Capítulo 10 - Única

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Rana estava terminando de arrumar a mala, quando Dimitri bateu na porta:

- Posso entrar?

Ela sorriu:

- Claro!

Sentou-se em uma das poltronas da antesala, enquanto a observava ir e voltar do closet, dobrando as roupas:

- Meu pai disse que o leilão vai ser em um lugar bem famoso, é verdade?

- Sim, uma das casas mais conhecidas. Você vai gostar.

- Seus amigos vão estar lá?

Rana andava na frente dele, checando a necessaire:

- Poucos, acho. Nunca fui uma pessoa de ter um círculo de amizades muito grande, tinha medo que descobrissem sobre a minha família.

Continuou a arrumar a mala.

Dimitri ficou sério:

- Tem medo que descubram sobre nós?

Ela parou o que estava fazendo. Não havia pensado em como apresentaria os dois para as pessoas que a conheciam em Londres. O problema não seria apresentar, mas explicar a profissão do marido, e o futuro do enteado.

Se virou para responder quando viu Sergei encostado na estante, olhando para ela, como se aguardasse a resposta.

Sempre silencioso, como um fantasma.

Fechou a mala e sentou do outro lado, olhando para o garoto, tentando ignorar a presença do pai:

- As pessoas que estão lá vivem em uma outra realidade, Dimitri. Elas estudam, trabalham, conversam sobre diversos assuntos. São empresários, colecionadores de arte, professores. Tenho receio que se voltem contra mim, não gostaria de ser expulsa da universidade.

- Eu vou me comportar, prometo. Ninguém vai desconfiar que sou o herdeiro da organização.

Rana foi até ele, passando as mãos pelos seus cabelos e sorriu:

- Você é um cavalheiro. Obrigada.

Dimitri sorriu, saindo em seguida.

Ouviu Sergei perguntar:

- O que disse para o francês? Sobre nós?

- Durand, é o nome dele. Ele não perguntou nada sobre vocês. Só quis saber se eu estava bem.

Ela começou a arrumar seus cadernos e pastas na mesa, guardando as fotos dos itens a serem leiloados.

Sergei percebeu que ela olhava para uma foto, em particular. Seus olhos brilhavam.

Aproximou-se.

Era um ovo azul, com incrustações em forma de flores.

Rana explicou ao ver que ele não entendia o porquê de tanta admiração:

- É um ovo Fabergé. Fabricados por joalheiros entre o século 18 e 19, para os czares, aqui na Rússia. São raríssimos, eu jamais imaginei que Durand possuía um. Dentro deles há um tipo de surpresa, uma miniatura, uma jóia. Esse é pequeno, mas não deixa de ser maravilhoso. E esconde um pequeno pássaro com safiras incrustadas nos olhos.

- Interessante. Quanto vai ser o lance inicial?

- Vamos começar com 8 milhões, é um valor baixo para uma peça tão rara. Já participou de um leilão?

- Sim, de armas.

Ela levantou as sobrancelhas:

- Interessante – riu, baixo.

O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora