33.

5.8K 714 293
                                    

Último da noite, aspirantes a dependentes.💋

+300 votos

Paulista.

Clara entrelaça os nossos dedos enquanto se despede das pessoas e eu informo que volto depois de deixar ela na base dela antes de encarar o olhar perdido da minha pequena...

Brotei varridão de fome, mas quem disse que ela permaneceu depois que eu vi a reação dela? Porra eu odeio todo e qualquer homem que machuque ela e hoje tô sendo eu fazendo isso, por mais que seja o certo tá foda de ver ela assim.

Também que futuro nóis ia ter? No máximo dos máximos ia ser tudo no sigilo mas tem uma certa altura que até o escondido deixa de ser mais gostoso.

Geral confiava essa menina de olhos fechados à mim, vão achar que eu não agia na pureza com ela, tô vendo. Sem falar que ela é porra louca, completou a maioridade e só agora a vida dela tá começando, tem muito pra viver ainda enquanto eu, nesses vinte e oito anos vivi por umas dez pessoas, de tudo, fases distintas pra porra.

Suellen: Finalmente. - Escuto ela susurrar e olho pra ela com reprovação fazendo ela virar a cara encarando as unhas postiças.

Mayara levanta da mesa descendo da laje com o celular na mão, a tela ligada numa conversa, eu aproveito pra ligar a tela do meu vendo que vai dar oito da noite.

Clara: Vai tirar essa foto daí quando? - Pergunta enquanto a gente desce, encarando a imagem da Zaira na minha tela de bloqueio.

- Nunca, celular é meu.

Clara: Poxa, amor, mas fica estranho você estar comigo e ter a cara de outra aí. - Paro de andar tirando minha mão da dela antes de olhar bem dentro de seus olhos claros.

- Ela não é outra. - Ela assente se desculpando e volta a entrelaçar nossos dedos enquanto passamos pelo portão, eu olho pro lado vendo a Zaira sentada no meio-fio da calçada falando no celular com alguém.

- Qual foi, cria de SP? - Um carrão azul para na nossa frente e quando o cara abaixa o vidro falando eu puxo a cara dele na memória. - Ezequiel, pô.

- Ih, caralho mané, tu de playba é outras fita de reconhecer. - Faço tsc sorrindo e me aproximo fazendo um toque com ele.

Cara sangue bom, nós foi colega de escola e ele foi visionário pra caralho, seguiu um bom caminho, se formou e conseguiu meter o pé da quebrada tirando a maioria da família daqui.

Ezequiel: Tu de patrão é outras parada, quase não reconheço também. - Diminui o volume da música olhando pra Clara lá atrás. - Tá de fiel?

- Quase, truta. E o que traz o mais novo morador da Sul por esses lado?

Ezequiel: Minha prima, pô, casou com trafica daí vim ver como ela tá.

- Peguei a visão, nego. - Confirmo. - Fica à vontade aí.

Ezequiel: Quem que é? - Olho pro lado na direção que ele aponta com a cabeça procurando alguém além da Mayara, porém só tá ela mermo.

- Filha mais velha do Atacante.

Ezequiel: Ih, aquela garotinha que tu não desgrudava? - Assinto. - Benzadeus. - Passa a mão na barba rala e eu já sinto meu corpo ficar tenso. - É de maior?

- Quer saber por que, irmão? - Cruzo os braços na altura do peito encarando serinho, ele tira o olhar dela vindo pra mim antes de responder.

Ezequiel: Gostosinha, pô.

- Gostosinha vai ser a coça que eu e o Atacante vai te dar se tu chegar perto dela. - Sorrio amigável no final, ele rapidinho corta as ideia e vem com outros papo metendo o pé.

Eu volto pra calçada destravando as portas da minha nave antes de me dirigir à Zaira.

- Mayara passa pra casa.

Ela me olha com as sobrancelhas franzidas e ignora permanecendo sentada.

Zaira: Ih, nem vem vindo. - Fala quando vê eu me aproximando. - Tu não manda em mim e eu não vou entrar.

- É perigoso, caralho. - Falo bolado.

Zaira: Ultimamente o único perigo que eu tenho enfrentado é a minha convivência com você. - Bate o pé no chão desviando do meu toque quando eu faço menção de segurar o braço dela.

Clara: Ai, entra logo menina, eu hein. - Bufa. - Coisa de criança.

Mayara para olhando mortalmente pra ela e quando vai na reta eu seguro ela pela cintura.

- Para com isso e entra, Zaira.

Ela segue relutante e eu chamo o Breno pra vim buscar, ele leva ela e finalmente nós entra na nave indo pra goma da Clara.

- O que tu achou deles? - Pergunto ligando o farol ao passar por uma rua escura.

Clara: Todos foram super educados e respeitosos, porém essa tal de Mayara... - Respiro fundo não curtindo o tom que ela menciona minha morenão porém permaneço calado evitando briga. - E a sua irmã deixaram bem nítido que não gostaram muito. - Passa a mão no rosto limpando a lágrima que escorre e eu acaricio a perna dela que se acalma.

- É questão de hábito, fica assim não. - Olho pra ela antes de dobrar a esquina. - Eu nunca tinha apresentado ninguém, é normal que eles tudo estranhe de primeira.

Ela confirma com a cabeça e se inclina pegando o meu rosto antes de dar um selinho.

Clara: E como fiel pro morro, vai me apresentar quando?

- Quando for a hora, pros mais importantes eu já apresentei, não já? - Ela assente confirmando. - Então?

Clara: Cê tá certo, como sempre. - Sorri e eu paro o carro na frente da casa dela.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora