Julho de 1852
"Georgie,
Já peço desculpas pelo bilhete curto e informal, mas tenho urgência em lhe contar as novidades e pouco tempo para fazê-lo.
Nicholas está vivo. Sim, vivo.
Conseguimos achar seu paradeiro. Está preso em Cork, no Forte Mitchell. Estamos tentando achar alguma brecha para vê-lo, ou ao menos mandar uma mensagem. Qualquer novidade, lhe mando uma missiva.
Dev.
P.s.: Você o terá de volta, tem minha palavra."
Devlin encaminhara a carta assim que terminara a última linha. Escreveu com tanta pressa que se perguntava se a srta. Crane entenderia.
Esperava que sim, pois, com certeza aquilo mudaria a perspectiva dela em relação ao noivo.
Ele estava animado, feliz até. O amigo estava vivo. VIVO. Já era um ótimo começo. E tinham sua localização. Agora iriam tirá-lo de lá.
Já havia mandado chamar Ryan e seu advogado. Esperava que estivesse ali no mais tardar amanhã.
Depois de todo esse tempo já teriam interrogado Nicholas e não haveria motivos para mantê-lo trancafiado.
Georgiana estava na sala com sua mãe quando recebeu a carta de Devlin. Estava apreensiva com o conteúdo da missiva. Poderia ser tanto uma notícia boa, quanto o fim das suas esperanças.
Sua mãe a olhava com curiosidade.
—É uma carta de Devlin — disse olhando para a mãe, sentia suas mãos tremendo de ansiedade — não sei se estou preparada para ler essa carta, mãe.
Eloise se levantou de onde estava e segurou uma das mãos da filha.
— Independentemente do que for, estarei aqui para te apoiar. Vamos, abra essa carta.
Georgiana começou a romper o lacre e se levantou. Não conseguia ficar parada. Começou a ler o bilhete e chorou de alívio. Ele estava vivo!
— Mãe, Nicholas está vivo!
— Que notícia maravilhosa Georgie! — disse Eloise feliz pela filha, só ela sabia o quanto estava agoniada pelo sofrimento de sua caçula — onde ele está?
Georgiana parou, agora vinha a parte ruim da notícia. Não sabia como seus familiares iriam lidar com isso.
— Então... — ela não sabia como dizer isso para a mãe e então estendeu a carta para ela, que pegou o papel com avidez.
— Preso? — Exclamou Eloise horrorizada — você não me parece muito surpresa com essa notícia, Georgiana — Eloise olha para a filha, desconfiada.— Você já imaginava que isso poderia acontecer caso ele estivesse vivo? — Eloise cerrou os olhos e olhou para Georgie, esperando conseguir as respostas que queria.
Georgiana tenta se esquivar das perguntas da mãe, mas sentia que seu pescoço e face estavam esquentando. Não conseguia mentir para a mãe assim tão descaradamente.
— Sim. Já desconfiava.
Eloise estava sem entender.
— Pode me explicar? Afinal de contas, temos que tentar ajudar o filho de Daisy. Não sei se seu pai vai deixar ele continuar sendo seu noivo depois de uma notícia dessas...
— Mamãe! Isso é absurdo! Nicholas não fez nada de errado!
— Então por que ele está preso?
— Divergências de pensamento — diz Georgie de forma petulante — Ele é meu noivo, papai terá que aceitar esse fato.
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𝙊 𝙢𝙞𝙨𝙩é𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙤 𝙞𝙣𝙜𝙡ê𝙨
FanfictionGeorgiana Crane é a filha solteirona de Eloise e Sir Phillip Crane e vive por suas leituras e seus trabalhos com as plantas de seu pai. Mas, depois que viaja para aprofundar seus conhecimentos sobre botânica, ela acaba descobrindo novos interesses e...