Fevereiro de 1851
Nicholas caminhava por Harmon Hill acompanhado de Calvert Johnson — colega de Nick e atual administrador da propriedade.
O afastamento longo de Nicholas fez-se necessário que alguém ocupasse seu cargo na administração das terras. Por mais que sentisse falta do trabalho, Nick não precisava dele realmente, era uma atividade para se manter ocupado e pagar seus custos ali, já que evitava o máximo possível usar o dinheiro da família.
Mas estava feliz que Calvert estivesse em seu lugar. Ele não só precisava do salário generoso que ali recebia, como também fazia um ótimo trabalho.
Johnson mostrava para Nick as melhorias que fizera na propriedade e os pedidos que atendera de alguns arrendatários.
Um cercado novo foi colocado separando as terras, a reforma da cocheira onde ficavam os cavalos e a compra de um maquinário em ótimo estado para ajudar na plantação e colheita de batatas.
Nick aprovava tudo com um sorriso no rosto. Calvert era tão tão bom quanto Nicholas fora antes, talvez até melhor. Além de tudo, era o mais novo associado do grupo que Nicholas participava.
Luke que tinha o levado para uma das reuniões, fazendo Cal abraçar a causa. E Nick sabia que qualquer pessoa que simpatizasse com Luke e suas ideias, era no mínimo de palavra... Ou suicida. Só conhecia mais uma pessoa tão ávida ao perigo quanto Luke — seu melhor amigo, Devlin.
E era na casa de Dev onde Nicholas estava hospedado desde que chegara a Tipperary. A chácara dos Fitzgerald no campo era grande e confortável e como Nick tinha muito que resolver pela região, aceitara o convite de Dev.
— Estou indo para Dublin... — começa Dev mais tarde naquele dia depois que Nicholas voltara de Harmon Hill. Sorve um pouco de vinho. — Você não quer vir? O pessoal quer muito conversar com você.
Nick faz uma careta. Ainda não estava pronto para dar de cara com Kathleen e Ryan. Enrolava Dev dizendo ter muito o que resolver em Harmon Hill, mas a verdade era que iria no dia seguinte à partida de Devlin para a capital e ficaria em um pequeno apartamento alugado.
Se contasse seus planos, o amigo com certeza ficaria desconfiado. Afinal, que motivo tinha ele para recusar o convite de Ryan?
Era um tanto quanto estranho o desconforto de Nicholas, e ele sabia. Antes frequentava a casa dos Fitzgerald e aguentava a torturante companhia de Kathleen e seu marido. O universo esfregando na cara de Nicholas tudo que estava perdendo. Mas, ainda sim, aguentava e se controlava perfeitamente.
Agora que voltara depois de tanto tempo fora, sua mente se agita diante da mera ideia de reencontrá-los. Estava confuso com tudo isso e se esforçando bastante para não entender, pois, ele era muito bom nisso, em fingir que nada estava acontecendo...
Ou pelo menos era até aquele último ano em Gloucestershire. Até ter sido testado inúmeras vezes pela garota Crane.
Ele quase sorri ao lembrar de Georgie. Uma pontadinha no peito anunciava que ele sentia saudades dela. E era verdade. Nos primeiros dias depois de sua viagem, se pegava pensando em algumas coisas e se imaginava escrevendo para Georgiana, pedindo sua opinião. Sentia falta dos seus comentários ácidos e espertinhos. Sentia falta da sua amiga.
Mas não devia e não podia escrevê-la. Para o bem dela.
— Eu irei encontrá-los em breve... — responde Nick depois de alguns instantes. — Mas quero que me faça um favor. Encontro um lugar... Seguro. E deixe alguns de nossos colegas preparados. Quero me reunir com eles e... Resolver o problema com Gerald.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙊 𝙢𝙞𝙨𝙩é𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙤 𝙞𝙣𝙜𝙡ê𝙨
FanfictionGeorgiana Crane é a filha solteirona de Eloise e Sir Phillip Crane e vive por suas leituras e seus trabalhos com as plantas de seu pai. Mas, depois que viaja para aprofundar seus conhecimentos sobre botânica, ela acaba descobrindo novos interesses e...