20.

5.6K 742 107
                                    

Maratona
{2/3}

Zaira Mayara.

Retiro a bolsa de água morna do pé da minha barriga, ao ouvir baterem no portão lá fora, e levanto calçando meus chinelos antes de ir abrir.

Paulista entra com uma sacola na mão, depois que eu abro, e eu observo sua estatura grande enquanto ele anda na minha frente entrando na sala.

Paulista: Pra tu. - Entrega a sacola pra mim depois que eu passo a chave na porta, eu pego olhando e meus olhos brilham ao ver o que tem dentro.

Chocolates, biscoitos, batata chips, tudo que eu me amarro em comer quando tô de tpm.

- Valeu. - Coloco por cima da mesa tentando não mostrar o quão feliz isso me deixou porque ainda tô bolada por ele ter me evitado.

Paulista: Que foi? - Franze as sobrancelhas e eu olho pro lado, ele pega meu rosto fazendo eu olhar pra ele. - Eu esqueci de algum bagulho? - Fico calada. - Pode falar que eu mando alguém trazer.

- Esqueceu sim. - Suspiro me soltando do toque viciante dele. - Esqueceu que passou esses dia tudo cagando pra minha existência. - Faço bico involuntariamente.

Paulista: Eu não caguei pra tua existência, morenão, eu só tava com bagulho demais na cabeça. - Fala tirando o tênis. - Precisando pensar.

- Sobre quê?

Paulista: É parada minha, Mayara. - Ele fala e eu não insisto, quando ele me chama por um dos meus nomes é pra cortar assunto ou é porque tá boladinho.

- Tá bom, tchuco. - Fico na ponta do pé beijando o cavanhaque dele que me abraça pelo pescoço, eu seguro sua cintura inclinando meu corpo pra trás enquanto ele caminha comigo inclinada fazendo eu rir olhando pro teto.

Paulista: Minha juba, vou ver quando? - Para me endireitando, meu olhar analisa sua carinha de mau antes de responder.

- Dependendo das suas mãos eu estou.

Paulista: Bora então, mó saudade. - Ergue os braços tirando o moletom e eu vou pegar as coisas necessárias.

Coloco um filme pra rolar na tv e assisto enquanto ele repete o processo de cortar a trança, destrançar o jumbo e colocar ele numa sacola.

Quando ele termina ele pega um pente desfazendo os nós, eu pego o meu celular fazendo uma gravação da cara dele de concentrado enquanto ele penteia a minha jubona, desembaraçando.

Paulista: Teu cabelo cresce na velocidade da luz, cê é louco. - Eu dou risada do sotaque dele indo de carioca pra paulista em questão de segundos.

Depois dele terminar se desfazer os nós ele me carrega nas costas subindo comigo, a gente para na porta do banheiro e eu inclino meu corpo pra baixo, deixando minha cabeça na mira da torneira da pia.

Ele abre a torneira molhando o meu cabelo, depois de colocar a minha toalha sobre os meus ombros, e eu fecho o olho quando sinto seus dedos massageando o meu couro cabeludo depois que ele taca o shampoo na palma da mão.

E assim segue a rotina de cuidados ao meu cabelo, a gente termina sentado na minha cama, ele por trás de mim e eu no meio das pernas dele assistindo através do espelho ele repartir o meu cabelo, prender com uma piranha e passar creme na mecha separada antes de pentear com a escova e apertar o comprimento do meu cabelo na raíz soltando em seguida.

Se tem homem que eu confio minha finalização de olho fechado eles são o meu pai e sem dúvidas o Ryan, dão a vida!

Por já ser de noite ele termina por secar com o difusor.

Paulista: Tão linda. - Cheira os meus cachos e eu sorrio sentindo ele beijar o meu ombro. - Minha pequena.

- Obrigada, tchuco. - Levanto baixando meu short e vou guardando as coisas enquanto escuto ele falar.

Paulista: Cuidei da nossa juba, trouxe suas besteiras pra aliviar a tpm, agora vou meter o pé. - Olho pra ele de cara feia, ele me olhando de volta pelo reflexo no espelho. - Não faz essa cara, vai dar meia noite já, Mayara, tô cansadão precisando dormir.

- Dormi aqui, uai. - Ele balança a cabeça em negação. - Tô de tpm, Ryan, faz a boa cara.

Paulista: Já dei tuas besteira, agora me deixa meter o pé sem jogo psicológico, Zaira. - Fala calçando o tênis dele.

- Eu devolvo as besteiras tudo se tu ficar e dormir comigo, não comi nada mesmo. - Dou de ombros.

Paulista: Eu não quero dormir contigo não, Zaira, não complica. - Enterra o boné na cabeça, fazendo eu olhar no olho dele escondido abaixo da aba.

- Por favor. - Suspiro cansada. - Eu não entendo por que tu tem me evitado e afastado esses dias, eu fiz alguma coisa? - Pergunto e ele fica calado, passando a língua no lábio. - Eu só quero carinho, você tá me negando isso, só quero dormir agarradinha com você. - Falo querendo chorar, droga de tpm. - A gente sempre fez isso, o que mudou de repente, Ryan?

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora