Janeiro de 1851
Eloise chegou em casa depois de visitar seus netos na casa de Oliver. Estava muito feliz em poder passar um tempo com as crianças. Às vezes sentia um aperto no coração ao falar com Olavo. Ele era tão parecido com Fred que ficava pensando onde seu filho estaria no momento.
Assim que colocou o pé na soleira viu a porta sendo aberta por Phillip, que parecia transtornado.
— Meu Deus, Eloise. Isso são horas de voltar da casa de Oliver?
— Nem está tão tarde, Phillip. Me distraí com as crianças. Aconteceu alguma coisa? — olhou para ele preocupada.
— Se aconteceu? Aconteceu sim. Georgiana simplesmente surtou.
— Como assim? Você está me deixando preocupada. Ela estava tão alegre hoje de manhã...
— Sim, mas deve ter acontecido algo hoje que deixou a menina em prantos.
Phillip contou para ela o que havia presenciado. Depois de entrarem em casa, Phillip tomou chá com a filha, que estava tentando segurar as lágrimas sem muito sucesso.
Tentou saber o que havia acontecido mas ela não dizia nada e assim que terminou de comer, ela subiu para o quarto e continuou a chorar até cair no sono.
— Ela está dormindo agora, mas passou a tarde toda chorando. Inclusive não quis descer para o jantar e também não comeu nada da bandeja que levaram para o quarto dela.
Eloise fitou Phillip preocupada. Não sabia o que havia acontecido mas desconfiava que poderia ter alguma relação com Nicholas. Depois do natal Georgiana estava com a cabeça nas nuvens e em algum momento da festa os dois haviam sumido ao mesmo tempo. Não chegou a dizer nada pois não queria preocupar Phillip mas tinha certeza que estava certa.
— Sabe me dizer se recebemos alguma visita hoje?
— Visitas? — Phillip olhou para ela confuso — que eu saiba não.
— Certo. Irei conversar com ela amanhã. Não fique pensando nisso por hoje. Vamos dormir.
— Está bem — Phillip começou a subir as escadas e percebeu que Eloise ainda estava parada no patamar — não vai subir?
— Já vou. Só preciso perguntar algo para o mordomo e já subo.
Phillip assentiu e subiu as escadas.
Eloise cerrou os olhos e saiu andando até o escritório do mordomo. Ela iria descobrir agora o que havia feito sua filha chorar.
Saiu do escritório do mordomo certa de suas suspeitas. Nicholas havia passado ali a tarde para uma visita. O mordomo não disse nada a respeito de suas suspeitas, mas só de olhar para ele sabia que ele também já havia descoberto o motivo do pranto de Georgiana.
Georgiana acordou no dia seguinte e sentiu que havia alguém deitado em sua cama. Virou para o lado e viu que sua mãe estava deitada olhando para ela.
— Bom dia. — diz Eloise baixinho.
Georgie tinha os olhos inchados e vermelhos, a expressão abatida. Doía em Eloise ver a filha daquela forma. Não era o que esperava quando decidiu juntá-la com Nicholas.
Uma pontada de culpa irrompeu por ela.
— Como está, minha querida?
Ela ia começar devagar, dar a chance de Georgiana se abrir à maneira dela.
Georgiana não se surpreendeu ao ver a mãe ali. Era óbvio que seu pai deveria ter contado para ela o que aconteceu no dia anterior. Bem feito, pensou Georgiana com rancor, agora precisaria explicar o quão tola foi para a sua mãe.
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𝙊 𝙢𝙞𝙨𝙩é𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙤 𝙞𝙣𝙜𝙡ê𝙨
FanfictionGeorgiana Crane é a filha solteirona de Eloise e Sir Phillip Crane e vive por suas leituras e seus trabalhos com as plantas de seu pai. Mas, depois que viaja para aprofundar seus conhecimentos sobre botânica, ela acaba descobrindo novos interesses e...