43.

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Zaira Mayara.

Silveira deixa a nave já personalizada, que ele foi pegar na pista pro Ryan, parada do lado da calçada lá fora e eu abro a porta já lendo meu nome tanto no banco do passageiro quanto na parte que coloca o pé pra entrar.

Me sinto adorável, juro. Na hora que eu vou erguer minha perna pra entrar quem disse que ela alcança? Carro muito grande e eu toda pequena, misericórdia.

Fuzilo o Ryan com o olhar ao ver ele rindo das minhas tentativas falhas até o bom senso mandar lembranças e ele vim mansinho beijando meu pescoço e me abraçando por trás.

Olho pra rua me certificando de que não tem nenhum fofoqueiro e ele segura minha mandíbula inclinando minha cabeça.

Paulista: Desse jeito geral vai desconfiar, nós sempre foi puro grude então para de agir como suspeita. - Finaliza com um selinho demorado e eu já abro minha boca sentindo a língua dele deslizar dentro dela imediatamente.

O gosto de mentol da pasta que a gente usou, deixando nosso hálito fresco, só deixa o beijo mais gostoso ainda. Decido que é hora de parar o trem quando ele já segura um dos meus peitos com firmeza.

Viro de costas pra ele arrumando meu cabelo, enquanto encaro meu reflexo na tintura preta brilhante da "minha carruagem", como ele mesmo denominou, e sinto suas mãos na minha cintura me tirando do chão antes de colocar sentada no meu banco e dar a volta entrando com uma super facilidade.

Conecto meu celular ao Bluetooth do carro enquanto vejo ele passar um mau bocado pra inverter a posição desse monstro sem subir nas calçada ou até mesmo acabar colidindo com outros carros que estão na rua por conta da grandeza.

- Que coisa. - Filmo ele rindo.

Paulista: Que coisa o caralho, pô. - Para o carro dobrando o volante pela última vez e finalmente desce a ladeira. - Foi tu merma que escolheu.

- Preciso te lembrar que nada disso teria acontecido se uma vadia aproveitadora não tivesse sentado a bunda imunda onde eu sento a minha majestosa raba? - Bloqueio o celular olhando pra ele que rapidinho fica quieto. - Não sabe o que falar fica caladinho aí.

Ele olha pra mim abrindo um sorriso ladino e nega com a cabeça descendo o vidro pra falar com os homens dele na contenção da barreira antes de acelerar dobrando a esquina que já pega a estrada.

Paulista: Me deixa chapar, eu faço dinheiro pra poder gastar. - Canta com a voz matinal mais grave e rouca, me deixando boiolinha.

Eu aumento o volume da música e canto por cima da voz do Orochi quando começa a tocar Celebridade.

- Baby, vamo fuder com esse jogo...

Paulista: Já que nós somo paz um pro outro. - Completa entrelaçando nossas mãos e eu sorrio vendo ele beijar as mesmas juntas.

Olho pra paisagem na janela sentindo meu coração bater forte pra caralho, como nunca aconteceu com mais ninguém além dele.

Na real só quando eu fazia merda e meus pais descobriam ele batia forte desse jeito, na sola do pé.

Quando a gente chega eu abro a porta e pulo do banco conseguindo descer sozinha em nome do senhor, dou um salve pros soldados escutando alguns trocando ideia com o Ryan enquanto eu vou entrando.

Encontro meus pais na maior pegação na cozinha e pigarreio fazendo eles notar a minha presença. Meu pai com a boca toda vermelha do batom da minha mãe, ela ri e ele tira ela de cima da bancada colocando no chão antes de abaixar sua saia lápis preta e alisar com a mão.

Atacante: Como foi lá, pretinha? - Se aproxima beijando a ponta do meu nariz antes de segurar meu rosto pelo queixo fazendo contato visual comigo.

- Bem. - Respondo sem desviar.

Atacante: Só isso? - Olho pra ele tendo dificuldade em sustentar enquanto ele me encara sem pestanejar e respiro aliviada quando o Ryan entra roubando a atenção pra ele.

Me afasto do toque do meu pai vendo a minha mãe abraçada no Paulista antes de o soltar, permitindo que ele alcance o meu pai. Eles fazem um toque só deles e vão se afastando até sumir do nosso campo de visão.

Abraço a minha mãe deitando a cabeça no ombro dela e fecho o olho sentindo ela me apertar mais em seus braços.

Kaira: Meu bebê. - Desfaz o abraço segurando meu rosto com as duas mãos e coloca meus cachos por trás da orelha em cada lado. - Foi boa, sua noite?

- Muito, nossa senhora. - Sorrio lembrando e quando vou continuar ela nega com a cabeça mandando eu ficar calada.

Kaira: Você sabe que eu e o Zaion não temos segredos e te conhecendo e conhecendo o jeito que ele é eu sei que tu não quer que ele fique sabendo por agora. - Eu confirmo assentindo. - Então melhor tu não me contar, porque se tu não me contou logo eu não sei de nada e consequentemente não vou sentir a necessidade de falar com ele, tá?

- Tá. - Confirmo assentindo e ela sorri beijando minha testa.

Kaira: Agora vai lá se trocar que tá na hora da gente ir pro escritório.

Sentei tanto que não me passou pela cabeça que hoje é dia de trampo, misericórdia. Se eu tô conseguindo ficar em pé tá sendo Deus por mim aqui, o tanto de base que eu nunca usei na vida eu usei hoje pra cobrir as partes visíveis do meu corpo que o Ryan deixou marcada.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora