23• Um Convidado

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Pois eu posso ser má, mas sou tão boa nisso
Sexo no ar, não me importo, adoro esse cheiro
Bastões e pedras podem quebrar meus ossos
Mas correntes e chicotes me excitam

Não era exatamente um quarto, somente uma sala. Havia um sofá grande, uma mesa, uma TV na parede, um mini bar, e mais um porta que Ana imaginou ser um banheiro. Era pequeno o espaço e tinha as cores escuras na parede. Deveria ser um lugar para quem quisesse estar sozinho por um instante.

Como Christian naquele momento.

Ana pediu por aquilo, claro, nem podia se defender, mas não podia negar também ter o coração batendo muito rápido e o sangue correndo quente nas veias porque ela sabia que ele não teria piedade alguma.

_ Voce é tão boazinha - ele comentou enquanto tirava o paletó do smoking com cuidado, abrindo as abotoaduras. - Realmente uma boa garota. Mas as vezes, eu não te entendo, e você me deixa... com tanta raiva por me deixar assim, confuso. Eu odeio isso e amo isso, Ana.

A morena estava meio que hipnotizada enquanto o via tirando a camisa agora, desabotoando devagar e os olhos nunca deixando os de Ana.

Christian estava pegando fogo, irritado, com raiva, frustrado. Excitado. Feliz. Era um misto de emoções, emoções que só Ana conseguia fazer ele sentir. E ao mesmo tempo.

_ Por que você faz isso? É para me agradar? Você me irrita só para eu poder te punir? - ele falou, e a pergunta não foi retórica. - Porque você sabe o que fazer, sabe o que não fazer, sabe exatamente como fazer, e ainda assim... ainda assim prefere a punição. Por que?

Ela deu de ombros, e foi estranho porque realmente não tinha uma resposta. Sua mente nublou e seu coração deu um aperto esquisito porque ela não sabia de verdade, e pela primeira vez estava se sentindo desconfortável. Christian não estava acusando ou sendo rude, ele estava perguntando, e aquela pergunta fez Ana questionar a si mesma.

Porque ela gostava.

Mas por que ela gostava?

Tinha um parafuso a menos? Era tão sádica aquele ponto? Aquilo era normal? Alguém ser daquele jeito? Até que ponto era normal o masoquismo naquele mundo?

_ Nao, não fica assim, amor - ele se aproximou dela, tocou seu queixo e mirou seus olhos bonitos e azuis ficando aguados. - Eu amo isso em você. Amo cada coisa que você faz para mim.

Ama?

Ele... ama?

_ E sabe o que mais? - ele deixou beijinhos sobre sua bochecha, descendo para o maxilar, segurando seu queixo com firmeza e forçando sua cabeça tombar para o lado. - Eu amo o seu corpo reagindo ao meu, amo suas mãos loucas para me tocar, amo sua boca afiada... e rápida, como seus olhos se fechando porque é tudo demais para você, amo... - ele desceu a mão por seu corpo, traçando entre os seios e chegando entre suas coxas, encontrando a calcinha. - Amo como fica excitada só em ouvir minha voz. E... - ele beijou seu pescoço de forma molhada, os dedos tocando sua intimidade, a fazendo suspirar, totalmente entregue. - Acho que você gosta é disso, não é? Você gosta como se entrega para mim, como não se preocupa com nada e sabe que no fim, eu sempre te recompenso. É isso que você espera, não é? A forma como eu posso te machucar e logo depois cuidar de você. Não se preocupe, amor... você não faz ideia de como o mundo inteiro é assim. Algumas pessoas só não se aceitam, não admitem gostar disso.

Ele mordeu o lóbulo de sua orelha, e Ana meio que tombou para seu corpo, com ele a segurando enquanto ela se segurava em seus ombros, gemendo contra sua pele e os dedos dele não paravam de mover... para cima e para baixo, para cima e para baixo...

_ Christian - ela sussurrou um gemido contido, o nariz tocando em seu pescoço, o cheiro gostoso se entranhando em seu cérebro e fazendo seu corpo se arrepiar.

_ Diz o que eu quero ouvir - ele pediu baixinho, mas o tom firme. - O que você é minha?

_ Christian - ela gemeu seu nome arrastado, as lágrimas se formando porque era muito intenso e pesado, e ele não ia até o fim, sempre estando na borda, provocando.

_ Fala, porra.

Ela mordeu um pedacinho da sua pele, os dentes fincando devagar, tentando aliviar a tensão e o tesao em seu corpo.

Meu Deus.

_ Eu... eu sou sua garota - declarou por fim, em um fio de voz.

Christian adentro o indicador e o médio contra ela, estocando forte, usando o polegar em seu clitóris, e Ana gemeu alto.

_ Isso aí. Você é minha garota, minha submissa, minha mulher... você é minha e pronto - ele declarou, e então afastou a mão de seu centro, passando o braço por sua cintura para segurar seu corpo. - Qual sua cor, amor?

Ana abriu a boca, suspirando, estagnada, tentando processar o momento.

Ela olhou para Christian, respirando uniforme, e ele já a encarava de volta.

Verde.

Ela estava bem.

E ela queria mais.

_ Verde - respondeu.

Ele assentiu, deixou um beijo contra seus lábios e então tirou do bolso da calça uma espécie de tecido, não demorou para Ana entender que era sua gravata preta.

_ Vou vendar você e aí nós vamos começar a brincar - ele informou.

Ana concordou com a cabeça, e então se virou de costas.

Christian passou a gravata por seus olhos e firmemente amarrou atrás de sua cabeça, depois ele desceu as mãos por suas costas e então abriu o zíper do vestido, a ajudou a tirá-lo com cuidado e então o colocou sobre a mesa.

Ana estava atenta aos passos dele, tentando imaginar o que iriam fazer, mas já muito ansiosa, porém, uma batida na porta a fez pular de susto, tendo logo as mãos de Christian em sua cintura nua.

_ Calma, amor - ele sussurrou em seu ouvido. - É só um convidado.

Ana esperou ouvir os passos do lado de fora irem embora, mas a maçaneta foi forçada então. Ela não se lembrava de ver Christian trancando a porta, e quando a mesma se abriu, ela entendeu que ele não havia fechado mesmo.

Seu coração estava tão disparado que Christian provavelmente ouvia, pois ele deu uma risadinha contra seu pescoço enquanto as mãos subiam por sua barriga, e então segurou seus seios de forma gentil e devagar. Ela não conseguiu evitar um gemido mesmo com toda a situação.

O barulho do trinco da porta foi audível. Agora sim ela estava trancada.

Mas não houve passos para fora, e sim para dentro.

É só um convidado.

Um convidado.

Ana entendeu que era um convidado da festa, alguém indo até a porta errada. Mas não. Enquanto Christian deixava beijos por seu pescoço e continuava a apertar seus seios com vontade, os passos de outra pessoa chegava até eles, e então o calor parou em frente a Ana, a respiração baixa, mas claramente excitada, ofegante.

O convidado era de Christian, e não da festa.

Deixando uma mordida fraca em seu pescoço, Christian tirou as mãos de seus seios, levou uma até seu cabelo e puxou para levantar sua cabeça, e com a outra mão ele levou a frente, puxando quem fosse para colar o corpo no dela antes de murmurar em seu ouvido:

_ Conversamos sobre compartilhar, lembra?

•••

Queria eu ser educada e gentil como Christian, aprendendo a compartilhar. Alguém aí já aprendeu?

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