13.

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Pego meu celular e envio a foto do cara pra Mayara que em questão de segundos fica online.

Eu: É ele?

Morenão: 🤨🤨🤨

Eu: Responde, Mayara.

Morenão: Tá putinho já pela manhã, tchuco?

Eu: 🙄

Morenão: É ele sim, como tu achou tão rápido?

Eu: Tu tá falando com o Paulista, minha vida.

Morenão: Eita como é humilde. Leva o carro pra lavar.

Eu: Nem sujo tá.

Morenão: Ontem não falei nada porque tu tava bolado e eu tava passando pelo meu drama capilar, mas ô cheiro de putinha barata hein?

Eu: 🤐

Morenão: Souber que alguma biscate sentou no lugar da passenger princess aqui eu nunca mais sento lá.

Eu: Hm.

Bloqueio meu celular olhando o nome Morenão gravado no centro do banco do passageiro do jeito que ela mandou assim que eu comprei essa nave. Ela vai me matar se souber que outra mina sentou nele.

Tiro a minha arma do coldre colocando no painel antes de colocar o cinto de segurança e meter o pé pro complexo da Maré sem a minha contenção mermo.

Assim que chego eu paro na barreira e os soldados pedem pra eu me identificar.

- Paulista, frente do Alemão. - Respondo com o pé no freio pro carro não avançar.

- Ou, podem liberar. - Um dos soldados fala pros outro dando passagem e eu acelero, perguntando pros moradores qual a rua que para mais envolvido, antes de ir pra lá.

- E aí, rapaziada. - Desço o vidro da janela diminuindo a velocidade, e parando do lado de uma rodinha de caras armados. - Boa pra nóis.

- Boa, pô. - Alguns responde me encarando com o olhar curioso.

- Procurando o chefe, pô, trocar umas idéia, tá ligado? - Falo e um dos caras aponta pra uma espécie de esquina começando a explicar.

- Dobrando essa esquina logo na primeira salinha da rua, é lá que os grandões fica.

- Valeu. - Ele assente e eu subo o vidro acelerando antes de girar o volante dobrando a esquina que ele indicou.

Paro na frente da salinha, estacionando meu carro colado na calçada, e abaixo o vidro encarando o olhar indecifrável que os soldados na contenção do lugar me dá.

- Tem como eu falar com o chefe? - Pergunto abaixando o volume da música.

- Quem deseja? - O de maior porte responde analisando o meu carro com o olhar.

- Frente do Alemão. - Respondo já impaciente. - Se puder ser agora, melhor.

Ele passa um radinho e eu desço do carro, arrumando minhas correntes na camiseta polo preta, depois de pegar a quadrada e colocar no coldre.

Quando eu tô travando as portas eu ouço uma voz falando com os soldado antes de escutar passos se aproximarem de onde eu tô.

- Em que posso ajudar? - Encaro seus pés num tênis branco, pois minha cabeça tá inclinada pra baixo enquanto eu confirmo se as portas da nave travaram.

Só depois de confirmar eu ajeito a minha postura e encaro o filho da puta que passou a tesoura no bagulho que eu mais briso no meu morenão, a nossa juba.

Olho dentro do olho dele, sorrindo enquanto passo a língua no canto da boca, ele com os braços cruzado parecendo impaciente, a mão tatuada no coldre onde ele porta a arma.

Olho pra ele, dando dois passos pra frente, ficando cara a cara numa distância mínima, e olho pro lado, minha visão pegando o olhar dos soldados sobre a gente, antes de voltar a encarar o lixo na minha frente e aproximar minha boca à sua orelha, falando paulatinamente:

- Eu disse que quero falar com o chefe.

- Tá tirando, rapá? - Semicerra os olhos achando que eu vou tremer na base, sigo paradão olhando pro bosta como o nada que ele é.

- Tá tirando aqui é tu mermo, meu bom. - Falo alto sem paciência. - Eu quero falar com o frente daqui, não o pau mandado que paga de galo por causa de amante. - Cuspo as palavras na cara dele.

Quando ele ergue o braço querendo me dar um soco eu desvio pegando seu braço por trás, grudo nas costas fazendo ele se curvar e colo seu rosto no vidro do meu carro sem muita cerimônia.

- Eu vou falar só mais uma vez. - Aperto mais ele contra o vidro e tiro a minha glock do coldre pressionando contra a cabeça dele antes de encarar os soldado. - É só um no crânio e ele já era. - Falo. - Tão parem de brincar e chamem o frente dessa merda.

- Ninguém tá brincando não, pô, nóis só acata ordem. - Um deles explica. - Geral antes de falar com o chefe tem que passar pelo sub que é o Conde, pô.

- Tão chamem ele porque a minha conversa com o Conde do cú... - Ironizo escutando alguns darem risada. - Acaba de terminar. - Concluo dando uma coronhada na cabeça do idiota que apaga caindo no chão.

Um deles entra e quando volta diz que chefe autorizou a minha entrada.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora