06.

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Paulista.

Aperto o corpo pequeno dela contra o meu, sentindo o cheiro viciante da pele macia adentrar minhas narinas antes de arrumar os cachos soltando ela.

Zaira: Finalmente tu se desculpou, não aguentava mais fingir que minha vontade não era devorar essa comida. - Corre pegando as sacolas e traz pra mesinha de centro.

- Eu ainda vou te fazer gostar de japa. - Falo tirando as coisas da sacola e ela faz cara de nojo.

Zaira: Não, obrigada. - Sorri irônica.

- Encontrei com o teu pai antes de vir pra cá quando tava fazendo a ronda. - Falo comendo meu japinha sob o olhar enojado dela. - Falou à vera que tu falou que ia procurar faculdade depois de completar dezoito e até agora nada.

Zaira: Cês têm noção que eu completei dezoito anos literalmente um dia atrás, né? - Franze as sobrancelhas largando o podrão no prato plástico.

- Tu sabe que eu jamais vou te pressionar, só tô mandando vir o parecer dele sobre isso.

Zaira: Errado ele não tá, conhece a filha que tem... - Bebe a coca dela. - Eu não quero real, por enquanto não é uma prioridade. - Para de comer prendendo a juba. - Eu trampo, tô fazendo cursinhos e agora que eles passaram o apê da minha mãe pro meu nome eu tô pensando em alugar pra fazer disso uma renda extra.

- Tu é foda, morenão. - Falo, ela sorri deixando o coração do malandro baqueado. - É o que eu falei pro teu pai, diploma nenhum vai definir a tua inteligência e estabilidade.

Nós come conversando sobre várias parada, quando terminamos eu ajudo ela a levar os bagulho pra cozinha.

Vou pro banheiro dar um mijão, e lavar as mãos, e quando volto tá ela encarando o próprio reflexo no espelho da sala.

Zaira: Tô pensando em começar a malhar, tô me achando tão pequenininha... - Comenta ao me ver passar. - Geral fala também.

- Acho que a solução então seria nascer de novo e de preferência em outra família, ou então tu vai continuar pequena porque a tua mãe é pequena também. - Ela revira o olho pra mim.

Zaira: Não tô falando do quesito altura, ô engraçadinho, dezoito anos mas meu corpo parece que parou nos dezesseis por aí...

Caminho até ela, parando à sua trás antes de passar os braços pelo pescoço dela, e abaixar falando perto da orelha dela pra ela colocar na cabeça dura dela.

- Você é perfeita, Mayara. - Falo sério. - Por fora, por dentro, de todos os jeitos possíveis. - Completo olhando direto pro olho dela através do espelho.

Não tô falando isso da boca pra fora, Mayara é do porte que eu me amarro. Pequenininha, a cara de quem vai quebrar quando eu agarrar pra macetar sem dó.

Peitin pequeno que dá direito na palma da mão, as coxas nem tão grossas e nem tão finas, a cintura fininha, juro que não tenho frescura com corpo de mulher, pego de todo tipo mas as pequenas têm minha total devoção.

Ela se vira ficando cara a cara comigo e eu olho pra pedra brilhante do piercing medusa que dá destaque à boca rosa e carnuda dela.

"Vigia, Ryan, te liga...", penso comigo antes de me afastar dela e pegar o apontador de laser brincando com o gatinho.

- Vou meter o pé daqui a pouco já. - Falo apontando o aparelho na direção da porta, ele vai correndo tentando pegar.

Zaira: Só depois que a gente assistir aquele filme que eu comentei com você. - Fala autoritária, parecendo o pai dela.

- Bota logo então. - Falo olhando as horas no relógio de ouro que ganha destaque no meu pulso. - Meia noite já, até duas e meia no máximo eu tenho que tá metendo o pé.

Zaira: Vai pra onde? - Cruza o braço me olhando de lado.

- Pro meu barraco dormir, ou não pode? - Ela descruza os braços colocando o filme na netflix. - Tô cansadão, mané.

Zaira: Bom mesmo, achei que ia ter alguma biscate envolvida nessa sua repentina necessidade em me deixar.

- Mulher nenhuma que não seja a Suellen vai ter o privilégio de tá acima de você na minha vida, morenão.

Ela vai pegar uma coberta e quando volta apaga a luz dando play no filme depois de passar a perna por cima do meu quadril deitando a cabeça no meu peito descoberto.

Subo mais a coberta, cobrindo melhor seu corpo, e acaricio o lóbulo da sua orelha antes de levar minha mão pra sua cabeça, dando início à um cafuné.

Não dá nem vinte minutos de filme e a sua respiração pesada denuncia que ela tá dormindo, com muita dor no coração eu acordo ela pra trancar as portas e ir pro quarto quando eu meto o pé.

Já na rua eu visto a minha camiseta e monto na minha moto indo pra minha goma, vejo o carro do Breno parado na frente e dele sai a minha irmã.

- Desgraçada mentiu pra mim falando que ia dormir cedo e não queria ser incomodada. - Aponto o dedo na cara da mentirosa da minha irmã.

Breno: Que feio, Suellen. Mentindo pra sentar pra trafica? - Fala depois de abaixar o vidro e eu passo a mão no rosto negando com a cabeça.

- Desce do carro e vem falar isso perto de mim. - Falo depois de descer da moto.

Breno: Eu não, fé pra vocês aí seus gostoso. - Dá partida no carro e desce acelerando.

- Quero saber de nada, só abre o portão pra mim. - Corto a minha irmã quando ela faz menção de se explicar, dei abertura pra me falar, preferiu mentir e agora me acho no direito de não querer ouvir porra nenhuma.

Entro com a moto deixando no quintal e entro no meu barraco, vendo ela trancando o portão antes de subir as escadas indo pro dela.

Breno Freitas, BN

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Breno Freitas, BN.
26 anos.

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