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Zaira Mayara.

O uber me deixa na entrada do morro e eu pego um moto-táxi que me deixa no portão da minha casa, tô literalmente um lixo, tô chegando do cursinho suadona desse calor infernal.

De cara, na frente do portão, eu já ouço um trap vindo da laje, gosto pouco. Eu entro encontrando apenas a minha mãe e a tia que trabalha aqui em casa cá na parte de baixo.

- Oi, minha vida. - Beijo o rosto da minha mãe e ela acaricia o meu sorrindo. - Quem que chegou já? - Pergunto abraçando a tia e a minha mãe responde.

Kaira: Praticamente todo mundo, faltando só o Ryan. - Fala pegando o bolo gelado de chocolate na geladeira. - Vou levar lá pra laje, vem logo almoçar que tu não comeu nada antes de sair.

- Ahram, vou só tomar um banho rapidinho e já subo pra lá. - Ela assente saindo da cozinha e eu subo pro meu quarto indo tomar banho.

Saio do banheiro enrolada na toalha e observo as gotas de água formando um rastro do caminho que eu faço do meu banheiro até a minha cama, molhando o piso.

Me seco e passo meus cremes e desodorante antes de vestir uma blusinha preta de alça colocando um short branco de malha por baixo, finalizo com o meu inseparável cheiro da mami Britney Spears, bem adocicado do jeitinho que eu amo.

Libero minha juba do coque vendo que realmente tá voltando ao tamanho de antes bem rápido, bizarro, soubesse que seria assim tinha sofrido menos né.

- Oi mamãe. - Movimento minhas unhas postiças pra cima e pra baixo no pelo do Pantera e ele ronrona fazendo eu sorrir morrendo de amores. - Coisa linda. - Faço uma voz fofa enchendo de beijo e ele mia fugindo do meu colo.

Deixo ele comendo a ração no pote, quietinho na dele e me jogo de barriga pra cima na cama, querendo dormir porém não conseguindo por conta do meu estômago que não para de roncar devido à fome imensa que eu tô sentindo.

Pego meu celular e me acho um nojo quando vejo meu reflexo na tela do aparelho, imediatamente eu bato uma foto e de primeira posto no meu status, se eu ficar olhando muito dou um jeito de achar defeito.

Meu status

Meu status

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Sabadinho.

👁50.

Bloqueio o celular ignorando todos os contatinhos que respondem e pego o Pantera nos meus braços antes de sair do quarto e andar pelo corredor abaixando a parte de trás do short.

Subo as escadas que dão pra laje dando de cara com o ambiente ameno que eu me amarro, minha família bebendo, conversando, e comendo ao som de uma playlist extremamente aleatória. Sem falar da brisa de fim de tarde que bate no meu rosto fazendo meus cachos voarem.

Olho pra minha mãe sentada na perna do meu pai e por trás do ombro dele eu vejo o sol dando indícios de que vai começar a se pôr.

Cumprimento todos e peço pro meu gostoso do meu pai fazer meu prato, ele conhece meu paladar infantil então nem preciso falar o que vou querer, minutos depois ele coloca na minha frente e beija minha testa desejando bom apetite.

Tem arroz, feijão, pão de alho, churrasco, batata frita, linguiça, e vinagrete, juro que hoje eu me acabo.

- E teu irmão, cadê? - Coloco meu pé direito na cadeira onde eu tô sentada, e encaro a Suellen que para de conversar com o Breno mudando seu foco pra mim.

Ela abre a boca pra responder porém para franzindo as sobrancelhas com o semblante confuso antes de responder meio confusa apontando pro meu lado direito.

Suellen: Aí?

Eu olho pra onde ela aponta vendo ele passar pela entrada da laje com uma menina atrás dele, muito bonita, branquinha dos olhos claros, o cabelo longuíssimo.

Meu olhar para na mão dele segurando a dela, juro que a fome que eu tava sentindo evapora ao ver isso, meu coração aperta e quando o olhar dele encontra o meu eu desvio engolindo em seco.

- Esse cheiro de biscate que eu senti no carro dele no dia que ele foi buscar a gente na Maré. - Respiro fundo falando pra ninguém em específico.

Ele vai apresentando ela pras pessoas e eu sinto que é demais pra mim quando eu vejo eles vindo na minha reta, levanto antes deles me alcançarem e passo por eles descendo, quando eu sumo do campo de visão deles eu corro pro meu quarto batendo a porta com tudo.

Sento no chão sentindo meu mundo desabar sem entender o porquê dessa dor sendo que foi só um beijo que a gente deu, outros caras já fizeram bem pior comigo e nunca doeu como tá doendo agora... coisa de transar comigo e no dia seguinte fingir que nem me conhece.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora