Capítulo 4 - Conhaque

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Rana acordou com fome. Desceu rapidamente para a sala onde o café da manhã era habitualmente servido. Achou estranho estar sozinha, mas Yelena avisou-a que Sergei e Dimitri haviam saído cedo, para uma reunião na academia, então começou a comer.

Olhou pela janela e o dia estava mais frio que o habitual. Tinha vestido uma saia curta e justa com botas de cano alto e uma blusa preta. Prendeu o cabelo ali mesmo em um rabo de cavalo e pediu a uma das criadas que buscasse um casaco comprido de lã. Não teria tempo para trocar de roupa naquele momento. Não sabia a que horas voltaria para casa.

Assim que pegou o casaco, Yelena informou que o carro já se encontrava na garagem. Pediu que ela comunicasse Sergei, saindo apressada seguida por três seguranças, que foram dispensados por Letizia.

Ficou preocupada:

- Sergei disse que eu nunca deveria sair sem os seguranças.

Letizia riu, apontando para a entrada, onde se viam dois carros:

- São os meus homens e de segurança eu entendo, pode ficar tranquila.

Em pouco tempo estavam na frente do portão de uma casa que era tão grande quanto a que agora morava, mas tinha um aspecto mais antigo. Ao entrar, notou a decoração pesada, com móveis escuros, muitos tons de vermelho com detalhes dourados. Nas paredes quadros grandes, com molduras rebuscadas.

Seguiu-a até a cozinha, sentando-se em um dos bancos.

Letizia ligou a cafeteira:

- Nos desculpe por ontem, Rana. Deve achar que somos um bando de loucos, imorais.

- As coisas são um pouco diferentes por aqui, mas vou me acostumar.

- Eu tive um relacionamento com Sergei. Ele sempre elogiou a minha liderança e me ajudou nos momentos difíceis. Mas, isso foi até eu fazer um acordo com os italianos e tentar tomar o poder do meu marido.

Rana arregalou os olhos:

- Como assim?

- É uma longa história mas para resumir, eu e meu marido acabamos nos apaixonando.

- Pelo menos alguém é feliz.

- Um conselho: faça de Sergei seu amigo. Ele tem experiência de vida, pode não ser uma pessoa refinada, mas tem uma mentalidade diferente. Poucos chefes deixariam suas esposas trabalharem. Sabe ser divertido, também.

Não via nada de divertido nele. Mas para acabar com qualquer esperança de envolvimento por parte dela, afirmou:

- Eu já disse para ele que poderia receber as garotas em casa. Entendo que ele tem suas necessidades.

- Ele não vai fazer isso tão perto do casamento. Provavelmente irá encontrá-las no bar.

Rana ficou curiosa:

- Bar?

- Sim, ele é dono de um dos bares mais antigos da cidade. Há garotas trabalhando lá, também.

Um homem alto de cabelos castanhos e olhos claros, bastante atraente, apareceu e beijou a cabeça de Letizia, que fez as apresentações:

- Rana, esse é Giuliano, meu marido. Ela é a futura esposa de Sergei.

Ele ficou espantado:

- Espero que o russo esteja lhe tratando bem.

Letizia pediu licença dizendo que Yula, sua assistente, viria em breve para ajudá-la com os preparativos da cerimônia. Saiu abraçada com Giuliano.

O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora