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Ivy: E você e o Paulista? - Joga o cabelo loiro pro lado, as mãos delicadas com unhas de fibra segurando o canudo e movimentando o mesmo em círculos, mexendo na bebida.

- O que tem a gente?

Ivy: Não se faz, tu falou que tinha algo pra me contar em relação à vocês. - Respiro fundo sentindo o batimento do meu coração acelerar só de lembrar da nossa noite.

- Me comeu de todas as formas possíveis e impossíveis, imagináveis e inimagináveis, existentes e inexis...

Ivy: Eu entendi amiga. - Dá risada fazendo eu rir também. - A lista seria grande se eu não te cortasse.

- Papo reto. - Passo a língua no lábio sentindo meu celular vibrar sobre a minha perna.

Ivy: Então o que vocês são agora? - Pergunta algo que nem eu sei.

- Zaira e Ryan? - Encolho os ombros, respondendo confusa. - Não colocamos rótulo, até porque foi só uma vez né...

Ivy: Porra, a química de vocês dá de dez a zero na de muitos casais que tão há mais de um, dois ou até mais anos juntos. - Fala alto por conta da música. - Não acho que pra vocês colocarem um rótulo precise passar de um número de ficada exato.

- Ai não sei, tá tudo na mão dele. - Respondo mexendo meu corpo na batida da música e ela concorda.

Meu celular vibra de novo e eu pego vendo que é notificação do insta, aquele Ezequiel que eu tô falando enviou uma resposta do boomerang que postei no story assim que cheguei. Abro a conversa com ele lendo.

@Ezequiel_: Ih, tô por cá também.

Eu: Eita.

@Ezequiel_: O universo trabalhando à favor do nosso encontro aí.

Eu: Lá ele kkkkk.

@Ezequiel_: Quer subir pro camarote não?

Eu: Tô no camarote, lindo. Só não no mesmo que o teu.

@Ezequiel_: Ah, sim. Convidei porque no story cê tava lá embaixo, tlgd?

Eu: Tô ligada.

@Ezequiel_: Quero te ver. Como faz? Encosto no teu ou tu no meu?

Eu: Tô no 003.

@Ezequiel_: Tô colando em cinco.

Bloqueio meu celular depois de sair do insta e dou um gole na minha bebida vendo a Ivy dançando entre as pernas do Marcão que tá sentado.

Chamei o Ezequiel porque apesar dele ter dito que é conhecido do Ryan e do Breno eu não sei da índole dele, e muito menos das pessoas que estão compartilhando o camarote com ele.

Por questões de segurança achei melhor assim, pelo menos se ele faz qualquer coisa comigo vai ter o Breno e o Marcão por cá.

Avisto um preto com o braço direito fechado de tattoo, a camiseta branca grudando no tronco musculoso e contrastando com o tom de pele dele. À medida que ele anda seus cachos medianos no corte americano voam e quando ele se aproxima da luz eu constato que é ele pelas poucas fotos que eu vi no feed do aspirante a low profile.

Aviso pro pessoal que vou dar uma descida e desço indo encontrar o mesmo quando chega uma notificação no meu celular dele falando que brotou.

- Oi. - Fico na ponta do pé pra poder trocar beijo no rosto e quando ele repousa a mão sobre a curva da minha cintura, abaixando pra retribuir o cumprimento, eu inalo seu aroma amadeirado e fresco. - Zaira, satisfação.

Ezequiel: Ezequiel, encantado. - Olha pro lado fazendo eu bater o olho no brinco de diamante na orelha direita. - Tu é linda pelas fotos, mas pessoalmente é um absurdo, pô.

- De fato. - Sorrio concordando e ele abre um sorriso, exibindo os dentes brancos perfeitamente alinhados.

Ezequiel: Humilde pra caralho, né não? - Dou de ombros.

- Apenas sei o que eu sou.

Ezequiel: Tá certa pô, não julgo. Qual a tua idade?

- Dezoito, e a tua? - Pergunto já metalizado uns vinte e nove no máximo.

Ezequiel: Vinte e sete. Namora?

- Depende do dia e de quem pergunta. - Respondo jogando minhas tranças pra trás e ele abre o típico sorriso de tralha.

Ezequiel: Hoje e pra mim? - Passa a língua pela boca carnuda, deixando ela molhada.

- Solteira. - Respondo.

Ezequiel: Tem problema de ficar com caras mais velhos?

- Eu teria me classificado como solteira se tivesse? - Respondo a pergunta com outra pergunta e ele solta uma risada rouca.

Ezequiel: Que bom então. - Fala sério e pega na minha mão, me puxando lentamente até ele sem tirar os olhos de mim.

Uma de suas mãos para sobre as minhas costas enquanto a outra ergue meu queixo, eu fico na ponta do pé e fecho o olho quando sinto um selinho ser depositado na minha boca.

Sua língua pede passagem e eu cedo, abrindo a minha boca e consequentemente permitindo que ela se encontre com a minha. Ele me beija calmamente enquanto minhas unhas passeiam pela nuca dele.

Abro o olho assustada quando alguém segura meu braço me puxando com tudo pra trás e reconheço a voz do Paulista possesso de raiva.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora