30.

5.8K 700 317
                                    

+300 votos

Paulista.

Dia de resenha familiar aqui no Alemão, na base do Atacante mermo.

Ajudo os soldado a descarregar as parada tudo que a Kaira e ele mandou comprar deixando no chão da cozinha onde a tia que trampa pra eles já começa a tirar tudo das sacolas com ajuda da meio metro e chão.

Passo o antebraço na testa, limpando o suor, e respiro fundo umedecendo o lábio enquanto encaro o solzão de quarenta e cinco graus maltratando a gente.

Apoio meus cotovelos no muro da laje e passo a mão na cabeça sentindo as correntes se movimentar quando eu inclino ela abaixando sobre minhas mãos.

Atacante: Tá passando o quê? - Tomo um susto com a voz dele, assim que ela surge penetrando na minha audição, presente como sempre.

- Nada não, pô. - Olho pro lado encarando sua figura com um bolado na mão do meu lado. - Só pensando numas fita aí.

Atacante: Qual foi dessas parada? - Pergunta acendendo o baseado e eu balanço a cabeça em negação não dando importância. - É pra eu arrancar na porrada?

- Daqui dois anos é os trinta do pai, mané. - Pego o beck da mão dele tragando antes de devolver, ele me escuta atento. - Idade tá chegando né, e eu sigo só focado no crime.

Atacante: Eu falo pra caralho sobre isso contigo. - Assente tragando antes de soltar a fumaça e continuar falando. - Que tu se dedica muito pra isso aqui... - Aponta pra visão de boa parte da quebrada que dá pra ver daqui da laje deles... - E pouco pra isso aqui. - Dá dois tapas no lado esquerdo do meu peito, indicando o coração.

- Tô ligado mermo. - Olho as criança que passa correndo lá embaixo.

Atacante: Eu duvido que nega nenhuma mexe contigo o suficiente pra tu pelo menos tentar algo mais sério ou sei lá. - Dá de ombros. - Apresentar pra nóis, trazer pro nosso meio.

- E se nessa de tentar esse sentimento não progredir? - Coço a garganta tossindo virando pro lado em seguida. - Meu medo é me firmar com alguém e depois virar aqueles pau no cu que só entra na vida da mina pra causar dor.

Atacante: Isso tu só vai saber se tentar. - Abana a mão no ar, fazendo a fumaça se dissipar.

- Hm. - Murmuro antes de fazer um toque com ele que me puxa pra um abraço falando.

Atacante: Leva muito na teoria teu vulgo de antissentimentalista não, pô. - Me solta continuando. - Te permite sentir, tá ligado?

- Mó papo gay. - Coço o nariz rindo. - Coisa de velho, será? - Ele dá um tapa na minha cabeça fazendo eu passar a mão com dor. - Te amo também.

Desço já sendo recebido por um tapão na mão, da Kaira e outro da Kira, por tentar roubar um pouco da batata frita.

Meus olhos varrem o ambiente aqui em baixo, procurando por algo ou alguém em específico, e parecendo ler a minha mente a Kira tira minhas dúvidas.

Kira: Ela não tá aqui. - Escorre o óleo da batata colocando sobre o prato com guardanapo em seguida. - Vai vim mais tarde só.

- E é pra brotar à que horas mermo? - Olho o horário no relógio de parede bem no centro da cozinha.

Kira: Daqui umas duas horas e meia vai tá tudo pronto, né mãe? - A Kaira assente focada no que tá fazendo. Dando a vida no tempero das carnes. - Isso aí.

- Jaé então, mais tarde colo aí.

Beijo a cabeça delas e pio pra base da Clara, mando mensagem falando que tô aqui fora e rapidinho ela sai.

Clara: Oi, amor. - Cola nossas bocas num selinho demorado e eu respiro fundo antes de colocar uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

- Tá tudo bem? - Ela assente sorrindo. - Que bom.

Clara: Vamo entrar? - Aponta pro portão da base dela. - Minha mãe vive perguntando de ti, se o nosso rolo acabou porque você nunca mais deu as caras...

- Tu tá ligada no porquê, ela tava se apegando e isso era uma parada que eu não tinha certeza se ia pra frente então não achava justo. - Ela assente.

Clara: Mas tu falou "era", no passado, ou eu que tô ouvindo coisas? - Eu confirmo com a cabeça.

- Falei, pô, falei mermo... - Falo a última parte mais pra mim do que pra ela. - Daqui três horas eu passo aqui pra te buscar, se arruma bem bonitinha, nós vai colar na resenha da minha família.

Ela abre a boca em choque e os olhinhos brilham derramando algumas lágrimas, eu seco elas com o dedão e ela se abana tentando não chorar.

Clara: Tão isso tá se tornando sério e oficial? - Confirmo com a cabeça. - Eu achei que depois de...

Impeço ela de terminar essa fala, colocando meu dedo indicador na frente de seus lábios, e balanço a cabeça em negação.

- Sou sujeito homem, Clara, agora vai lá que eu tenho umas paradas pra resolver ainda. - Ela assente me dando um selinho e eu acaricio a bunda dela mandando entrar antes de meter o pé.

Essa Noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora