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Zaira Mayara.

Saio do uber falando que em menos de dez minutos vou descer novamente e passo pela barreira da Maré pegando um moto táxi que me deixa na frente da base da Ivy e do Marcão.

Agradeço o moço, pagando, e desço sentindo o olhar dos soldados na frente do casarão branco sobre mim. Cumprimento eles que responde com um aceno de cabeça e informo que vim ver a Ivy.

- Deixa eu só passar o radinho pro chefe da contenção rapidão. - Um dos homens fortemente armado fala, eu assinto esperando e ouço a voz do mesmo na frequência:

- Patroa deixou avisado mermo que ia brotar uma amiga dela, pergunta o nome aí pra mim.

- Como que é teu nome? - O cara que segura o radinho pergunta.

- Zaira Mayara.

Ouço o chefe da contenção mandando liberar e eles liberam a passagem, eu entro pedindo licença e passo pelo quintal indo até à porta de madeira dando algumas batidas antes da mesma ser aberta por uma senhora que indica o quarto da Ivy pra mim falando que eu posso entrar.

- Oi, vida. - Entro vendo ela passar protetor no rosto e ela sorri pra mim trocando beijo no rosto comigo.

Ivy: Buenas tardes, gatinha. - Eu sento na camona dela. - Deixa eu só confirmar que tá tudo na minha bolsa e já descemos.

- Tarde né, de boa até agora não tem nada. - Passo a mão no cabelo jogando pra trás quando ele vem pra frente.

Ivy: Ih, que baixo astral é esse, nega? - Para passando a alça da bolsa no ombro.

- Sabe a resenha que a gente se conheceu esses dias? - Ela assente.

Ivy: Três dias atrás.

- Eu e o Paulista. - Junto meus dedos em cada mão e levo a pontinha deles juntos grudando uma nas outras, elas em formato de gota, antes de ir girando sem desgrudar ecenando o beijo com as minhas mãos.

Ivy: Passada. - Tampa a boca com a mão. - Eu falei! - Salta e eu fuzilo ela com o olhar. - Tá, desculpa. - Para quieta. - Mas cara, ele é um puta de um gostoso então não entendo o porquê dessa reação tua, tu não quis?

- Porra, a vida toda eu quis. - Fecho o olho suspirando.

Ivy: Então? - Franze as sobrancelhas. - Qual foi desse baixo astral?

- Depois disso ele me deixou em casa, até então tudo bem, mas desde então nunca mais a gente se falou... - Encolho os ombros com medo de ter estragado tudo.

Ivy: Ele não te chamou durante esses três dias? - Balanço a cabeça em negação. - E tu chamou ele?

- A princípio eu não chamei porque queria deixar ele vim atrás, porém tava me dando agonia essa espera então respondi o status dele chamando ele pra dar um rolê igual a gente faz todo domingo se não tiver resenha da família, sabe? - Ela assente escutando com atenção. - Nem visualizar ele visualizou, e tava online. Até hoje no vácuo estou.

Ivy: Ai amiga, vou ser bem sincera. - Ergue os braços fazendo um rabo no cabelo dela. - Das duas uma, ou o beijo deixou ele baqueado no bom sentido ou ele não curtiu mesmo.

- Ai que ódio. - Passo a mão no rosto e lembro do tiozinho do uber. - Meu Deus o uber tá esperando a gente, Ivana.

Ivy: Lá vai tu me chamar disso de novo. - Ri negando com a cabeça. - Nem meu nome é.

- Desde que eu te conheci passou a ser, já falei que me recuso a aceitar que teu nome tem somente três letras. - Entrelaço meu braço no dela e saímos de casa descendo de moto táxi.

Como eu já imaginava, nem sinal do uber por cá, também, falei que de dez minutos não passaria e desço depois de quinze...

Tivemos que subir novamente indo ao encontro do Marcão pra que ele entregasse pra ela a chave de um dos carros pro chefe da contenção dela levar a gente.

Olho pra Ivy sentada na perna do preto posturado sorrindo com a cabeça jogada pra trás enquanto ele cheira o pescoço dela dizendo que a ama mais que tudo.

Ivy: A gente tem que ir, nescauzinho.

Tampo a boca rindo do apelido e ele solta ela depois de dar um selinho.

Marcão: Vão com Deus, qualquer coisa me acionem. - A gente assente saindo da sala dele.

Ivy: Oi, Treva. - Ela fala com um preto alto trajadinho de colete por cima da polo branca que tá de lado apoiado numa nave enquanto mexe no celular, observo o fuzil atravessado nas costas e quando ele se vira pra gente eu reconheço o cara que me livrou de tomar surra no baile que eu fui pro desenrolo.

Treva: Ih, tu por cá? - Abre um sorriso branquinho me encarando enquanto pega a chave da mão da Ivy. - Tranquilo, patroa?

Ivy: Mec mec life.

- Eu por cá... - Confirmo rindo.

Treva: Longe de encrenca dessa vez, eu espero. - Faço tsc rindo.

- Claro, pô.

Ele assente passando a língua no lábio cheio, e rosinha, e eu observo o cabelo na régua cheio de ondinhas, bonitão. Meu lado Maria Negão fica como? Animado.

Treva: Bora? - Ivy assente e nos dirigimos até o carro.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora