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Atacante: Tá carente de roupa, minha filha? - Eu dou de ombros colocando um dos meus pés por cima da cadeira e continuo comendo.

- Tá um calor infernal, pai. - Respondo pegando várias batatas fritas com o garfo, comendo de uma vez.

Eu tô almoçando de top e cueca do Ryan sozinha pois minha mãe tá no trabalho, Kira na escola e ele chegou agorinha da rua. Meu dia de folga.

Atacante: Espero muito bem que tu não tenha ido lá pra fora desse jeito aí, cheio de marmanjo. - Beija minha testa depois de trocar a carteira de mão.

- Hm. - Seguro o braço dele lembrando do que eu queria pedir. - Quando tu for buscar a Kira na escola me deixa lá no Alemão.

Atacante: Isso foi uma ordem ou um pedido? - Semicerra os olhos pra mim enquanto eu levanto com o meu prato.

- Uma ordem mesmo. - Fico na ponta do pé beijando seu rosto. - Reparação histórica que fala.

Quando ele ia responder o chefe da contenção entra querendo falar com ele que me puxa, colocando por trás dele antes de mandar o cara se virar pra eu poder passar.

O bullying, ele pode ser evitado mas o meu pai não tá nem aí né, ele quer atrair. Eu passo por eles indo pra cozinha onde lavo a louça enquanto fofoco com a tia.

Mais tarde meu pai me acorda avisando que tá na hora de ir buscar a Yara, eu me troco pegando minhas coisas antes de ir pro carro onde ele me espera.

Depois de pegar ela, eles me deixam na nossa casa do morro.

- Cuida do Pantera pra mim, mas ainda hoje eu volto pra casa. - Peço pra minha irmã que assente confirmando. - Amo vocês. - Beijo a testa dela escutando suas respostas.

Kira: Te amo. - Beija meu rosto e eu sorrio.

Atacante: Pai te ama pra caralho. - Faço joinha me afastando do carro e ele dá partida vazando.

Entro no zap chamando o Paulista.

Eu: [localização atual📍]

Tchuco: Tá em casa?

Eu: Sim, cabei de chegar.

Tchuco: Beleza, vou mandar o Bin te buscar e te levar pra minha base, a nave tá no quintal e o agente que vai personalizar tá lá esperando pra tu explicar o jeito que tu quer que fique.

Eu: Tranquilo.

Tchuco: Bin te deixar sozinho com o cara tu me avisa, qualquer coisa eu vou tá pela boca.

Eu:🤙🏽

Saio da conversa bloqueando o celular e quando o Bin chega eu monto na garupa, olhando pra mão dele que estende o capacete sem entender.

- Ué, daqui até a casa do Paulista é necessário mesmo? - Achei foi desnecessário.

Bin: Ele me mata, facilita aí, pô. - Eu pego colocando e ele tira o pé da calçada permitindo que a moto ande.

Agradeço descendo quando ele para na frente da base do Ryan e ele desce atrás de mim com o fuzil atravessado no peito cheio de tattoos.

Cumprimento o moço que tá num carro parado bem do lado da casa, com o vidro baixo, e pergunto se ele é o tal agente, ele confirma e eu chamo ele pra entrar quando o Bin pega a chave do portão abrindo.

Pego na bolsa a chave suplente que o Paulista me deu, no dia que comprou esse carrão, e destravo permitindo que o homem veja os pontos que eu quero personalizar, ele grava absolutamente tudo que eu falo com o celular e depois trocamos números pra que ele possa me manter a par de tudo.

- Assim que eu chegar em casa já monto um projeto virtual pra você ter uma ideia de como vai ficar. - Fala apertando a minha mão e eu assinto.

- Sem problemas. - Sorrio soltando a mão dele.

Acompanho ele até seu carro e o Bin faz um toque comigo metendo o pé depois dele ir.

Eu fecho o portão e pego a chave da casa do Ryan no esconderijo antes de passar na porta e girar a maçaneta entrando.

Faço um coque vendo que tá um leve caos e coloco uma playlist pra tocar na tv antes de começar a dar uma geral em tudo. Quando termino chamo o Ryan no zap.

Eu: Ou, tua base tava só o caos. Eu arrumei tudinho, tu vai até conseguir ver o teu reflexo no chão de tão brilhante. Vai ter que me pagar.

Paulista: Que pagar o quê? Tu vive pegando as minhas roupa tudo, considere esse seu pagamento.

Eu: Vsfd.🖕🏽

Paulista: Tô cansadão, faz aquele estrogonofe de carne que só tu sabe pro teu tchuco jantar?

Eu: Eu faço.

Olho as horas no celular vendo que o tempo passou voando, cheguei aqui duas da tarde e já é cinco e meia, sol já tá se despedindo já.

Eu sei que eu jurei que ia me afastar, mas não dá cara, eu e ele sempre foi unha e carne e as circunstâncias que o universo coloca a gente só complica mais tudo, inevitável.

Faço o estrogonofe que ele pediu com direito a batata frita e tudo, em seguida eu fecho as janelas. Vejo tiktoks enquanto espero dar o tempo de apagar o arroz e batidas no portão me fazem ficar alerta.

Apago a boca do fogão e vou até o quintal abrindo o portão levemente pesado, dando de cara com nada mais nada menos que a branquela que o Ryan inventou de apresentar pra gente no fim de semana.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora