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Gostaria de mandar todas aquelas que no cap passado falaram mal do Paulista pra casa do caralho, o ódio que eu tô não tá nem escrito, parece que pegaram ele pra Cristo nessa merda. O CARA PERDEU A MERDA DE UM FILHO, cês queriam que ele fosse abraçar a "causadora", é? Ai, na moral, o tanto que eu me segurei pra responder cada comentário n tá escrito. Quem me acompanha desde Nossa História sabe que raramente eu me posiciono sobre as opiniões divergentes concernente aos personagens, principalmente se for aqui no livro, porém tá demais o ódio que tá sendo destilado por uma pessoa que tá no direito de sentir o que o Paulista tá sentindo.

É isso, peço que interpretem bem antes de comentar, se puderem se colocar no lugar da pessoa, melhor ainda porque eu duvido muito que se fosse com vocês cês iam estar dando pulos de felicidade.

E saibam que estão sendo alvo de chacota no grupo do zap pela grave falta de interpretação, tá rolando print atrás de print e muita risada boa.

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Chego em casa aos prantos, minha mãe, meu pai e a minha irmã super preocupados. Eu conto pra eles o que aconteceu e a minha mãe pede pra Kira me dar um calmante e me levar pro quarto.

Eu tomo sem relutar e bebo água me encolhendo na cama, sinto a minha irmã me abraçando por trás enquanto faz cafuné na minha cabeça, fecho o olho apertando a cada grito que o meu pai dá enquanto a minha mãe tenta acalmar ele.

Kaira: Zaion onde tu vai? - Sua voz fina ecoa no corredor.

Atacante: Dar a surra que eu nunca dei no Ryan! - A voz grave dele ecoa mais alto ainda.

Kaira: Você tá maluco, porra? - Vejo a sombra deles e respiro fundo tremendo enquanto a Kira me abraça mais forte. - Ele perdeu um filho, é normal ele não ter reagido bem. Tu vai brigar por ele tá bolado?

Atacante: Minha filha chegou em casa chorando como nunca antes e toda se tremendo, Kaira, ele fez ela se sentir culpada quando a única errada dessa história é aquele rapariga por caçar briga estando prenha! - Reformula a frase.

Kaira: Tu falou que não ia se meter nas brigas deles nunca, que ia deixar eles se resolver sozinhos sempre. - Respiro fundo escutando a voz de um sobrepondo a do outro.

Atacante: Burro foi quem acreditou, pô, não vou ficar sentado vendo a minha filha se tremendo na cama e tendo que tomar calmante pra controlar as emoções.

Kaira: Ele tá no direito de ficar bolado, quando a situação acalmar eles vão conversar e se resolver, amor. Feia foi ela, caçou briga sem se importar com o próprio bebê.

Sou reativa porque meus pais me educaram desse modo, "nunca comece uma briga sem necessidade, porém, se te batem, tu vai e bate de volta."

Atacante: Isso que não entra na minha cabeça, baixinha. Onde que grávida recente, sabendo que a fase inicial é a mais crucial pro desenvolvimento, age dessa forma?

Kaira: Será que foi proposital? - Franzo as sobrancelhas me perguntando se ela seria baixa a esse ponto.

Atacante: Vou tirar essa história a limpo e é agora.

PAULISTA

Suellen: Eu sinto muito, irmão, mas você não tá sozinho. - Olho seu rosto banhado em lágrimas enquanto ela retira os vasos que eu peguei com a intenção de jogar na parede da minha mão. - Tu vai acabar se ferindo, olha em sua volta, Ryan.

Olho em volta vendo vários caco espalhado pelo chão, perdi a conta de quantas parada eu quebrei no ódio, ainda assim minha dor não alivia nem um por cento.

O pior é que eu não consigo nem chorar pra expressar a minha dor. Sinto a mão da Suellen no meu pulso e me deixo ser levado pra sei lá onde.

Ela impulsiona meu corpo pra trás fazendo eu sentar na cama e só então eu noto que tô no meu quarto.

Suellen: Vou lá arrumar aquela bagunça e tu toma essa água com açúcar. - Coloca o copo por cima da mesinha de cabeceira antes de sair me deixando sozinho.

Apoio meus cotovelos no joelho impulsionando meu corpo pra frente com as mãos na cabeça antes de inspirar uma grande lufada de ar enquanto passo a língua no lábio.

Papo reto, no dia que a Clara me ligou e eu brotei na casa dela vendo os três testes mais o exame de sangue que ela tinha feito, todos positivos, de início meu mundo parecia que ia desabar.

Nunca foi vontade minha ter um filho, mó medo de ser o cuzão que o meu genitor foi, de não saber dar o devido amor que uma criança merece receber, porra eu não queria colocar um pivete nessa vida bandida que hoje eu tô sem saber se amanhã vou tá...

Porém eu nunca cogitei deixar de assumir por isso, muito pelo contrário, fiz o mínimo que foi cumprir com o meu papel de pai, e até já tava me acostumando e começando a curtir a idéia.

Mas isso só pode ser um sinal do universo de que eu não nasci pra exercer esse papel, vai ver esse neném se livrou de carregar o fardo que seria me ter como pai.

Ergo a cabeça ao escutar vozes lá embaixo, a Suellen pedindo pra, seja lá quem for que brotou, não armar uma confusão porque eu sozinho já tô me castigando. Ouço o barulho de passos no corredor e volto a abaixar a cabeça depois de ver o Atacante atravessar a porta do meu quarto.

A visão que eu tinha do piso é substituída pelos pés dele que se agacha segurando a minha nuca com as duas mãos juntando nossas testas depois de respirar fundo.

Atacante: Sinto pra caralho, meu garoto. - Fecho o olho sentindo uma lágrima descer, minha cabeça faltando explodir de tanta parada que passa.

- Tanto faz. - Respondo depois de alguns minutos em silêncio. - De qualquer forma eu não ia ser um pai dahora.

Atacante me solta levantando e senta do meu lado na cama.

Atacante: Ia sim, porra, para de procurar um erro em tu, pô. - Dou de ombros. - Ela tava de quanto tempo?

- Quando descobriu já tava de um mês, quase dois. - Respondo sentindo um bolo se formar na minha garganta.

Atacante: Tu tá ligado que foi ela que avançou na Zaira primeiro, né?

- Sinceridade... quis escutar mais nada no nervoso, e também nem perguntei pra Clara qual foi da fita porque ela só fazia gemer de dor.

Atacante: Estranho pra caralho uma mulher grávida provocar e sair na mão com outra, sabendo que não é só a vida dela ali, tá ligado? - Olho pro lado encontrando seu olhar e franzo as sobrancelhas entendendo onde ele quer chegar.

- Porra minha cabeça vai explodir, chega desse papo, na moral mermo. - Peço fechando o olho e ele levanta dando dois tapinhas no meu ombro antes de meter o pé me deixando sozinho com a overdose de pensamentos.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora