66.

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A ligação fica em silencio nos dois lados porque tá o Atacante esperando eu dizer que tá tudo bem e por outro lado tá eu sem conseguir dizer o que ele quer escutar.

Kaira: DIZ ALGUMA COISA, PAULISTA! - Grita com a voz embargada do outro lado e de repente eu me sinto a pior pessoa dessa porra de mundo. - Por favor, Ryan... - Funga.

Atacante: Quem foi? - Escuto a voz dele e em seguida uma sequência de barulho de várias arma sendo destravadas.

- Cruz, aquele policial lá que trampava pra nós. - Cuspo no chão. - Tava tentando arrancar dinheiro de mim, pô. Eu não podia fazer nada com ele até descobrir quem tava de aliança com ele porque ele tava metendo o papo que se algo rolasse com ele meus podre vinha tudo à tona na merma hora.

Atacante: Tô colando em dez. - Responde antes de desligar e passo a mão no rosto respirando fundo.

Quando eu tô a ponto de tacar a porra do telefone na parede ele vibra, aperto o olho ao ver que é mensagem de número desconhecido no zap.

Abro vendo uma imagem da Mayara amarrada numa cadeira com um pano preto tampando a boca, a cabeça pendendo pro lado e consequentemente boa parte do rosto sendo coberto pelos cachos.

Aperto o aparelho em minhas mãos e não dá dois segundos o mesmo número me liga, atendo.

- SE VOCÊ ENCOSTAR NUM FIO DE CABELO DELA... - Grito totalmente transtornado antes de ser interrompido por ele.

Cruz: Tá achando que tá em posição de fazer alguma ameaça, rapaz? - Dá risada.

- Isso não é uma ameaça. - Aponto minha arma pro nada imaginando ele na minha frente. - Isso é uma promessa. - Falo sério disparando até meu pente esvaziar. - Por agora essa bala tá no chão, mas não tarda vai tá tudo penetrando até na tua alma. - Falo sério antes de jogar o aparelho no chão e pisar na base do ódio.

Aciono alguns homens mandando minha razão pra puta que pariu ao deixar bem clara minha vontade.

- Quando eu tiver com a Mayara vou dar um sinal pra vocês, quero TODA. - Enfatizo. - TODA família do Cruz e do Cruise morta, TUDO pra cova independente de quem for. - Eles arregala o olho sabendo que esse não é meu código de ética. - Eles despertaram um monstro impossível de domar, não tô bom não e se sobrar alguém vivo quem vai pra vala é vocês! - Aponto pra cada um deles que assente confirmando.

Olho pro Atacante que chegou ao mesmo tempo que os soldado. Ele só acena com a cabeça, dando o aval e eu mando eles se retirarem.

Vai eu, os meus crias de fé mais os crias de fé do Atacante pra salinha, os das antigas que tava mais na ativa no tempo em que ele ainda era cem por cento envolvido antes de me passar o comando da quebrada.

Olho pro relógio no meu pulso vendo que vai dar onze e meia da noite e quando eu tô prestes a falar pra gente começar sem eles, Breno, Mota e o Bil chegam junto, cada um deles com seus três homens mais confiáveis.

Atacante: Tá todo mundo? - Geral assente. - Beleza. - Pega seu celular ligando pra alguém, quando esse alguém atende ele coloca no vica-voz e deixa o celular sobre o centro da mesa secretária.

- Como tá o Silveira? - Pergunto baixo pro Gb.

Gb: Passando por uma cirurgia, mulher dele disse que tá entre a vida e a morte. - Faz tsc respirando fundo.

- Manda darem aquela assistência pra ele e pra família dele. - Ele confirma com a cabeça.

Foco na conversa do Atacante e franzo as sobrancelhas ao reconhecer a voz do Danilo no outro lado da linha.

Danilo: Ligou pra mim pra ficar só aí respirando? - Imagino o quão difícil tá sendo pro Atacante ligar pra um inimigo declarado.

Atacante: É o Atacante. - Fala seco.

Danilo: Aconteceu alguma coisa com a Kaira? - Atacante nega. - Com o Bil? - Ele nega de novo. - Tão fala, caralho.

Atacante: Zaira Mayara... - Fala com a cabeça abaixada.

Danilo: O que houve com a minha sobrinha? - Seu tom de voz já muda pra preocupado.

Atacante: Foi sequestrada por um policial, Cruz...

Danilo: Miserável! - Bate em alguma coisa que causa um barulho estrondoso. - Ele tava sendo investigado, pessoal na delegacia tá desconfiando que ele foi comprado.

Atacante: Ele era, trampava pra mim e pros meu mas de uns tempos pra cá resolveu começar a dar uma de agiota.

Danilo: Nem fudendo que tu meteu minha sobrinha nesse b.o, Atacante. - Xinga baixo. - Tu é um cuzão mermo.

Quando o Atacante vai retrucar o Bil pega o celular se metendo.

Bil: Seguinte, cês pode sair no mano a mano depois que a nossa princesa tiver em casa segura, jaé? - Eles concorda.

Atacante: Só pra deixar claro. - Passa a língua no lábio tirando a camiseta. - Vou matar ele com o maior prazer, não vou deixar ele viver pra você prender então não quero você dando uma de policial do bem e pesando na minha quando eu agir como tu tá ligado que eu ajo.

Danilo: Justo porém tu só vai matar ele se eu não pegar primeiro pra matar eu mermo. - Bil esfrega as mãos animado e eu cruzo os braços na altura do peito só escutando e pensando nela desacordada, alheia a tudo.

Atacante: Tranquilo, Mayara tem um colar de ouro que tem um rastreador.

Ele explica o endereço, que acessamos pelo colar, pro Danilo que acessa às câmeras de lá pra confirmar que eles foi pra lá e ver a estimativa de quantos homens nós vai enfrentar, em torno de dez, estamos em quinze então já é uma vantagem.

Nós se equipa até o dente e cola na pista rumo ao endereço dado pelo colar.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora