Pov S/n
Tirei o meu avental, e comecei a limpar a cafeteira para depois fechar. Durou pelo menos uns trinta minutos até as coisas ficarem uniformes, peguei a minha bolsa tirando a chave do café de dentro e saí do estabelecimento. São quase onze horas da noite, como me atrasei porque tive que levar minha filha pra escolinha, tive que ficar para cumprir minha carga horária. Mas não tem problema, desde que a Malu chegue no colégio no horário correto.. minha "sorte" é que ela fica pela manhã e pela tarde, minha melhor amiga pega ela e fica lá em casa até eu chegar da cafeteria. Terminei de trancar a porta, e guardei as chaves enquanto atravessava a rua. Me assustei quando uma moto preta freou de vez em minha frente antes de passar por cima de mim, e pelo susto que tomei eu fiquei imóvel ainda raciocinando o que tinha acontecido.
A pessoa desligou a moto, e tirou o capacete. Fiquei mais tranquila quando vi que se tratava da Natasha, ela estava com uma roupa preta totalmente fechada, usava até luvas.. era impossível reconhecer, a não ser pelo tamanho.
- Desculpa ter te assustado, vi com pressa achando que você já teria ido embora - ela falou risonha - Quer carona?
- Hum.. não precisa, moro aqui pertinho - respondi do mesmo modo - Aliás, porque você tava pilotando tão rápido? Quase tive um treco quando você freou.
- Eu queria te ver - ela respondeu dando de ombros - Estou com saudades de você e da Malu.
- Nat, não..- minha voz saiu falha - Eu não posso fazer a Malu se apegar a você, e depois ela sofrer quando você for embora.
- E quem disse pra você que eu vou embora? - ela retrucou incrédula - S/n? Sério isso? Eu gosto de você, o que mais eu tenho que fazer pra você aceitar esse fato? Eu deixo claro que quero você, te dou espaço sempre que você quer, e eu amo a Malu..porque não me deixa amar vocês duas? Você sempre me afasta..eu nunca sei se você quer ou não.
- Você tem a sua vida pra cuidar, Nat - meus olhos marejaram e ela me puxou para mais perto pela minha mão - .. não quero que um dia sinta que estou atrasando sua vida.
- Você não atrasa em nada, pelo contrário - ela acariciou o meu queixo - Me deixa te amar, cuidar de você e da Malu assim como você cuidou de mim quando eu sofri o acidente.
Suspirei perdida olhando para os olhos dela. Nos conhecemos desde que ela veio morar em Londres, e apesar de ficarmos quase sempre, eu tenho medo de um dia ela cansar de mim e ir embora sem se despedir. A mão dela em minha bochecha me tirou do transe, e eu sorri fraco.
- Eu gosto de você - falei olhando pra ela ainda perdida - Gosto muito.
- Ótimo motivo pra você me deixar entrar na sua vida de maneira fixa - ela falou convencida me deixando confusa - Namora comigo?
- Quê?! - fiquei surpresa com o pedido repentino.
- Isso mesmo que você ouviu, quero ser sua namorada, posso? - ela indagou sem tirar o sorriso do rosto - Quero que seja a minha namorada, S/n.. você aceita?
- Aceito - minha voz saiu trêmula junto com uma lágrima solitária que desceu dos meus olhos - Eu quero muito você, Nat.
- Vem cá, meu amor - ela me puxou mais pra perto e secou a lágrima - Prometo que nunca vou deixar vocês duas, não precisa desse medo.
Assenti ainda com meus olhos marejados, e ela me deu um selinho demorado que se tornou um beijo lento. O que sinto pela Natasha é tão forte que mesmo eu tentando a todo custo manter ela longe, eu não consigo. Nos separamos mantendo as testas coladas, e ela fez um carinho de narizes de fazendo sorrir boba.
- Agora vou levar você pra casa.
Ela me entregou um capacete, e eu subi depois de secar meu rosto outra vez. Minha casa não era muito longe, mas eu abracei a Nat o caminho todo e eu me senti segura com ela por perto. Chegamos em casa, e assim que entramos a Malu veio correndo em minha direção.
- MAMÃE - peguei ela no colo enchendo a mesma de beijos e ela me abraçou - Mamãe, eu aprendi a fazer o seu nome.
- Que legal, meu amor - falei risonha fazendo carinho nela - Quero ver você fazendo em minha frente.
- TITIA - a Malu gritou quando viu a Nat e pediu colo pra ela - Titia, você veio me ver? Eu fiquei com saudades, titia.
- Na verdade..eu vim te contar uma novidade incrível - a Nat entrou com a Malu no colo e foi com ela pro sofá me deixando boba - Você quer saber?
- Quero muito, titia - a Malu respondeu animada mexendo no cabelo dela.
- Eu tô namorando a sua mamãe, você deixa? - ela indagou deixando a Malu surpresa - Eu gosto muito dela, e de você também..quero ficar mais perto de vocês, mas preciso que abençoe o meu namoro com ela.
- Eu deixo você namorar a minha mamãe - a Malu respondeu empolgada me fazendo rir - Eu posso chamar você de mamãe também?
- Malu?! - repreendi ela.
- Claro que pode, meu amor - a Nat respondeu levantando do sofá e enchendo ela de beijos - Agora eu sou sua e da sua mãe, pode me chamar do que quiser.
A Malu riu afundando o rosto no pescoço dela, e eu ri envergonhada enquanto a Natasha vinha até mim. Minhas mãos foram para a cintura dela e a mesma me deu um selinho demorado.
- Eu amo vocês duas - ela falou risonha dando um beijo na cabeça da Malu - Agora somos três, ok? - a Malu assentiu risonha - Humm..que tal uma pipoca com um desenho bem legal e com suquinho geladinho?
- Eu acho uma ótima ideia - respondi enquanto ela colocava a Malu no chão - Filha, coloque seus brinquedos na caixa pra gente assistir o filme no sofá bem juntinhas.
A Malu saiu correndo para arrumar os brinquedos, e eu fui para a cozinha com a Natasha preparar as coisas.
- Ei - ela tirou minhas mãos da pipoqueira - Vá tomar um banho bem quentinho que eu dou conta aqui na cozinha, quero que descanse essa noite - tentei relutar, mas ela me calou com um beijo - ..eu sei onde fica tudo aqui, não precisa se preocupar.
Assenti dando outro selinho nela, e fui tomar banho para relaxar um pouco o meu corpo. O restante da noite foi repleta de carinho e risadas da Malu a cada comentário que a Nat fazia sobre o filme.
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