35• Sra. Grey

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Você entrou na sala
E agora meu coração foi roubado
Você me levou de volta no tempo quando eu estava inteiro
Agora você é tudo que eu quero
E eu soube desde o primeiro momento
Porque uma luz se acendeu quando ouvi aquela música
E eu quero que você a cante de novo


Ana não conseguia deixar o pé quieto no chão, o entortando, colocando para trás, para frente, para o lado, a ponta do all star batendo no chão as vezes e fazendo um certo barulhinho irritante, e Christian segurava uma de suas mãos, o que equilibrava seu corpo e não a deixava cair certeiro no chão.

Ele não se importava que Ana era inquieta, não se importava que ela falava abessa, que ela era mandona ou que ela era maluca. Ele amava cada coisinha dela.

Ele estava encantado primeiro, fascinado, deslumbrado. Não sabe bem exatamente quando chegou a paixao, de repente ela só estava lá, acontecendo, tomando tudo em sua vida. Mas o amor... o amor foi fácil identificar. E também foi engraçado. Ele não amou Ana no segundo em que viu, nem mesmo enquanto estava com ela. Ele amou ela depois, ele amou ela quando seus momentos processaram em sua mente, quando ele percebeu que o vazio que sentia não era por falta de uma submissa, era por falta das maluquices daquela garota.

O amor foi quando, naqueles últimos trinta dias, ele se apaixonou ainda mais por Ana a cada um deles por simplesmente se lembrar dela e sentir falta dela.

Ele se apaixonou por cada pequena versão dela que teve sem nem perceber que as tinha, e se pegou amando estar apaixonado por ela.

Porque foi tão fácil que de repente ele não conseguia se lembrar de como era não sentir aquela coisa intensa dentro de si.

_ As alianças, por favor - o juiz de paz pediu, fazendo Christian voltar ao presente, porque o homem estava falando demais e até ele estava ficando entediado como Ana.

O Grey arregalou os olhos, percebendo que aquele detalhe ele não havia se lembrado.

Ana pressionou os lábios, tentando não rir porque sabia que não podia naquele momento. Ela tocou o pé coberto pelo all star branco (e sujo porque ela dizia que era como deveria ser) e o bateu contra o límpido e brilhante (e caro) coturno preto de Christian.

_ O Sr. Resolve Tudo em Dez Minutos não tem aliança, é? - ela provocou.

Por que ele estava casando com ela mesmo, hein?

Christian bufou baixinho, tentando pensar, e logo então sorriu de forma maliciosa para Ana enquanto levava a mão ao bolso da frente da calça.

A morena semicerrou os olhos ao ve-lo tirar a gargantilha dela dali, a mesma que tinha seu nome e sobrenome e era um símbolo da submissão de Ana a Christian.

Ela balançou a cabeça em descrença.

Ele era um cretino em querer usar aquilo como aliança deles, mas a morena não pôde deixar de sorrir porque... era tão perfeito.

_ Acha que pode lidar com isso por enquanto? - ele perguntou.

_ Acho que posso lidar com isso para sempre - ela respondeu sem hesitar, dando um passo para frente e então se virando de costas, colocando o cabelo de lado.

O juiz de paz estranhou, é claro, franziu o cenho, e deu uma olhada no livrinho de manual para ver se não tinha nenhuma regra contra aquilo, mas ele logo se voltou aos dois.

_ Então, eu os declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Eles se encararam, os olhos semicerrados, em desafio sobre quem iria beijar primeiro e ceder.

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