62.

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Paulista.

Papo reto, cada dia eu fico mais e mais brisado nela. Pensar no que os outro vai pensar e falar é o que fode. Mas na moral? Vai chegar uma hora que eu vou mandar fuder tudo e todos que não for a favor independente de quem for.

Eu tô pouco me fudendo se o mundo inteiro vai cair em cima de mim, eu acho que é mais fácil aturar esse fardo do que viver se pegando no sigilo até porque já passei dessa idade tem mó cota.

Já aguentei coisa pra caralho, esse julgamento vai ser só mais um pra minhas costa, se pá nem o último vai ser, problema mermo vai ser como ela vai lidar com a reação dos outro mesmo que diga que não vai mudar nada na vida dela.

Roubo um selinho dela, que limpa seu gloss da minha boca, e sento na outra cadeira livre, batendo na minha perna direita logo em seguida.

- Bora finalizar minha juba. - Pego na mão dela que caminha toda sensual e senta na minha perna direita me passando as coisas.

Separo a parte que vou finalizar agora, prendendo com a piranha, e já espirro água antes de pegar creme na tampa do pote.

Esfrego nas mãos e vou deslizando meus dedos pelos cachos longos, passo também a escova dela pelos fios e finalizo por pegar o comprimento na minha mão e apertar quase na raiz, soltando logo após.

Ela pega o celular filmando enquanto canta baixinho a música que tá tocando agora, "Imprevisto" do Yago.

- Me juntaria pra te amar, nos seus cabelos me enrolar, mais enrolando que eu já tô nesse momento. - Canto essa parte bem na orelinha pequena dela que grita tomando um susto quando o Bil surge no nosso campo de visão.

Zaira: Que susto, dindo. - Ri de nervoso e ele aperta o olho intercalando o olhar entre eu e ela.

Bil: Vim trazer esse prato de comida pra tu. - Só então nós nota o prato de comida na mão dele. - Seu pai que fez e ia trazer porque ele insiste que ainda não te viu comendo hoje mas por algum motivo a Kaira deu um jeito de distrair ele e mandou eu trazer.

Anã sempre salvando e fazendo a boa, puta que pariu.

Zaira: Hm, tá. - Pega o prato com ele. - Valeu, dindo.

Bil: Vigia, hein? - Aponta pra nós. - Deixa só o Atacante ficar sabendo de vocês dois, vai vendo.

Zaira: Ih, nós dois o quê? - Sinto ela tensa e beijo seu ombro, seu corpo relaxa consideravelmente.

Bil: Vai fazendo a Kátia, vai.

- Sai fora, pô. - Falo e a Zaira se levanta da minha perna, abaixa o vestido, e sai empurrando ele que aponta pra mim e simula uma glock com a mão.

Ele junta os dedos indicador e do meio, dando a entender que é o cano e coloca na lateral da própria cabeça antes de berrar "pow", simulando o som do disparo, e jogando a cabeça pro lado em seguida.

Zaira: Tá repreendido. - Faz o sinal da cruz e eu faço joinha.

Sendo bem honesto, nessa vida que eu levo, se eu morrer pela mão do Atacante eu vou em paz e já era.

Ela volta pra mim e fica quietinha comendo enquanto eu sigo finalizando a jubona dela.

- Entrou na tua mente? - Pergunto quebrando o silêncio e ela suspira.

Zaira: Não, a ficha só tá caindo. - me olha por cima do ombro. - Se meu dindo já pegou no ar você acha que meu pai, o homem que me criou pelos primeiros anos da minha vida sem a minha mãe, ainda não notou? ‐ Pergunta e eu passo a língua no lábio, umedecendo.

- Papo reto, teu pai não é burro mas ele assim como todos aqui tá ligado que nós dois sempre foi isso aqui, então das duas uma... - Falo calmamente e ela escuta atentamente. - Ou ele tá dando espaço pra nós chegar nele e abrir o jogo, ou já desconfia porém ainda não tem provas pra encurralar nóis, tá ligada?

Ela confirma com a cabeça e continua comendo. Beijo seu pescoço, arrancando dela um sorriso, e minutos depois eu termino de ajeitar os cachinhos lindos dela que agradece indo ficar com o resto da galera.

Quando começa a tocar pagode todas elas faz uma rodinha no centro e começa a sambar, eu bolo um baseado e engato na conversa com os meus.

Marcão: Amar é bom demais, pô. - Fala olhando pra Ivy lá no meio da roda.

Mota: Papo reto, vida boêmia pra mim era tudo porém quando eu conheci a Melissa vi que não era nada. - Atacante confirma depois de dar um gole em sua bebida.

Atacante: Amar e ser amado não tem preço, quem discorda é porque ainda não vivenciou isso. - Concordo mentalmente antes de falar. ‐ Ainda mais por uma pretona responsa.

- Um homem sem uma preta é apenas um menino... - Deixo escapar.

Atacante: Ih, tá sabendo assim? - Olha direto no meu olho e eu confirmo sem desviar.

- É o que dizem, né? - Falo antes de dar um trago no meu baseado e eles muda de assunto tão rápido quanto esse surgiu.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora