de novembro.
Com as coisas na Irlanda se encaminhando bem, Nick se sentia mais aliviado. Em breve poderia retornar para o seu trabalho e os outros... Negócios.
Fim de novembro chegara e junto com ele, Devlin. A companhia leve e divertida do amigo deixou a casa Brougham mais vibrante, e Nick, bem-disposto.
Só havia uma pequena coisa que o incomodava. Tinha mandando uma missiva com um convite para a garota Crane, e até agora não obtivera resposta. Ele até entendia que ela estivesse o evitando depois de tudo. Mas não conseguia ficar satisfeito com isso... Ele se desculpara, oras. Achava que os dois estavam em bons termos.
Mas por fim aceitou que talvez estivesse errado.
Georgiana estava pensando na desculpa que daria para Nicholas enquanto era levada pelo mordomo para a sala de visitas. Ao chegar lá, olha ao redor da sala para ver se Nicholas estava ali e o encontra sentado, com um semblante fechado, ao lado de um outro homem.
Os dois se levantam para cumprimentá-las e Georgiana descobre que o rapaz, muito simpático por sinal, era um amigo de Nicholas, vindo da Irlanda.
Ele parecia ser o oposto de Nicholas em quase tudo, deu-se conta Georgiana depois de alguns minutos de conversa.
Devlin era loiro, de estatura mediana e olhos castanhos. De certo modo, seu comportamento a lembrou do seu tio Colin, pelo sorriso fácil e por uma leveza de espírito que era contagiante. Gostou dele desde o início. Não conseguia entender como os dois eram amigos. Nicholas, apesar de ser tão inteligente quanto Devlin, era sombrio e mal humorado. E parecia que seu humor estava piorando a cada minuto daquela reunião.
-... Oh, senhorita Crane. Já que gosta tanto assim de plantas e flores, deveria visitar a Irlanda. Sabe, somos famosos por termos os mais belos jardins. De uma maneira mais selvagem. - Devlin sorri para Georgie - Me desculpe a franqueza, mas os jardins ingleses parecem um imenso buquê de noiva. Não é muito do meu gosto.
Nicholas revira os olhos. Fazia alguns minutos que Georgiana - para a imensa surpresa dele - chegara à casa Brougham acompanhada de Sarah, sua irmã.
E Devlin sendo Devlin, logo emendou em uma conversa amistosa demais para seu gosto com a garota Crane. Sarah tinha ido ver sua mãe, lhe deixando lidar com a visita sozinho. Ótimo.
E ali estava ele, apenas emitindo resmungos cada vez mais antipáticos para sua vizinha e seu amigo.
A boa lábia de Dev e seu jeito leve fizeram a conversa fluir e de repente, ele e Georgiana pareciam ser grandes amigos. Nicholas se sentia estupendo. Arrumara ele mesmo, por fim, um marido para Georgie.
- E você, Sr. Brougham, concorda com essa questão dos jardins? - Georgiana tenta incluir Nicholas na conversa para poder tocar no assunto que a trouxe até ali - Estava na casa da Sra. Atkins, minha mentora, lá em Sevenoaks e alguns jardins de lá eram bem selvagens.
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𝙊 𝙢𝙞𝙨𝙩é𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙤 𝙞𝙣𝙜𝙡ê𝙨
FanfictionGeorgiana Crane é a filha solteirona de Eloise e Sir Phillip Crane e vive por suas leituras e seus trabalhos com as plantas de seu pai. Mas, depois que viaja para aprofundar seus conhecimentos sobre botânica, ela acaba descobrindo novos interesses e...