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Pov Enid

Meu lábio inferior estava sutilmente preso entre meus dentes, tentando conter a expectativa. Ela deixou claro que iria pensar sobre, contudo, eu havia deixado a esperança voar alto demais.

- Eu deveria ser mais realista! -sussurrei chateada, para mim mesma, aceitando que foi tolo pensar que teria sua companhia em uma feira simples.

Fui cortada de meus pensamentos quando um soar alto, de um motor deveras macio, preencheu as ruas de Nevermore. Segundos depois do barulho, um belo e robusto porsche, pintado em preto fosco, estacionou perto de mim, seguido de uma limousine.

Meu coração disparou quando, daquele carro, surgiu a duquesa, com sua presença impactante. Wednesday passou os dedos por seus fios, desta vez rebeldes, e seus castanhos se encontraram com os meus azuis, matando-me no mesmo momento.

Seus passos, vindo em minha direção, causavam tensão sobre todo o meu corpo e eu me permiti examiná-la.

A Addams usava uma camisa de banda, jeans rasgado e jaqueta de couro. Seu estilo era pecaminoso e eu fiquei sem ar quando ela parou em minha frente, com uma expressão mal humorada.

- Você veio! -sussurrei contente demais, reprimindo a parte dentro de mim que queria pular em seus braços.

- Senhorita Sinclair, podemos conter o ânimo? Ainda são oito horas! -resmungou manhosa e eu ri baixo.

- Perdoe-me por Wednesday, querida Enid -a voz de Morticia me assustou e, somente então, notei as demais presenças.

Junto a si, estava Pubert, entre Galpin e Thorpe, que certamente estavam ali para cuidar da segurança da família.

- Bom dia Vossa Alteza! -saudei com cortesia e ela sorriu.

- Somente Morticia, cara Enid -pontuou e eu concordei, me sentindo honrada pela consideração da mulher.

- Oi Enid! -o irmão de Wednesday cumprimentou e eu acenei, com um sorriso simpático.

- Certo, mamãe, se precisar de qualquer coisa, me ligue, e Galpin, mantenha alguns metros de distância! -a duquesa sentenciou azeda, dispensando sua família e seguindo para longe.

- Desculpe, ainda estou trabalhando no humor dela -suspirei, enquanto Morticia segurava meus ombros.

- Enid, desde que você entrou na vida da minha inacessível filha, você a mudou de maneiras inexplicáveis! Tem feito um excelente trabalho! -elogiou e eu me senti muito satisfeita- sou grata e feliz por ter uma nora como você! -sua declaração me espantou e eu corei bruscamente.

- Sinclair? -a voz rouca chamou impaciente e eu abaixei o cenho, desconcertada.

Me despedi tímida e corri poucos metros, para perto de si.

- Se sente bem? -perguntou, tentando disfarçar a preocupação. Era cômico.

- Sim! -aleguei simples, inspirando fundo- você ainda tem nosso fio? -questionei baixo, aproveitando de minha ousadia.

A mais velha o retirou do bolso e eu a fitei, pedindo silenciosamente para segurar sua mão. Ela amarrou em seu mindinho, cedendo, e eu sorri, fazendo o mesmo.

- Obrigada Willa -cantarolei, recebendo repreensão, contudo, não me importando.

A conduzi pelo caminho com cuidado, parando em frente a uma tenda de lona vermelha, azul, e branca.

- Bom dia Ector! -desejei, ao senhor, que sorriu grande.

- Bonjour Enid! -respondeu, com um bico engraçado. Uma mania do bondoso francês- você vai pedir o mesmo de sempre? -questionou com seu notorio sotaque e eu assenti.

Sweet TouchOnde histórias criam vida. Descubra agora